A crise nos municípios sertanejos
Por José Anchieta
A crise financeira vivida pelo país, uma das maiores da história, tem refletido duramente na vida da população. Isso não é mais nenhuma novidade. Aliás, os economistas já vinham advertindo para essa realidade desde o final de 2014.
Esse quadro tem gerado muita insatisfação nas gestões municipais, que reclamam de constantes quedas de receitas e, consequentemente, de dificuldades para realizar investimentos. Nessa esteira, estão muitas gestões da região, alegando falta de condições para as ações que consideram fundamentais em favor dos seus munícipes.
Pois bem, a crise é inegável, mas a grande questão que se coloca, agora, é a necessidade de se encontrar alternativas para superar as dificuldades. Na região, por exemplo, há diferenças entre as gestões. Umas estão bem, outras não. Algumas poucas estão pagando a folha de pessoal dentro do mês trabalhado e realizando algumas obras, enquanto outras não conseguem fazer o mesmo. E porque isso acontece? Eis, portanto, apenas um ponto que mostra, claramente, a diferença nos modelos de administrar os recursos públicos.
Para alguns observadores, os gestores municipais precisam, urgentemente, encarar essa realidade com mais seriedade e compromisso público. Por que uns podem e outros não? É preciso planejar melhor, a partir do próprio enxugamento da máquina pública. Há, em muitos casos, um número exagerado de cargos comissionados apenas para cumprir compromissos partidários, além de outros gastos que poderiam ser evitados e revertidos em favor de ações coletivas.
O momento, segundo fontes credenciadas de Brasília, é difícil e sem perspectiva de soluções imediatas. Esta semana, o senador paraibano Raimundo Lira, declarou à imprensa, que não vê saída para a crise econômica, se não houver solução para a crise política, que vem se arrastando desde o ano passado.
Esse é um depoimento, certamente, de quem vem acompanhando o momento político nacional. E precisa ser levado em consideração pelos prefeitos sertanejos, no sentido de buscar os caminhos para um melhor desempenho de suas gestões. Planejar e controlar parecem ser as palavras de ordem, diante do atual cenário de muitas indefinições. Se assim não foi feito, dificilmente, haverá condições para se discutir e apresentar prioridades nas áreas mais essenciais.
É, portanto, em momentos de enormes dificuldades que se revelam os grandes administradores. Os nossos gestores sertanejos não podem ficar apenas se lamentando, ou usando a crise como desculpa para tudo. A sociedade já tão sofrida com seca, alta de preços e outras mazelas, continua pagando seus impostos e cobra com muita razão ações e serviços de qualidade, principalmente nos setores de saúde, educação, habitação, saneamento e pavimentação. E agora, mais do que nunca, isso será cobrado com muito mais intensidade, porque é ano de eleições e de muito debate político nos municípios do nosso Sertão.
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