A pandemia, o desemprego e os hipócritas
Por Alexandre Costa
“O acordo incestuoso entre a Justiça Eleitoral e Congresso Nacional que permitiu as eleições de 2020 foi a causa principal do recrudescimento dos casos da COVID -19 no Brasil”
Após quatro dias do encerramentos das eleições municipais de 2020, o diretor da Unimed/João Pessoa, Gualter Ramalho, controladora do mais importante nosocômio da rede privada do estado , o conhecido Hospital da UNIMED, alertou a toda Paraíba sobre a alta crescente de ocupação de leitos de UTI para tratamento de COVID 19 atingindo a preocupante marca de mais 80% de ocupação e um aumento considerável de atendimentos de pacientes com síndrome gripal, 25% mais casos do que no pico da pandemia registrado no último mês de maio. O preocupante depoimento do diretor da UNIMED, juntamente com outro fato mais grave, o anuncio ás pressas, do Secretário de Saúde do Estado, Dr. Geraldo Medeiros, da reativação de mais novos leitos para Covid -19 para rede de hospitais do estado. São dados irrefutáveis do impiedoso recrudescimento da taxa de contaminação da COVID-19 em todo o Estado da Paraíba. Não necessitaria ser epidemiologista ou ter bola de cristal para antever a materialização desse cenário, não só na Paraíba, mas em todo o Brasil, depois do acordo incestuoso entre o Congresso Nacional e a Justiça Eleitoral que permitiu a realização do último pleito eleitoral em plena pandemia da COVID 19.
Esta foi a principal causa do recrudescimento dos casos de COVID 19 no Brasil. E a conta da irresponsabilidade extrema chegou: A media dos casos subiu de 16,1 mil no início da pandemia para mais de 35,0 mil até o final de novembro. Uma alta de mais de 120%. A história haverá de julgar os chefes desses dois poderes, que a pretexto de salvaguardar a democracia, embarcaram em uma obscura e hipócrita defesa da realização da eleição a qualquer preço sem medir as previsíveis consequências desrespeitando o maior e inalienável bem do ser humano. A Vida.
Peço desculpas aos meus caros e diletos leitores pelo meu desabafo, porque sei a fundo o drama e a angustia de conviver com parentes infectados, também fui uma das vítimas da COVID 19, consegui sobreviver graças ao meu pai eterno, mas perdi uma irmã, uma medica geriatra que prestava serviços a esse mesmo hospital da UNIMED, Dra. Fatima Cartaxo Costa, vítima dessa implacável doença.
Enquanto isso, além de estarmos sendo fustigados impiedosamente, pela maior crise sanitária que se abateu sobre humanidade no mundo moderno, ainda somos vítimas de um dos principais impactos econômicos provocados diretamente pela doença: O desemprego. O quadro é devastador, segundo números do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística através da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio) Continua fechamos o penúltimo trimestre de 2020 com uma taxa recorde de desemprego de 14,6%; 14,1 milhões de brasileiros sem emprego, sendo 31,6 milhões na trabalhando na informalidade sem registro na carteira de trabalho, foram mais de 1,3 milhão de que passaram a engrossar a fila em busca de um trabalho no brasil. Neste período apenas dois setores geraram vagas de trabalho, o agronegócio, que literalmente leva o pais nas costa, com um aumento 3,8% , seguido da construção com 7,5%. O leitor mais atento deve estar a perguntar: E o crescimento em “V” do Ministro da Economia Paulo Guedes? Na verdade, segundo o CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados registrou em outubro, aumento de quase 400 mil novos empregos número de novos empregos. É quarto mês consecutivo de saldo positivo desde 1992 e considera apenas o mercado formal de trabalho. Apenas um alento.
Quais as perspectivas reais para reverter este quadro para 2021? O futuro é nebuloso. Acredito que somente com o advento de uma vacina eficaz é que poderemos mudar esse jogo. Até lá o Governo Federal vai ter que prorrogar todas as medidas econômicas de enfrentamento a COVID-19 passando pelo o auxilio emergencial, prorrogação e suspenção de contratos de trabalho, manter linhas de créditos para o empresariado para evitar o colapso na economia. Os grandes questionamentos que ficam são: Até quando o caixa do governo suportará essa sangria de recursos que já gerou nos já combalidos cofres da União um rombo de mais 700 bilhões de reais de e déficit (cerca de 10% do PIB) nas contas públicas? O grande risco que corremos com esse monumental desarranjo fiscal é despertarmos um dragão adormecido há 26 anos, que por décadas seguidas esmagou o povo brasileiro. A inflação!
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