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José Antonio

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70 anos do Rotary Clube de Cajazeiras (*)

13/07/2018 às 14h28

Nas décadas 30 e 40 a cidade de Cajazeiras vivia uma efervescência econômica muito forte, fundamentada na produção de algodão, muito embora já em 1928, marcava a continuidade da sua gloriosa trajetória educacional, com a chegada a nossa cidade das Irmãs Dorotéias, renomadas educadoras sob os auspícios de Dom Moisés Coelho, Bispo da Diocese. Na década seguinte outros importante educadores da Congregação Salesiana se instalavam no Colégio, até então Diocesano, para atender aos estudantes do sexo masculino.

Em 1931 era fundada a Associação Comercial, em 1936 era inaugurado O Açude do Boqueirão de Piranhas e em 1938 a 99ª agência do Banco do Brasil, em 1939 erguia-se no morro, de braços aberto a Estatua do Cristo Redentor para abençoar a cidade.

A década de 40 se torna mais promissora com a chegada, em 1945, de Fausto Alves Maia, norte-rio-grandense, para chefiar os negócios das poderosas firmas Tertuliano Fernandes e Alfredo Fernandes, de Mossoró e aqui instalou uma usina de algodão com extração de óleos vegetais. Neste mesmo ano findava a segunda guerra mundial.

Cajazeiras, em 1948, já possuía um comércio bastante desenvolvido, já se praticava uma medicina, para a época, com alto índice de cura porque aqui já existia um bom quadro de médicos, tinha excelentes profissionais liberais, era sede da receita pública federal, Fórum, grandes lojas de tecidos, revenda de automóveis, odontólogos, farmacêuticos de renome, bons hotéis, indústrias ligados ao algodão e fortes produtores rurais e grandes pecuaristas.

O grande responsável pela implantação deste clube foi Antonio Assis Costa, que nos seus contatos em Campina Grande, por força dos negócios do algodão e peles, participou de reuniões do RC de Campina Grande e daí nasceu o desejo, junto com amigos de disseminar a idéia entre os amigos de Cajazeiras. E para Cajazeiras vieram os seus colegas de comércio: o libanês Noujaim Habib, revendedor Ford e Aluizio Campos.

A primeira visita que fizeram foi ao Bispo Dom João da Mata para ouvi-lo e receberam de pronto uma decisiva negativa, sob alegação de que seria uma “maçonaria branca” e mesmo assim o Rotary foi fundado. Foi indiscutivelmente um gesto de muita ousadia e coragem, já que a igreja, à época tinha uma força muito grande.

A campanha pela fundação foi vitoriosa. Não foi difícil conseguir 28 homens de negócios e suas classificações profissionais para dar inicio as atividades do RC-Cajazeiras.

Na relação oficial do Rotary Internacional, tem 28 nomes, mas só 27 tomaram posse. Quais as suas classificações?

Cinco sócios foram da área da agricultura e pecuária. Três servidores federais ligados a receita e fiscalização e ao Banco do Brasil. Dois da indústria química, um de produtos farmacêuticos e outro de fabricação de sabão. Seis comerciantes: automóveis, tecidos, rádios, material elétrico e representações. Quatro bacharéis em Direito – sendo um juiz de direito, dois da advocacia civil e comercial, e um a sua classificação foi como representante do povo. Três médicos (Deodato, Waldemar e Sabino). Um odontologo. Um construtor. E por último um gerente de hotéis: Leopoldo Borborema Porto, e o Hotel Oriente, que gerenciava e foi o palco da histórica reunião da Fundação do RC de Cajazeiras, em 11 de julho de 1948. E o primeiro presidente foi o médico Deodato Cartaxo de Sá.

O quadro de fundadores do nosso clube era formado com as lideranças mais expressivas da sociedade cajazeirense e o que existia de mais representativo, não só em termos de potencial econômico e pujança comercial e agrícola, mas principalmente pelo grau de instrução, intelectualidade e poder de mando.

Vale ressaltar ainda que 12 integrantes tinham  curso superior, um percentual de 45%.  Juiz de Direito, deputado estadual, gerentes de instituições federais, diretores de repartições públicas e os grandes líderes do comércio, da indústria e do comércio. Só um grupo seleto e deste porte teria condições de romper a negativa da igreja na instalação/fundação deste clube

Registro a importância deste clube nos grandes embates, lutas e anseios do povo de Cajazeiras, que sempre prestou a sua voz, a sua presença e representatividade para defender esta cidade. Não houve uma luta sequer de Cajazeiras que não foi discutida em suas plenárias e apresentada propostas e encaminhamentos

Os serviços à comunidade e a casa da amizade renderam muitos frutos ao longo destes 70 anos.

Os embates para a conquista do telefone, do abastecimento da água, do combate a seca, da energia elétrica, da televisão, do Hospital infantil, do Aeroporto Antonio Tomás, ou foram idealizados ou apoiados por este clube.

O Rotary sempre foi para mim uma escola para construir amizades, para aprender a servir melhor, para dar com uma mão sem que a outra veja, para ser companheiro, companheiro de lutas, de alegrias, de tristeza, de partilha de sonhos, de esperanças, de paz, fraternidade e de servir.

Parabéns a todas as centenas de companheiros e companheiras que ao longo de 70 anos contribuíram para a caminhada de luzes e serviços do nosso querido RC-Cajazeiras.

(*) Tópicos de uma fala sobre os 70 anos do RC-Cajazeiras, em solenidade realizada no Cajazeiras Tênis Clube, em 07 de julho de 2018


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

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