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Radomécio Leite

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Cajazeiras já não agüenta mais viver de promessas

08/07/2011 às 00h07

Nos últimos dias tenho me debruçado sobre os jornais editados, em Cajazeiras, no período de 1920 a 1960, coletando dados e informações que serão republicados no Gazeta, na Edição Especial do Dia da Cidade, como fazemos todos os anos, para possibilitar que os mais jovens possam tomar conhecimento de importantes fatos de nossa história.

Por incrível que pareça, desde a década de 20, os problemas de nossa cidade continuam os mesmos. Os artigos e reportagens daquela época se publicados com a data de hoje, os seus autores, talvez, não retirassem nem as virgulas.

Alguns destes artigos, embora não assinados, denominados de “cavacos de casa” ou “Problemas de Cajazeiras” eram da lavra do jornalista Antonio José de Sousa, que cobrava do poder público soluções para o destino do lixo, iluminação, calçamento de ruas, esgotos, animais soltos, recursos mal aplicados, o caótico trânsito, subserviência dos vereadores ao poder executivo, abuso de autoridade do prefeito, mortalidade infantil, questões sanitárias, segurança pública, promessas dos políticos para obras na cidade entre outras questões.

Refletindo sobre as noticias do passado, dar para fazer uma analogia com as dos dias atuais e concluir que os homens públicos pouco mudaram de mentalidade e de postura. O coronelismo, de priscas eras e o dos dias atuais, mudou apenas no formato, na apresentação, mas as atitudes permanecem as mesmas.

Cada um “chefe político” continua olhando para o seu umbigo, cujo cordão nunca foi cortado e simboliza o exercicio cada vez mais arraigado e com fortes e indeléveis traços de nepotismo no serviço público. A prática da corrupção ganhou formas mais sofisticadas e a cada dia que passa, o dinheiro que deveria servir para realizar obras, na maioria das vezes, em parte, é desviado par enriquecimento próprio.

Gastam-se milhões de reais com festas, mas não se constrói sequer uma creche para atender as centenas de crianças de nossas periferias; contratam-se centenas de servidores que nada produzem, tornando-se assim essa prática como moeda em troca de voto.

Os mandatários, instalados no poder, só pensam na reeleição e suas ações deixam de contemplar as prioridades e necessidades básicas do povo e os discursos a cada dia que passa referenda o desejo da continuidade. O povo continua sendo mero instrumento de manipulação.

Não se tem noticia de uma discussão mais ampla e profunda sobre o destino da cidade ou pelo menos um olhar para o seu futuro. Infelizmente o que temos observado é que a famosa formação de “grupos”, cada vez mais fechados, se tornou uma prática corriqueira, onde nos seus intestinos nada se tem conhecimento, nada é público.

E as promessas continuam sendo renovadas e o povo continua sendo enganado e lubridiado, basta passar os olhos nos programas de governo apresentados durante as campanhas eleitorais e se constata que menos de 10% das promessas de palanques não estão sendo ou foram cumpridas.
O povo já está cansado de ser enganado e de esperar por tantas promessas, muitas ainda da década de 20.

Consolidação
Depois de percorrer um doloroso caminho burocrático, parece que o processo de autorização do Curso de Medicina de Cajazeiras vai ser concluído. Neste último dia seis o processo foi apreciado pelo Conselho Nacional de Saúde e o curso foi “recomendado”. Nos dias quatro, cinco e seis, técnicos do Ministério da Educação/INEP, estiveram em Cajazeiras procedendo uma nova avaliação/inspeção e dentro de dez dias vai ser divulgado um novo relatório, já que outro realizado foi “zerado” e espera-se que seja positivo. Num país onde o déficit de médicos é enorme, principalmente nas cidades do interior, é inadmissível que não se faça uma política de ampliação de cursos de medicina para resolver esta cruciante realidade.
 

Radomécio Leite

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Contato: [email protected]

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