A espiritualidade do Natal
Por Maria do Carmo
As luzes iluminam a Terra, a humanidade se prepara para celebrar o aniversário da vinda do “Messias Prometido”. Sobre as palhas de uma manjedoura repousava uma criança: “Rei dos Reis” que não tinha cajado nem trono, mas o sinal de que uma vez feito homem ensinaria através da prática da justiça, da fraternidade e do perdão a maior lição de amor universal.
Jesus veio com a boa nova de “amar ao próximo como a si mesmo”, muitas vezes esta lição de tamanha magnitude é esquecida pela humanidade. As motivações para o ódio, a ambição, a inveja, a falsidade, o orgulho e a insensatez transformam as criaturas levando-as para a obscuridade, as ingratidões, materialismo e as maldades: são as fraquezas humanas, no entanto, a misericórdia divina é infinita. A humildade nos pedidos à onipotência do Deus Menino a graça para a libertação dos maus pensamentos e mais vigilâncias nos atos é um bom sinal de renovação espiritual, acender sempre a lanterna cujo clarão do espírito humanitário ajuda a enxergar e respeitar as virtudes do próximo como também a preocupação com o sofrimento do outro. É Natal! O tempo para tornar estes gestos uma constante na vida.
Implorar do Menino Jesus pelas pessoas sofridas, a fim das mesmas se sentirem fortalecidas frente às dificuldades e perseverantes na caminhada da vida. Para aquelas que se encontram doentes nos leitos dos hospitais ou na sua própria morada, alento nas suas dores e resignação; sensatez dos familiares na assistência aos seus enfermos e idosos sempre consolados e fortalecidos pela fé no altíssimo Jesus. Aos familiares que perderam seus entes queridos vitimadas pela pandemia da COVID-19 e por acidentes, assassinatos ou morte natural; a confiança e amparo no Deus-menino.
Se a noite de natal é celebrada com festas entre as famílias, tantas outras veem como uma noite comum: sem perspectiva na subvida de humanos desamparados, desvalidos, na miséria, sem comida, sem teto, sem emprego. Diante da triste situação o que poderia ser feito? Será que cabe aos mais sensatos dar o seu primeiro passo nas ações caritativas: como doações materiais e palavra de alento, participação popular através das reivindicações favor dos direitos e dignidade dos menos favorecidos?
Luz para as pessoas do campo político, preservando a honestidade com o verdadeiro objetivo de trabalhar pelo bem comum honrando a sua credibilidade no exercício do poder. Que os jovens condutores dos veículos automotores dirijam com prudência, respeitando as leis do trânsito numa atitude de amor e respeito a sua própria vida e também a dos outros; que e os usuários de drogas busquem o caminho da cura e da regeneração se libertando das torturas mentais e do desamparo social causados pela droga; que os detentos nos presídios busquem o entendimento de que o recuo social é uma forma para a regeneração e reintegração na sociedade.
Que a simbologia do Menino Jesus não seja resumida a ideia consumista que muitas famílias interpretam de forma errônea trocando pela abstração de um presente que Papai Noel traz na mochila. O natal tem o significado profundo e permanente do sentimento do amor ao próximo através da principal meta: a prática da fraternidade entre os nossos semelhantes. Que as pessoas compreendam que viver o espírito natalino é se permitir à mudança interior ou a mudança íntima, através da luz do raciocínio, ter a percepção de que a solidariedade, benevolência e a indulgência são os pilares da humanização nos quais se encontram os verdadeiros gestos da prática do amor fraterno entre as pessoas.
Os anjos tocam as trombetas e alegram o mundo em agradecimento ao Deus-Menino pelo dom da vida, pelos laços de amor entre as famílias e o companheirismo nas amizades, pelas dificuldades contornadas e sofrimentos superados, pelas oportunidades as quais se tornaram sonhos realizados e pela humildade de aceitar o que não foi conquistado neste ano, mas persistir que a chama da esperança continue sempre acesa para as futuras realizações no ano novo. Pela resignação na difícil realidade encarada neste momento difícil de uma pandemia mundial, com a gratidão ao divino na conformação nos sofrimentos e na perseverança de um tempo novo que há de vim. Cientes das dificuldades, porém encorajados. Um “Feliz Natal e Feliz Ano Novo” entre o repicar dos sinos: uma Súplica de Natal:
Na noite de natal santificada, em maravilhas de luzes. Sobem preces, cantam vozes, lembrando-Te meu Jesus!Entre as doces alegrias de Teu Natal, meu Senhor. Volve ao mundo escuro e triste, os olhos cheios de amor. Repara conosco a terra. Angustiada e ferida. Perdoa, Mestre Amado, os erros de nossa vida. Onde puseste a alegria da paz, da misericórdia. Desabam tormentas rudes de iniqüidade e discórdia. No lugar, onde plantastes as árvores da união. Vivem monstros implacáveis de dor e separação. Ao longo de Teus caminhos sublimes e abençoados, surgem trevas pavorosas de abismos escancarados. Ao invés de Teus ensinos de caridade e de perdão, predomina sobre os homens a sombra, o crime, a opressão. Perdoa Mestre, aos que vivem erguendo-Te a nova cruz! Dá-nos, ainda a bonança de Tua divina luz. Desculpa o mundo infeliz, distantes da lei do bem, releva as destruições da humana Jerusalém. Se a inteligência dos homens claudicou e recaiu, a Tua paz não mudou e o teu amor não dormiu. Por isso, ó Pastor Divino, nos júbilos do Natal, saudamos a Tua estrela de vida excelsa e imortal. Que o mundo te guarde a lei, pela fé que nos conduz Das sombras de nossa vida. Ao reino da Tua Luz!…(Casimiro Cunha In Antologia Mediúnica do Natal, Francisco Cândido Xavier)
Professora Maria do Carmo de Santana
Cajazeiras, 24 de Dezembro de 2021
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