A testemunha viva de um passado glorioso 2.0
Por Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira – Caros leitores. Fiquei impressionado com a repercussão do texto que escrevi sobre nosso monumento vivo José Cavalcanti, mas entre as citações elogiosas, vi algumas críticas que considero injustas, e venho ”botar os pingos nos is”. Um desses comentários falava acerca de nosso concidadão “não ter feito grandes coisas por Cajazeiras”. Seria coisa de quem desconhece a trajetória e o modus operandi do nosso homenageado. Esse é ao contrário de seu amigo João Claudino, é um comerciante e pecuarista, enquanto o outro, acrescenta a indústria em seu cartel de atividades, e enquanto os lucros do comércio são parte de um lucro muito maior de uma montadora por exemplo, e a pecuária precisa de se investir em formação de pasto, obtenção de água, e se ter a paciência de ver o bezerro de transformar em um animal comercializável, na indústria, os lucros são maiores e quase imediatos, mas nosso concidadão, sempre que foi solicitado para dar sua contribuição para uma causa que ele achava justa, nunca deixou de atender, mas não vivia entregando seu dinheiro auferido pelo comércio para financiar a todo mundo que pedisse, pois o que tem de gente que faz mau uso do dinheiro recebido dessa forma, é absurdo, e sem futuro. Diferentemente de João Claudino, que passava uma semana aqui em Cajazeiras e podia se dar a esse luxo, depois voltava para Teresina e lá ficava por longos períodos, Cavalcanti foi membro o Rotary, e contribuiu com todas as obras socais de nosso principal clube de serviço, as igrejas quando iam fazer uma reforma, era o primeiro nome a ser lembrado, e acho que nunca faltou. Mas o caso dos Claudinos é diferente: eles têm o abrigo Joca Claudino em Cajazeiras, mas antes disso, já vinham fazendo obras sociais pelas cidades de onde vieram, como Luiz Gomes e Uiraúna, somente para dar dois exemplos. No caso de Uiraúna, eles tem uma pessoa da família, se não me falha a memória, Fátima Claudino Galiza, que leva à frente essa missão de maneira integral e de forma extremamente competente. Quando por motivo do centenário da passagem da Coluna Prestes por Uiraúna, fomos representar Cajazeiras juntamente com outros colegas, ela nos mostrou a sede da banda de musica/orquestra de lá e da ampliação. Como era de estrutura metálica e eu trabalho com esse tipo de construção, notei um hiperdimensionamento nessa estrutura. E comuniquei a ela. Pronto: ela ficou furiosa, e depois eu recebi um telefonema de Teresina para explicar esse hiperdimensionamento; ou seja, as obras e os projetos dos Claudinos por lá estão bem entregues.
Se é possível achar uma falha na forma de empreender de Cavalcanti, é a sua bondade. Ele tem determinadas pessoas de sua confiança que não são supervisionadas de modo estritamente profissional. Não que isso vá colocar em risco seus empreendimentos, mas vou contar um episódio que por acaso soube de um inquilino meu que tem uma oficina de motos. Ele era um dos melhores mecânicos da concessionária de Cajazeiras, e era convocado para consertar veículos de outras concessionárias da região. Pois bem. Ele saía daqui de madrugada e passava o dia em Itaporanga, em Uiraúna, etc., consertando as motos mais problemáticas. Quando foi receber seu salário, viu que suas diárias tinham sido divididas com os outros mecânicos que não tinham se deslocado para essas outras cidades. Então ele pediu que dessem baixa na sua carteira, pois não ia trabalhar para os outros receberem. Uma coisa dessas, se chegasse ao conhecimento de Cavalcanti, teria sido corrigida imediatamente, mas não sei se chegou, nem chequei essa informação. Existem mais de 50 bons mecânicos de Motos em Cajazeiras, e meu inquilino já deve ser sido substituído, Tenho um caso similar na nossa empresa, o pesador ficava passando para um comprador as cores dos fios melhores, e esse mandava adiantado o dinheiro dessas cores, e a gente ficava com as cores fracas, sem saída. Nosso gerente filmou um desses telefonemas, e comunicou à diretoria, mas por conta do pesador ser família do gerente do escritório da época, quem foi despedido foi o que denunciou. Resultado: vendemos o restante do fio com prejuízo, e finalmente a empresa, por essas e por outas coisas semelhantes, fechou.
O demônio mora nos detalhes…
Cajazeiras, 27 de abril de 2023.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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