Cidadão de Bonito de Santa Fé
Descobri entre papeis antigos um documento, datado de 31 de janeiro de 1980, com estes dizeres: “A Câmara de Vereadores de Bonito de Santa Fé concede ao senhor Francisco Sales Cartaxo Rolim o título de Cidadão Bonitense de acordo com a Resolução nº 01/A, de 03 de fevereiro de 1979”. Assinam o diploma os vereadores: José Lins de Oliveira (presidente), João Araújo Ramalho (1º secretário) e Sebastião M. de Sá (2º secretário). Não sei se os signatários ainda estão entre nós.
Já se vão 33 anos! Não fui receber o diploma, talvez por isso não possa incluir no meu currículo tão gratificante honraria. Quem sabe, aquela Resolução já esteja prescrita ou caduca… Vou consultar o advogado Dirceu Galvão para dirimir essa dúvida. Enquanto não vem a resposta, agora de posse do diploma, continuarei a exibir, orgulhoso, o troféu concedido pelo poder legislativo daquele município, mesmo não tendo havido a entrega solene do papel, com os discursos, aplausos e comes e bebes de estilo.
Que fiz eu para merecer tanto? Pouco, muito pouco ou quase nada. Explico. Em reunião de prefeitos, realizada no Brejo das Freiras, promovida pela Secretaria de Planejamento da Paraíba, em 1976, o governador Ivan Bichara me autorizou a anunciar a implantação do trecho da estrada São José de Piranhas a Bonito. Nada de pavimentação. O compromisso de Ivan era tão somente a implantação da rodovia, ou seja, estrada de barro, obras d’artes etc. Então, perguntei a ele:
– Governador, e se a gente conseguir em Brasília recursos para pavimentar?
– Ótimo, seria o ideal, mas só prometa o que podemos fazer.
Foi o que me respondeu Ivan Bichara. Na verdade, ele temia decepcionar a população com bravatas e promessas irresponsáveis, (tão comum a nossos homens públicos), mesmo sendo candidato a senador, como foi em 1978. Procedi como ele recomendou, anunciei o compromisso, em seu nome, aos prefeitos da região do Alto Piranhas. Mas continuamos a batalhar em silêncio. Elaborado pelo DER o projeto de pavimentação do trecho Cajazeiras-Bonito,fui a Brasília entregá-lo em mãos ao chefe da SAREM – Secretaria de Articulação com Estados e Municípios, o piauiense Delile Guerra de Macedo. Aquele órgão era responsável pela análise dos pedidos de recursos a fundo perdido, sacados de reserva especial do orçamento federal. Delile tinha sido meu
colega na Sudene, assim a tramitação ficou mais fácil, sabendo ele que a obra muito beneficiaria a terra natal do governador. Resultado, o convênio no valor de dez milhões de cruzeiros foi assinado e os recursos fluíram a tempo e a hora, de forma que o DER supervisionou a pavimentação dos 60 km até Bonito, retificando alguns trechos do antigo traçado, inclusive na serra de Monte Horebe. De quebra, a empresa contratada pavimentou os acessos rodoviários a Cajazeiras, como o do bairro dos Remédios.
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