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George Wagner

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Chico Xavier

19/04/2010 às 16h36

Por Raquel Alexandre

Ele perdeu a mãe aos cinco anos de idade. Teve que morar com a madrinha, mulher que o maltratava e que, uma vez, até o fez lamber feridas. Sua madrasta, Cidália Batista, no entanto, era uma alma boa a carinhosa. Ele tinha o olho esquerdo gravemente enfermo, problemas no coração, mas mesmo assim só tinha caridade e bondade nas suas ações com o próximo. Assim era Chico Xavier.

Biografia
Nascido em Pedro Leopoldo (Minas Gerais), este grande médium mineiro e divulgador da Doutrina Espírita, estaria completando 100 anos de vida se ainda estivesse neste plano terrestre. Filho de um operário e de uma lavadeira, após o falecimento de sua mãe (Maria João de Deus), viu seu pai dedicar-se ao trabalho e a madrinha dedicar-lhe terríveis provações.

O pai, João Cândido Xavier, que era caixeiro viajante, casou-se de novo. Sua madrasta, com carinho, fez questão de juntar a família e cuidar do menino Chico, assim como de todos os irmãos que estavam espalhados, e mesmo com todas as dificuldades que enfrentou, ele sempre fora um doce com todas as pessoas à sua volta.

Parnaso de Além Túmulo
Em 1931 apareceu-lhe o seu guia espiritual, Emmanuel. No ano seguinte edita o seu primeiro livro, “Parnaso de Além Túmulo”, onde psicografa diversas mensagens de espíritos de vários escritores parnasianistas, (entre eles o grande poeta paraibano Augusto dos Anjos), o que foi um escândalo para a época, dado ao extremo conservadorismo religioso da cidade de Pedro Leopoldo.

Em 1959, Chico mudou-se para Uberaba, dando continuidade ao seu trabalho de divulgação doutrinária e em tarefas assistenciais, aliadas ao evangélico serviço de esclarecimento e reconforto espiritual e pessoal. Reconfortou milhares de mães que esperavam mensagens de seus filhos mortos, dando esperança e provando que a vida não cessa com a morte, e de que esta é apenas uma passagem para outro plano do Criador.

Obra imensa
Sua obra, composta por 412 livros psicografados, venderam mais de 30 milhões e cópias, tendo ele cedido os direitos autorais gratuitamente às editoras espíritas e instituições que assistiam aos pobres.

Humilde ao extremo, quando alguém o elogiava ele dizia: “Ah…quem sou eu se não uma formiguinha das menores, que anda pela Terra cumprindo sua obrigação”.

Ouvia mensagem dos mortos, porém nunca esqueceu dos vivos
Para as pessoas que acreditavam, Chico era um santo, já para os descrentes uma personalidade no mínimo intrigante.

Com os desesperados, Chico tinha uma capacidade energética de transmitir paz e sensações de alívio. Sempre freqüentava hospitais e centros de reabilitação levando auxílio material, alimentos e principalmente fraternidade.

Com os portadores de hanseníase, fazia visitas constantes, distribuindo fartura em abraços, apertos de mão e sorrisos. Para os angustiados e desesperados, com idéias de suicídio, Chico sempre tinha palavras de afeto e esperança.

Histórias Curiosas de Chico Xavier

No presídio
O assunto girava em torno de uma visita a um presídio na cidade de São Paulo, que um grupo de amigos havia realizado, juntamente com o Chico.
Estávamos, sábado à tarde, no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba (MG), e era lembrado o ocorrido…
Dizia-nos o Chico, muito feliz, que recebera calorosos abraços de aproximadamente quatro mil internos daquela casa de correção.
-Imagine- começou a sorrir –que, depois de receber tantos tapinhas, eu tinha as costas doloridas…
Um moço que havia participado daquele trabalho indaga:
-Chico você viu muitos espíritos obssessores lá no presídio?
-Não!- respondeu ele. Não vi obssessores. Vi sim, muitos benfeitores amigos, muitas mães. Já não há obssessores não! Eles já fizeram o que queriam!…
Nós, que ouvimos aquela resposta, quedamos, surpreendidos pela lógica convincente.

No prostíbulo
Um amigo de seu pai o convidou para dar uma volta. Sem que Chico Xavier percebesse, foram a um bordel, e imediatamente, todas as prostitutas reconheceram Chico e se puseram a rezar. O prostíbulo se transformou em um centro espírita improvisado com a leitura do Evangelho de Jesus. Muitas prostitutas participavam então de programas de caridade organizados pelo jovem médium.

Aceitação
Já era madrugada quando a sessão terminou e a multidão continuava cercando o Chico, enquanto ele caminhava com dificuldade em direção ao carro.
Uns perguntavam sobre parentes desncarnados, outros pediam-lhe autógrafos, outros beijavam-lhe as mãos, outros o rosto, muitos entregavam-lhe cartas, mães traziam-lhe os filhinhos para que ele os tocasse.
Quando conseguimos coloca-lo no carro, perguntei-lhe:
-Chico como é possível ter tanta paz em meio a tanto tumulto?
-Aceitação.

Assim foi Chico Xavier, durante toda a sua vida, o grande apóstolo do Espiritismo, que como mensageiro de Jesus soube levar em prática a causa espírita na sua mais elevada pureza de amor, seja onde estivesse, sem preconceito de raça, religião, ou posição social, importando somente a caridade e amor com o próximo.

“Apesar de não poder voltar atrás para poder reconstruir um novo começo, todos podem recomeçar agora, e fazer um novo fim”.
Chico Xavier


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

George Wagner

George Wagner

Radialista profissional, formação em História pela UFCG e acadêmico do curso de Direito também pela UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), Campus III, de Sousa. Apresenta o Jornal da Manhã da Progresso AM, das 7h00 as 9h00 e o Observatório Político, das 18hs00 as 19hs00. (Contato: 8826-6952) Twiiter: @george_wagner

Contato: [email protected]

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George Wagner

Radialista profissional, formação em História pela UFCG e acadêmico do curso de Direito também pela UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), Campus III, de Sousa. Apresenta o Jornal da Manhã da Progresso AM, das 7h00 as 9h00 e o Observatório Político, das 18hs00 as 19hs00. (Contato: 8826-6952) Twiiter: @george_wagner

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