A fotografia em minha vida
Por José Antonio
“O fotógrafo é um poeta que a partir do seu olhar proclama versos eternizados nas imagens de sua arte” (Warley Tomaz)
A primeira vez que posei para tirar uma fotografia foi no primeiro ano de vida, vestido em uma roupa fofa, com cabelo longo e cacheado, sentado numa cadeira de braços, de palinha e de duplo assento e sorridente. Todo este cenário foi preparado por minha mãe, incluindo a roupa costurada por ela. Já se passaram 75 anos.
O segundo registro de minha imagem foi aos oito anos de idade, no dia da minha Primeira Comunhão, realizada na Capela de Nossa Senhora Aparecida, no Distrito de Engenheiro Avidos. A fotografia foi tirada tendo como fundo uma casa de tijolos sem reboco, de péssima qualidade.
Estas são as fotografias mais representativas, do ponto de vista histórico, de minha vida. Caso meus pais tenham tirado outras, não foram preservadas. Uma das mágoas de meu pai, que ficou órfão aos oito anos de idade, era a de não ter um registro fotográfico de meu avô.
Meu pai adorava tirar fotografia, fazia inclusive pose, como se um modelo fosse. Quando passamos a morar em Cajazeiras, em 1954, adotou Nogueirinha como fotografo da família, foi a partir daí, que temos preservados belas imagens de minha avó paterna, Isabel, conhecida por Bilinha, de meus avós maternos, Trajano e Benvinda e de meus pais. E como à época não era tão barato ficar fazendo fotografia no Studio de Nogueirinha, quando completei 18 anos de idade, meu pai mandou que eu posasse para ele. Todas estas cinquentenárias fotografias estão em perfeito estado.
Mas quem me fez ficar apaixonado pela arte de fotografar foi Cícero Batista, principalmente, no período em que fiz o Curso Ginasial, 1960/63, no Colégio Diocesano Padre Rolim e eu me escalava como retratista oficial dos desfiles de Sete de Setembro e do Dia da Cidade, e Monsenhor Vicente Freitas, que também adorava fotografias, me liberava do desfile, fato que me deixava bastante alegre, porque devido ao meu tamanho era o último da fila e ia comendo poeira e servindo de gozação. Este meu acervo anda rodando o mundo por aí, via internet, sem nenhum crédito.
Depois de Nogueirinha quem ficou fazendo as fotografias da família foi Cícero Batista e dos eventos comerciais que o Armazém Rio Piranhas promovia.
Foi Cicero quem fez as fotografias de minha colação de grau, do Curso de História, na Universidade Católica de Pernambuco, em 1970, na cidade do Recife, bem como as de meu casamento com Antonieta, na cidade de Alexandria, em 10 de junho de 1971. Éramos grandes amigos e sabia revelar filmes em preto e branco como ninguém e as reproduzia do tamanho que o cliente desejasse, a exemplo de uma do meu casamento que tem 50X150 cm. Uma beleza.
Francisco Batista de Sousa. Nasceu no dia 24 de Novembro de 1927. Faleceu no dia 8 de Junho de 1983. Natural de Nazarezinho-PB. Foi casado com Elzení Batista dos Anjos (Professora do Grupo Escolar D. Moisés Coelho) e desta união nasceram os filhos: Manuel Arsênio Batista, José Airton Batista, Francisco de Assis Batista, Maria de Fátima Batista, Elânia Batista e Jeânson Delmar Batista.
Parte do acervo de Nogueirinha chegou até às mãos de Cícero, que o reproduziu para várias famílias, inclusive a nossa.
Salve os nossos fotógrafos atuais, em especial José Cavalcante, que tem demonstrado ter uma sensibilidade poética ao fotografar as pessoas, os fatos, a natureza e nossa cidade.
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