Caridade com Amor
Por Raquel Alexandre
Para o espiritismo a caridade é a virtude máxima, e é indiscutível que começa na família, e, em outras palavras, é o amor em movimento.
O egoísmo é a maior chaga da humanidade, pois deste decorre todas as desgraças e males que vemos e presenciamos neste mundo. Devemos ter força e coragem para combater este filho do orgulho, que é causador de todas as misérias do planeta. È a completa negação da caridade, e por fim, o maior obstáculo à felicidade que tanto desejamos.
Jesus nos deu o exemplo da caridade e Pôncio Pilatos o do egoísmo, pois, quando o primeiro, o Justo, vai percorrer as santas estações do seu martírio, o outro lava as mãos, dizendo: Que me importa! Animou-se a dizer aos judeus: Este homem é justo, por que o quereis crucificar? E, entretanto, deixa que o conduzam ao suplício.
Se eu me preocupo com o meu próximo estou amando, e praticando o que nos disse o Mestre Jesus: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”.
A verdadeira caridade
Para vivermos em equilíbrio é importante sempre praticar a caridade com amor, seja neste plano de vida material, seja no plano de vida espiritual. O egoísmo resseca, desalenta, infelicita. O amor refaz, serena, alegra, e jamais se desgasta, tanto mais quanto mais depurado é.
A caridade na sua verdadeira essência não é dar aos pobres as migalhas que sobraram, e sim é muito mais do que isso, é doação de nós mesmos aos outros, nada mais que o amor em movimento – é a grande desconhecida.
È a maior prova de amor à Deus e ao próximo. O grande problema da humanidade ainda é o de conquistá-la, pois ela não se compra nem se transfere de uns para outros. Adquire-se, construindo-a no nosso íntimo. Não é um objeto.
O verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entende Jesus é a benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas. E O Mestre Divino é o nosso maior exemplo de caridade, pois Ele doou-se a si mesmo por completo a favor da humanidade, curou os doentes, deixou sua palavra de amor ao próximo, da prática do bem, entre tantas outras formas de praticar atos de amor para com os nossos irmãos.
Doação imaterial
A verdadeira caridade é doação afetiva, desinteressada, espontânea. Traz aos que a recebe um bem-estar real, não uma felicidade momentânea.
A caridade material é importante sim, com toda a certeza, mas quando é praticada desinteressadamente, com humildade, anonimamente, e sem esperar por recompensas materiais, pois podemos ter a certeza de que Deus sempre está à par de toda a benevolência que prestamos, e sem dúvida, mais cedo ou mais tarde, seremos recompensados por Ele.
Caridade é a fraternidade que acompanha o gesto, a atitude interior. Não é o gesto visualizado. Este pode apenas querer aparecer, para merecer o aplauso mundano, conforme descreve o Evangelho.
Este ato de amor significa pensar nos outros, nas suas dificuldades. Ajudar… sem atrapalhar.
Reflexão
A caridade vai-se consolidando no nosso comportamento tanto mais quanto mais o quisermos, sem angústias ou pressas. E começa nas mais pequeninas coisas. Às vezes ajuda refletir no lado bom das pessoas mais próximas, em casa, no trabalho, na rua, ou das circunstâncias.
È importante que deixemos de pensar na caridade de cima para baixo, ou seja, como sendo você o bom e o outro o desgraçado, ou o pobre coitado, que precisa de sua ajuda, pois somos seres que caminhamos lado a lado, e em algum momento, todos necessitados do amparo mútuo.
Temos momentos melhores umas vezes, de outras têm os outros. Então poderemos algum dia precisar da caridade de alguém, e quem pensar que nunca vai precisar de ninguém, está pondo em prática o seu egoísmo e o seu orgulho.
Caridade é compromisso com Jesus
O que não resulta, por certo, é fazer cobranças às pessoas, porque é melhor convencermo-nos, em benefício próprio, que ninguém – mas mesmo ninguém – tem qualquer obrigação de ser caridoso conosco, mas, de fato, nós próprios temos a maior obrigação de ser caridosos com os demais, entendendo-os, perdoando o que houvesse a perdoar, agradecendo a generosidade com que de uma forma ou de outra nos beneficiam.
Muitas pessoas afirmam não poderem praticar a caridade porque não têm condições financeiras, ou não têm tempo disponível. Ledo engano. A caridade não tem classe social, nem cor, nem raça, e por mais curto que seja o nosso tempo, sempre teremos alguma hora disponível do nosso dia para pôr em prática esta grande bela virtude. Há diversas formas de praticarmos a caridade sincera e desinteressada mesmo que seja uma vez na vida para com os nossos irmãos.
Portanto, não precisamos ser ricos, ou ter todo o tempo do mundo para praticar a caridade, só precisamos de boa vontade, e praticarmos aquilo que está ao nosso alcance;
Necessidade da Caridade Segundo o Apóstolo Paulo
”Ainda que eu falasse todas as línguas dos homens e mesmo a língua dos anjos, se não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine”. (I Coríntios, 13:1). Indubitavelmente, não existe melhor definição de caridade do que esta que Paulo de Tarso transmitiu aos Coríntios em sua 1ªEpístola.
Nela, o apóstolo situa a prática da caridade acima de qualquer outra virtude, mesmo acima da fé e da esperança, corroborando com a afirmação de Jesus "a cada um será dado segundo as suas obras". Ele soube compreender e ensinar o que é a caridade, ao sublimar suas próprias emoções na comunhão legítima com os ensinamentos de Cristo.
Depois, a caridade não tem religião. Não existe uma caridade espírita, outra budista, etc. O amor em movimento – a caridade – é universalista, ajuda sem olhar a quem, levantando o ser para a elevação de si próprio. É louvável matar a fome e a sede a quem a tem, inquestionavelmente. Mas proporcionar-lhe educação para atender a si próprio é o mais desejável.
Caridade é, sobretudo, o AMOR que Jesus nos ensinou na sua infinita pureza:
Para o faminto – é o prato de sopa
Para o triste – é a palavra consoladora
Para o mau – é a paciência
Para o desesperado – é o auxílio do coração
Para o ignorante – é o ensino despretensioso
Para o ingrato – é o esquecimento
Para o enfermo – é a visita pessoal
Para a criança – é a proteção construtiva
Para o velho – é o braço irmão e atenção acolhedora
Para o inimigo – é o silêncio
Para o amigo – é o estímulo
Para o transviado – é o entendimento
Para o orgulhoso – é a humildade
Para o colérico – é a calma
Para o preguiçoso – é o trabalho
Para o impulsivo – é a serenidade
Para o leviano – é a tolerância
Caridade é amor, em manifestação incessante e crescente. É o sol de mil faces, brilhando para todos, e o gênio de mil mãos, amparando, indistintamente, na obra do bem, onde quer que se encontre, entre justos e injustos, bons e maus, felizes e infelizes, por que, onde estiver o Espírito do Senhor aí se derrama a claridade constante dela, a benefício do mundo inteiro.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br/colunistas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário