A Crise é do Capitalismo e não dos…
A crise financeira internacional que ora põe em alerta todos os demais países do mundo não constitui nenhuma novidade para os que vêem a história, além de um aprendizado, como um verdadeiro edifício também construído pela argamassa do capitalismo planetário.
A crise, portanto é cíclica. Um círculo-vicioso, um câncer envelhecido, há anos camuflado pela elite internacional e seus governos.
Apenas os efeitos dela é que são democratizados, vez que mais cedo ou mais tarde (em maior ou menor grau)as diversas nações do globo haverão de pagar sua cota de sofrimento. Especialmente os países chamados periféricos do terceiro mundo e/ou emergentes. E nem é preciso ser bom historiador para perceber que, de tempos em tempos, a crise do capital sempre retorna como que mostrando aos contumazes dirigentes do caos que o capitalismo é um sistema apodrecido, que já se aproxima da sua exaustão. Assim como a forma exacerbada de consumo e desperdício que impõem as sociedades do mundo em relação a natureza e as recursos naturais. É evidente desde agora os grandes equívocos que o modelo capitalista encerra no seu arcabouço econômico-financeiro.
Em suma, é um modelo sustentado pelo egoísmo, a pilhagem, o vilipêndio, o estiolamento e as contradições de toda sorte. De modo que nada disso pode servir por mais tempo a humanidade, sobretudo aos que Marx chamou de proletariado.
A crise já era algo esperado pelos que se sentem de alguma forma, donos do mundo e do poder. A fase atual do capitalismo – o imperialismo, adentra o século XXI dizendo a que veio, isto é, que o caos está apenas começando. Esta é a principal razão de todo o silêncio do Governo norte-americano – o epicentro deste verdadeiro Tsunami financeiro, bem como de todos os seus asseclas da exploração internacional por intermédio do seu capital especulativo.
Mesmo distante o que ocorreu em 1929 parece não ter servido como aprendizado aos agentes da ciranda financeira internacional. Mas o processo histórico é de fato inexorável. A história não costuma ser tão pródiga nesta questão e, tampouco fazer concessões aos que se imaginam donos da verdade e por isso fazem vista grossa para a dialética das vicissitudes sociais. Mesmo que a história só se repita como farsa como também nos ensinou o autor do Capital.
Enquanto a economia mundial não se dispuser a tomar outro rumo, nós os pobres da periferia planetária ainda haveremos de experimentar momentos de dificuldades, muito mais críticos e cada vez mais exíguos nos seus intervalos de ocorrências. A má distribuição da renda mundial geradora dos altos índices de desigualdades e outros males; a diminuição do estado, a privatização dos serviços públicos e sociais elementares; a macro valorização do sistema bancário e do lucro; a agiotagem internacional expressa nas dívidas externas e internas; a não valorização da economia produtiva ante o trabalho, a ciranda financeira; a mercantilização de serviços essenciais como saúde, educação e cultura, dentre outros; poderão comprometer ainda mais a vida de diversos países espalhados pelo mundo inteiro.
Todas estas questões possuem um interessado em comum e direto: os EUA juntamente com todos os seus apaniguados capitalistas. Este mecanismo é o modo mais prático que encontraram para o desmantelamento de estados autônomos(que ousaram seguir outro rumo) e a fabricação da miséria no resto do mundo e, assim puderem lucrar cada vez mais com tudo isso.
A crise não pode ser outra coisa, que não o resultado natural desta política absurda e desumana implantada há várias décadas pelos imperialistas da corte mundial.
É urgente que se invista no social. Que ponham fim às dívidas externas que sagram de morte populações inteiras de pobres e miseráveis pelo mundo afora. É preciso que se plante a solidariedade internacional, para uma coexistência pacífica e justiça social. Do contrário nada de bom poderá ser colhido no futuro em relação aos povos em escala internacional. Estaremos sempre às portas de uma guerra social estabelecida na medida que grandes somas de ativos financeiros continuem rondando o planeta num regime de especulação que não serve aos que pruduzem de fato a riqueza – os trabalhadores do campo e das cidades.
Não é à toa que o Japão já começa a distribuir dinheiro para os seus habitantes numa tentativa desesperada de conter a crise. Os EUA principal responsável pelo caos, já anuncia com Obama intensos investimentos na sua economia de base à fundo perdido; socorro ao sistema bancário e a elevação da suas atuais cotas de subsídios notadamente no setor agropastoril.
Enquanto no Brasil, mais uma vez quem paga o preço ardo de mais uma crise são os trabalhadores. Basta ver as levas de operários postos no olho da rua, inclusive por empresas de ponta como é o caso da Embraer, que até pouco tempo era tida como modelo. E o Governo Lula apenas disfarça o perigo com frases de efeitos lançadas de propósito na imprensa, como se a crise fosse apenas “para inglês ver”.
Tal crise, é preciso que se diga, não é dos trabalhadores, mas sim do capitalismo. Portanto, o aparelho capitalista internacional(leia-se Governo Americano) é quem deve arca com o ônus desta problemática. E a primeira iniciativa seria se dispor a abrir mão dos juros da própria dívida internacional que ora vêm vampirizando nações inteiras de várias partes do Globo, incluindo o Brasil. Do ponto de vista interno a própria elite detentora das grandes fortunas também devem responder por este momento de percalços que está apenas começando, como asseguram os especialistas. Visto que historicamente, nossa elite tem conseguido obter grandes vantagens/lucros com a exploração da nossa classe trabalhadora, dentre outras coisas por meio de salários aviltantes e imensos investimentos na sistemática da agiotagem.
Enfim, quem precisa de auxílio neste momento são os operários, ou seja, os trabalhadores de um modo geral – a força motriz de todo progresso, e não o sistema financeiro, como tentam fazer que acreditemos a burguesia e parte da imprensa sob seu comando.
Mesmo num momento de crise, a prioridade do Brasil e do mundo deve ser o emprego e todo o investimento possível na sua estrutura produtiva, incluindo o campo e as cidades.
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