As lições das urnas
Por Alexandre Costa
“Aldemir, além de lograr êxito na sua reeleição, apoiou e elegeu vários prefeitos da região do Alto Piranhas, se credencia como um possível nome para disputa de uma vaga na Câmara Federal”.
As reiteradas desculpas do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, tentando explicar o atraso na divulgação dos resultados das eleições municipais no último domingo não dissipou uma onda de suspeitas que se alastrou pelo país questionando a vulnerabilidade do sistema de apuração de votos via urnas eletrônicas. Na verdade, o sistema de contabilização de votos passou por dois problemas. O primeiro, ocasionado pela introdução de um novo servidor que unificava todos os dados do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais do país, resolvido em questão de horas. Mas, foi o segundo ataque sistemático do Cyber Team, de um grupo de hackers luso-brasileiro, que promoveu um DDoS (ataque de negação de serviço) a todos os servidores do TSE que deixou o país de cabelos em pé.
Os ataques existiram, mas as nossas velhas urnas eletrônicas ficaram imunes a essas investidas, pois não operam conectadas on-line, o que garantiu a segurança e a lisura do pleito. Apesar dos germes da contaminação ideológica trabalharem para colocar o nosso sistema de votação e contabilização de votos sob suspeita, ele se consolida a cada pleito como um dos mais seguros e modernos do mundo.
Os números frios das urnas mostraram o desempenho pífio de partidos extremistas como o PSL e PT e turbinaram partidos de centro como o DEM, PSD, PP e PSDB, estes sim, os grandes vencedores da disputa. Enquanto o PT definha, perdendo a sua hegemonia, deixando a esquerda nanica e fragmentada onde apenas o PSOL desponta com um certo brilho, continuando na disputa para o segundo turno em colégios eleitorais importantes como São Paulo, Porto Alegre e Belém.
Aqui na Paraíba, a abertura das urnas da capital do estado revelou a derrocada do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), alvo principal da Operação Calvário, com apenas 10% da votação, amargando uma humilhante sexta posição. Se condenado e enquadrado na Lei Ficha Limpa, Coutinho ruma para o ostracismo político, sepultando de vez uma das maiores lideranças políticas do estado.
Restando na disputa para o segundo turno, o radialista cajazeirense Nilvan Ferreira (MDB), neófito em política, vai para a disputa com Cicero Lucena (PP), ex-governador, ex-ministro de Estado, ex-prefeito da capital, uma raposa velha da política paraibana. Será um embate que promete lances eletrizantes, que tem como pano de fundo a formação, em ambos os lados, de um arco de alianças com partidos derrotados no pleito já vislumbrando a campanha para o Governo do Estado em 2022.
Em Cajazeiras José Aldemir (PP) sai fortalecido das urnas com 48,08% dos votos válidos, conseguindo se reeleger com folga, desbancando seus dois maiores grupos políticos adversários comandados por Carlos Antônio e Jeová Campos, assumindo a hegemonia política de um dos mais importantes colégios eleitorais da Paraíba. Aldemir, além de lograr êxito na sua reeleição, apoiou e elegeu vários prefeitos da região do Alto Piranhas, se credenciando como um possível nome para disputa de uma vaga na Câmara Federal.
Tivemos uma campanha medíocre, sem renovação de candidatos, marcada por deprimentes agressões pessoais, debates estéreis que em nada contribuíram em propostas e compromissos para resolvermos os nossos principais problemas estruturais de urbanismo e mobilidade urbana. Uma lástima!
(*) Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro com MBA em Gestão Estratégica de Negócios, empresário, presidente da CDL Cz, diretor da Fecomércio PB e membro da ACAL.
Cajazeiras, novembro de 2020
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