A água é fonte da vida
Está sendo realizado, em Brasília (DF), o maior evento global sobre a temática da água, o 8º Fórum Mundial da Água (FMA), iniciado no dia 18 e será concluído neste 23 de março. É a primeira vez que o evento, trienal, acontece em um país do Hemisfério Sul. Com os objetivos de favorecer o intercâmbio de boas práticas nas iniciativas de recuperação de bacias hidrográficas e preservação de recursos hídricos.
Quando estudante, aprendi muito cedo, que 75% do peso de um músculo é composto por água. O sangue por sua vez contém 95% de água, a gordura corporal 14% e o tecido ósseo 22% e que o corpo humano possui cerca de 65% de água em homens adultos e 60% em mulheres adultas. Essa diferença se deve à maior percentagem de gordura corporal (com menor conteúdo de água) e a menor postagem de massa muscular (com maior conteúdo de água) das mulheres em relação aos homens.
É sempre bom lembrar que sem água não haveria vida em nosso planeta. Ela é de extrema importância para a vida de todos os seres vivos que habitam a Terra. Embora este recurso seja encontrado em abundância em nosso planeta (cerca de 70% da superfície é composto por água), somente 4% da água é doce, ou seja, própria para o consumo. Levando em conta que a população mundial atual é de sete bilhões de habitantes e continua crescendo, é de fundamental importância que o ser humano busque saídas de usar a água de forma racional e inteligente. Economizar água para que não falte no futuro é o grande desafio ambiental neste milênio.
Destes 4%, o Brasil é o país do mundo que possui maior quantidade de água doce, com 12% do total existente no planeta. É mais que todo o continente europeu ou africano, por exemplo, que detêm 7% e 10%, respectivamente. Mas será que nós fazemos bom uso desta imensa riqueza?
Infelizmente, estudos inéditos, realizados pelo IBGE, indicam que existe um alto índice de perdas de água tratada, que chega a 37%. Qualquer cidadão, hoje, tem a visibilidade deste problema da falta de água e de seu desperdício, principalmente nós pobres viventes e sobreviventes do semi árido do nordeste, que ao longo de décadas fomos e estamos sendo castigados pela falta de água tratada, tendo como uma das causas a incúria de nossos governantes. Estas perdas são históricas. Há décadas não tomamos cuidado com a água potável.
Passamos a dar mais valor a água depois destes quase sete anos de seca. Os nossos governantes, infelizmente, não têm posto como prioridades de suas ações a questão da água e para isto basta citar um exemplo, o da Transposição das Águas do Rio São Francisco para os estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do norte e Ceará. Uma obra que deixa todos nós com uma pulga atrás da orelha, principalmente depois de orçada em cinco bilhões de reais, já “torrou” 10 bilhões e ainda está longe de ser concluída.
Por acaso, se um dia, as águas do Rio São Francisco, por felicidade, chegar ao nosso território o que faremos delas? Contemplá-las? Admirá-las? Precisamos estar preparados para usá-las em sua plenitude e que não sirvam apenas para matar nossa sede e nos banharmos, mas que a joguemos em nosso solo para produzir os frutos, os legumes e a pastagem para matar a nossa fome e a do nosso rebanho. Será que vamos ter este beneficio? Neste momento as obras andam a passos de cágado e mais uma vez as promessas que as águas chegariam este ano no território paraibano, será descumprida.
Muito embora, para este ano de 2018, os estudos indicassem que poderíamos ter chuvas acima da média, pelo andar da carruagem, vamos ter mais um ano de pouca chuva e os mananciais que já estão abaixo de seus volumes mortos, irão secar definitivamente.
Espero que o Fórum Mundial das Águas possa trazer frutos e bons resultados para o nosso planeta e principalmente para o Brasil, onde tem 31 milhões de brasileiros sem água saneada.
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