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José Antonio

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Arquivo Cajazeiras: Pág da história a ser construída

28/09/2017 às 18h44

Arquivo público - Imagem Ilustrativa. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília.

Por onde anda o arquivo público de Cajazeiras? Como está sendo guardado? Em que estado de conservação se encontra? São questões que ainda não sei responder.

Nas pesquisas que venho realizando na tentativa de construir um documento sobre a História de Cajazeiras, a partir da ocupação pelos fundadores da cidade: Vital de Sousa Rolim e Ana de Albuquerque tenho encontrado muitas dificuldades, porque, infelizmente, não tivemos a capacidade e muito menos a educação e o (des)conhecimento da importância destes documentos para a nossa memória histórica.

Quem andou salvando valiosos documentos de nossa história foi o Padre Fernando Gomes, que ao se deparar com o estado em que se encontravam, paciente e cuidadosamente tomou a iniciativa de manuscrevê-los, dentre eles o primeiro livro de tombo da Paróquia de Cajazeiras, (o segundo não deu para recuperar), além do livro de ata da restauração do Colégio Diocesano Padre Rolim no ano de 1903, e ainda dos registros da vida deste colégio até o ano de 1937, uma preciosidade que foi encontrada abandonada numa das ruas de nossa cidade. Tenho dito que o resgate destes manuscritos foi mais um milagre operado pelo Padre Rolim.

Por que os grandes homens públicos sempre se preocuparam em instalar, conservar e manter os arquivos de suas ações administrativas? Eles têm o alcance e sabem da importância destas fontes para os futuros pesquisadores para que possam escrever com isenção, à luz dos documentos, uma história mais próxima da verdade.

Volto a indagar: por onde andam os documentos públicos de Cajazeiras? Talvez, esteja mais do que na hora, de construirmos um espaço para sua acomodação e preservação e incentivarmos os estudantes a fazerem pesquisas, via concurso, sobre determinada gestão, além de estudos sobre o processo evolutivo de nosso município.

Infelizmente a nossa memória fotográfica quase não existe e a que sobreviveu e sobrevive se encontra nas mãos de particulares e de famílias, cujos herdeiros, muitas vezes a jogam fora por se tratar das tralhas de família, a exemplo de meia dúzia delas, de um valor histórico imensurável foram milagrosamente encontradas por uma pessoa que sabia de seus valores e as resgatou de um caixa cujo destino seria o lixão da cidade.

Há poucos dias atrás recebi um telefonema de uma pessoa amiga me avisando que uma rica quantidade de livros, que pertencera a um grande filho desta terra, fora jogada no leito da rua. Alguns ainda foram salvos e recolhidos ao Instituto Histórico e a maioria já havia sido extraviado.

Outro dia, passando por uma das ruas de nossa cidade vi na calçada várias caixas de papelão com livros, documentos e fotografias que pertencera a um cidadão que muito contribuiu com o crescimento de Cajazeiras, já falecido, bem como sua esposa e de joelhos ainda consegui resgatar alguns.

Fui convidado há algum tempo atrás para ver o que havia sobrado do acervo da família Matos de Sá e fiquei impressionado com o que vi no Sítio Cocodé: num espaço que servia de garagem estava parte das memórias de Clóvis e Aldo Matos de Sá, de Aprígio Sá e de sua esposa Adalgisa Matos e fui comunicado: veja o que lhe interessa aí destas tralhas porque o resto nós vamos tocar fogo. Que tristeza! Uma parte da história de Cajazeiras, construída com tanto amor ia virar fumaça.

E entre um episódio e outro a nossa memória vai morrendo aos poucos.

Vamos pelo menos preservar o arquivo público para que ele no futuro não sirva como fogueira de São João.

Mas vamos exaltar: os filhos e netos de Cristiano Cartaxo que nos brindaram com um livro cheio de documentos e fotos de nosso poeta e meu professor de francês e Reudesman Lopes pelo excelente trabalho que fez sobre sua mãe, a nossa eterna, inesquecível e querida amiga Nazaré Lopes. São registros para a eternidade.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

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