A alegria e a dor que uniram o país
Por Alexandre Costa – Pautado por dois sentimentos antagônicos, que regem a essência vida humana, a alegria e a dor, combatentes da maior cruzada fratricida de polarização politica ideológica da história recente do país, resolveram ensarilhar as armas em função de dois eventos distintos: o show apoteótico da cantora Madonna nas areias de Copacabana e a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul.
Aos 65 anos, pela segunda vez de volta ao Brasil, Madonna mexeu na economia e nas entranhas do imaginário povo brasileiro. Considerado o quinto maior show do planeta, Madonna neste sábado, 4, atraiu 1,6 milhão de fãs ocupando 96% da rede hoteleira da capital fluminense abrigando 150 mil turistas estrangeiros numa movimentação que injetou nos cofres, da prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, num único evento, a bagatela de mais 300 milhões de reais.
Quem conhece a controversa trajetória da Rainha do Pop não tem nada para se chocar com “excesso de sexo” que se viu no seu show em Copacabana, que foram desde cenas explicitas de simulação de uma cena de masturbação feminina, beijo de língua numa bailarina trans, e sexo oral, afinal, chocar pessoas, sempre foi a marca que ela adotou para impulsionar sua carreira. Há quem diga que tudo que Madonna apresenta no palco é tudo aquilo que as pessoas fazem secretamente na cabeça e isso o brasileiro adora.
E foi essa quase unanimidade e devoção pela performance provocativa, erótica e sensual de Madonna que bolsonaristas e lulistas por duas horas esqueceram as diferenças e se esbaldaram no balneário mais charmoso do mundo numa momentânea profusão de alegria e êxtase.
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No contraponto da festa hedonista da Madonna, o Rio Grande do Sul é alvo de inclementes enchentes que até hoje, sexta-feira, 10, que já inundou mais 85% das cidades gaúchas com um evento climático critico que provocou a morte de mais 100 pessoas, 160 mil desabrigadas, desabastecimento de comida e água algo inimaginável mostrada nas imagens de TV, cenas dantescas dignas de filmes de catástrofes Hollywoodianos uma tragédia, que redundou numa gigantesca rede de solidariedade que comoveu e uniu o país.
Esses dois eventos denotam nitidamente que o Brasil é um país surreal, não é mesmo para amadores, foi preciso à apresentação de um “show pornô” em Copacabana e acontecer uma catástrofe climática no Sul para unir todos os brasileiros de todas as regiões, partidos, religiões e radicais tendências ideológicas antagônicas numa estranha e breve trégua, mas que poderia ser o primeiro passo para uma conivência fraterna harmônica e duradoura.
Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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