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Alexandre Costa

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Aviação regional em crise: Cajazeiras, como fica?

31/08/2024 às 09h05

Foto: divulgação/Azul Linhas Aéreas

Por Por Alexandre Costa – A recente tragédia com a aeronave da Voepass desnudou os percalços que a aviação regional enfrenta para se manter operando no Brasil. As frias estatísticas do setor mostram nitidamente isso. Iniciamos este século com 30 empresas aéreas regionais e hoje restaram apenas três: Azul Conecta, Abaeté e a Voepass.

O boom de crescimento da aviação regional no Brasil se deu logo no fim da Segunda Guerra Mundial alavancado pela grande disponibilidade de aviões menores com preços acessíveis. Fechamos a década de 1950 atendendo 400 cidades brasileiras, hoje esse número não chega a 100. No ano 2000 a aviação regional detinha 7,5% do bolo de todo mercado domestico, hoje ficou reduzido a míseros 4,8%, o menor patamar nos últimos 23 anos.

Especialistas atribuem varias causas pela crise nas empresas aéreas regionais entre elas estão um descompasso gritante, uma conta que não fecha: a maioria das despesas operacionais são em dólar e as receitas em real. O setor de transporte aéreo a aviação regional talvez seja o mais complexo e desafiador pela sua própria natureza e carece de políticas públicas de apoio e incentivo.

Nossas autoridades precisam entender que o direcionamento de recursos para apoio para aviação regional não é gasto, e sim investimento. Dados do IBGE mostram que entre 2010 e 2018 o crescimento médio anual das cidades brasileiras servidas por linhas aéreas regulares foi de 2,08%, enquanto o das cidades sem aviação regional foi em média de 1,61%. Ou seja, irrefutavelmente a aviação regional é fator de desenvolvimento econômico.

Representantes do setor estão apostando todas as fichas no Programa de Utilização do Transporte Aéreo do governo federal que prevê vultosos investimentos para estruturar 120 aeroportos regionais até 2026. Ledo engano. Ocorre que somente estruturar os aeródromos regionais não vão resolver a crise instalada no setor.

A saída está na criação de uma Agência específica [não existe no Brasil] em cada estado da federação para gerir exclusivamente a aviação regional que regulamente e estimule essa atividade com regras claras e enxutas removendo a excessiva burocracia para obtenção de autorizações, licenças e certificações e que ofereça benefícios tributários sobre combustíveis, peças de reposição, arrendamento de aeronaves e redução de tarifas aeroportuárias.

Operando há mais de um ano registrando índices satisfatórios de ocupação de assentos, a única linha Cajazeiras-Recife pode sofrer um revés nesta crise com a suspensão desta rota com um possível novo rearranjo na malha aérea regional.

O nosso aeródromo Pedro Vieira Moreira também é afetado pelo descaso com a manutenção de equipamentos e até com a sua zeladoria. O PAPI (Precision Approach Path Indicator) equipamento indicador de trajetória de aproximação de precisão, utilizado por aeronaves por propulsão a jato, está desativado há quase dois anos por falta da substituição de uma simples bateria. Quanto ao terminal de passageiros comenta-se, que a agua servida aos viajantes é custeada por um bondoso taxista. Essa é a cara da aviação regional no Brasil.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

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