Avanços e riscos da Inteligência artificial
Por Alexandre Costa – O que levou uma empresa californiana fabricante de automóveis com apenas 20 anos de existência atingir um valor de mercado de quase US$ 700 bilhões, mais do que o dobro da sua concorrente, a Toyota Motors [fundada no fim da primeira metade do século passado] a maior montadora do mundo em vendas anuais de carros? Essa resposta está inserida na saga de um empresa que apostou tudo na ciência, tecnologia e principalmente na inovação vislumbrando que a saída para se livrar dos velhos conceitos de produção automóveis de Henry Ford (1863-1947) baseados em poluidores motores a combustão, estava na produção de carros movidos à eletricidade.
Surgia aí a Tesla Motors, que se tornou um case mundial de inovação em uma indústria tradicional, mas que também atua na área de pesquisa e desenvolvimento de produtos baseados em Inteligência artificial (IA). Controlada pelo excêntrico bilionário Elon Musk, hoje a Tesla utiliza IA no desenvolvimento de um robô humanoide apelidado de Optimus e no aprimoramento da tecnologia de carros com direção autônoma além da automação avançada que otimiza nos processos de produção, a eficiência e os lucros.
O sempre visionário Musk captou que sem lançar mão da IA jamais poderia continuar desenvolver seus outros ambiciosos projetos que passam pelos magníficos foguetes Falcon 9 e a nave espacial Starship que vão permitir colonização de Marte; a Starlink uma rede interligada de satélites que oferece internet de altíssima qualidade em âmbito global até um implante cerebral, o Chip Neuralink, que permite uma simbiose entre a IA e humanos.
As proezas futuristas do Musk me remetem ao livro Admirável Mundo Novo, escrito em 1932, pelo filosofo e escritor britânico Aldous Huxley (1894-1963) o que viria a se tornar umas das maiores obras da literatura mundial. Huxley imaginava num futuro distópico, uma sociedade totalitária obcecada pelo progresso cientifico numa busca frenética de oferecer aos seus cidadãos uma utópica felicidade plena. É uma narrativa perturbadora de um futuro muito distante, próximo ao ano 2500, que envolve desde o controle social, manipulação genética e midiática e os avanços tecnológicos e seus efeitos destrutivos que colocam em risco o destino da espécie humana.
Há quase 100 anos, Huxley já previa em cenários hipotéticos, riscos existenciais da humanidade, provocados pelo avanço de uma sociedade tecnológica hoje explicitado no nosso dia a dia com o uso da inteligência artificial como, disseminação de conteúdos com informações falsas que manipulam a opinião pública, riscos de segurança que possibilitam ataques cibernéticos a governo e empresas, deflagração em larga escala de uma corrida armamentista de IA, invasão de privacidade das pessoas, ameaça à democracia com manipulações de eleições desestabilizando a ordem politica mundial e a terrível, e factível possibilidade da IA superar e subjugar a inteligência humana.
A se configurar esta possibilidade a humanidade, desde a sua existência, estará diante de um dos seus maiores desafios, que vão envolver dilemas morais e éticos frutos da contínua coexistência entre homem e maquina que pode contribuir para o seu aprimoramento ou sua total destruição.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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