A representação popular
Os representantes do povo são queridos e amados pelos eleitores, certo? Errado!
Embora eleitos pelo voto popular, deputados e senadores fazem parte de um grupo de agentes públicos hoje odiados pela população.
A lógica seria que o eleito fosse admirado e respeitado pelo eleitor, partindo-se do princípio que a escolha deste foi criteriosa.
Fato é que, bem ou mal escolhidos, nossos representantes tão logo conquistam o mandato, se distanciam do povo. É como se do processo, o povo só tenha importância na hora do voto. Feita sua escolha, ele deve ir para casa cuidar da família e deixar seus ‘representantes’ cuidarem da res publica.
Desta forma, a liga que unia eleitor e eleito é rompida e só quatro anos depois o povo volta a ter importância, convocado que é para votar.
Distanciados do seu poder originário, deputados e senadores perdem a sintonia popular e suas frequências só captam os sinais oriundos dos palácios do Jaburu e do Planalto e da esplanada dos Ministérios.
Assim, o que o povo pensa, quer, deseja, almeja, não tem a menor importância para deputados e senadores, com raras exceções.
Resultado disso é um sentimento popular de uma representação que não representa! É o sentimento de que o voto não garante representação! Votações e aprovações de projetos impopulares no Congresso Nacional são a comprovação cabal dessa falta de liame entre eleitor e eleito, depois da posse.
A tal ponto que, pesquisa recente do Datafolha aponta que 60% dos brasileiros consideram ruim ou péssimo o trabalho parlamentar de deputados e senadores, com apenas 5% aprovando suas atuações.
Ora, para quem ostenta o título de representante do povo, 60% de rejeição rompe completamente isso. Ou seja, eleitos foram, mas não estão a representar quem lhes deu a condição de parlamentares.
Se isso realmente chegar às urnas em outubro próximo, não tenho dúvidas de que teremos caras novas na Câmara e no Senado a nos representar. Eu disse representar, porque se for só “representar”, mais quatro anos de distanciamento e outras caras novas surgirão. Até que os eleitos entendam que ou representam o povo ou o povo não lhes quer mais!
S O L T A S
*A deputada estadual Estela Bezerra (PSB) acha que 60% de rejeição popular aos deputados federais e senadores ainda é pouco. “`Pelo que eles estão fazendo imaginava que seria ainda mais alta”, disse ela.
*Não bastou entregar o pré-sal a preço de banana em fim de feira para empresas petrolíferas estrangeiras. Era preciso mais. Aí o executivo edita a MP 795 que isenta essas empresas do pagamento de impostos pelos próximos 25 anos. Algo em torno de 1 trilhão de reais. Com apoio de deputados e senadores!
*Precisou um palhaço usar a palavra na Câmara para dizer aos deputados o que o povo gostaria de dizer: “saio decepcionado com a política.”
*O ex-prefeito Carlos Antônio é condenado a pagamento de multa de R$ 40 mil e perda dos direitos políticos por cinco anos. Parece notícia requentada, SQN.
*O governo Temer se comprometeu com as obras da adutora de Piancó e nada. Cansado de esperar, o governador Ricardo Coutinho decidiu bancar a obra e determinou sua licitação com recursos próprios. Obra de R$ 3 milhões.
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