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José Antonio

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Águas do São Francisco vão chegar e o que vamos fazer

15/01/2021 às 10h29

Rio São Francisco

Por José Antônio

Em julho do ano passado fiz uma pergunta quase idêntica a esta: como vamos aproveitar esta imensa riqueza que vai passar por todo o leste do município de Cajazeiras?

Pelas projeções, depois do troca-troca das empresas, mudança de governo existe a possibilidade de que até o final deste ano as águas comecem a chegar ao Açude de Engenheiro Avidos, município de Cajazeiras, para daí perenizar o Piranhas, passando pelo açude de São Gonçalo, em Sousa, até chegar à grande Barragem de Açu e ainda até desembocar no Oceano Atlântico, nas costas do Rio Grande do Norte.

Ao longo do tempo quem mais se beneficiou das águas armazenadas nestes mananciais foi o município de Sousa, que o proporcionou se tornar um grande produtor de coco e de banana e de ter uma valiosa bacia leiteira.

As águas do Piranhas foram poucas aproveitadas pelos ribeirinhos cajazeirenses, com raras exceções, a exemplo do Antonio Rolim Cartaxo, que em sua fazenda Santa Catarina, tinha uma exuberante produção de goiaba e banana e praticamente se tornara quase o único fornecedor para a indústria Rio Verde, que produzia doces de excelente qualidade e exportava para todo Brasil. Hoje, infelizmente, Antonio e a Rio Verde fazem parte apenas da História Econômica de Cajazeiras.

Uma pergunta: quando estas águas chegarem será que vamos deixá-las percorrer toda a faixa leste do município de Cajazeiras sem utilizá-las? Quais os grandes projetos que poderíamos executar para transformar o município num dos maiores produtores de frutas e outras culturas? Não devemos esquecer que esta valiosa riqueza que sempre passou na nossa porta fez o crescimento de Sousa e de vários municípios do Rio Grande do Norte?

Não estaria na hora de uma convocação dos ribeirinhos para um amplo debate e descobrir o potencial de cada um e a partir daí lhe prestar todas as informações técnicas, incentivos financeiros e estudos de mercado? Temos inúmeras alternativas: produziríamos frutas, pastos para rebanhos ovinos e caprinos, peixes em tanques, canaviais para produção de cachaça ou rapadura, plantas floríferas para produção de mel, mandioca para fabricar a fécula e a farinha, grandes campos de milho, feijão e algodão.

Os exemplos estão em varias regiões do semiárido e em terras de qualidades inferiores as nossas: está aí Petrolina exportando frutas para o mundo, Mossoró alcançando o titulo de maior produtor de melão do mundo, Cabrobó colhe uma super produção de cebola de excelente qualidade.

Não tenho conhecimento de nenhum movimento, audiência pública (que está na moda), seminário, simpósio ou debate em torno deste assunto, mas isto não significa que devemos continuar de braços cruzados esperando que só com água se faça o milagre da reprodução. Repito: não devemos perder tempo.

As águas do Piranhas, misturadas com as do São Francisco não podem passar candidamente em nossa porta e servirem apenas para deleite e gostosos banhos, mas que as transformemos e a multipliquemos em riqueza.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

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