Empresas de exploração de petróleo já constrói casas e rede esgoto nas cidades de Triunfo e Santa Helena

O início dos trabalhos para exploração de petróleo no Sertão paraibano já foi suficiente para mudar a rotina na região. Na cidade de Santa Helena é possível ver indícios de desenvolvimento gerado pela presença da Petrobras. Em 2009, quando realizou as pesquisas sísmicas, a empresa investiu R$ 10 milhões e rendeu ao município sertanejo quase R$ 600 mil de tributação. Segundo Elair Brasileiro, prefeito da cidade, com o dinheiro, a administração municipal investiu em saneamento básico, construção de moradias, área de lazer e construção de laboratório de analises clínicas.

Em Triunfo, a UTC Engenharia – outra empresa que anunciou para os próximos dias o início dos trabalhos – rendeu aos cofres dos municípios R$ 8 mil, que também foram direcionados à realização de obras. As duas empresas já demarcaram os locais onde serão perfurados seis poços e as atividades de preparação do terreno para perfuração do solo deverão começar a partir da próxima semana.

Dinheiro da Petrobras é aplicado na construção de novas moradias
Para a dona de casa Geralda Francisca Bezerra, 48 anos, que mora no sítio Bom Lugar, a dois quilômetros de Santa Helena, e teve sua casa de taipa substituída por uma casa de alvenaria com recursos obtidos através de impostos da Petrobras e do PAC do Governo Federal, a sensação é de extrema gratidão. Sem conhecer o que é petróleo, ela agradece a Deus por morar numa região da Paraíba onde existe um produto que lhe garantiu casa nova. “Eu não sei o que é esse petróleo, sei que é dele que faz os combustíveis para os carros, mas agradeço demais a Deus por morar aqui e por ter ganhado uma casa nova porque a minha casinha tava caindo, quando chovia só faltava cair, muitas vezes eu tinha que sair de casa. Com dinheiro do programa do Governo Federal e graças aos impostos do petróleo, a prefeitura fez uma casa pra mim”.

Em Santa Helena, os poços que serão perfurados pela Petrobras se localizam em três comunidades: Melancias, Areias e Santa Rita. Nesta última fica a propriedade onde será perfurado o primeiro poço da região.

Currículos na Prefeitura
De acordo com a assessoria de imprensa da Petrobras, a atividade de perfuração no município de Santa Helena será realizada por meio de uma sonda e para a execução do trabalho será necessária a geração de cerca de 40 postos de trabalhos especializados, além de serviços de apoio e logística, com prioridade para a mão-de-obra local.

Confiantes, vários jovens da região estão se preparando para conseguir ocupar uma das vagas que serão oferecidas e desde o início do mês, a prefeitura de Santa Helena vem recebendo currículos de pessoas de todo a Paraíba. “Tem muita gente esperando conseguir uma oportunidade de emprego na empresa porque aqui a única fonte de renda é agricultura e serviços públicos, que não dá pra todo mundo. As empresas estão vindo numa boa hora e já consigo ver a prosperidade chegar em Santa Helena”, explicou o prefeito Elair Brasileiro.

Entre os interessados em trabalhar na Petrobras na Paraíba, está o estudante de Engenharia Mecânica, Danilo Soares Leite, que mora em João Pessoa e está disposto a trocar o Litoral pelo Sertão.

R$ 10 mi na 1ª etapa
Na primeira etapa, a Petrobras gastou cerca de R$ 10 milhões para realizar as pesquisas sísmicas em 3D e o mapeamento de toda área de Santa Helena. Para a próxima etapa quando serão realizados os serviços de terraplanagem, preparo da área e construção de acesso aos poços deverão custar a estatal R$ 4 milhões.

Os serviços deverão ter início ainda este mês. Assim que forem coletadas as primeiras amostras de petróleo, o material será enviado para análise com o objetivo de comprovar se o material possui quantidade e qualidade de potencial comercial.

De acordo com o gerente geral de sondagem terrestre Norte e Nordeste da Petrobras, Stênio Galvão, os quatro poços em Santa Helena irão custar até 1,5 milhões por unidade. Os gastos incluem equipamentos, transporte, logística para acomodação de funcionários da empresa e de novos contratados. “A extração será feita se for comprovada a existência de petróleo em quantidades lucrativas na região. O material será coletado do subsolo durante dois dias e será enviado para análise no Rio Grande do Norte”, explicou.

Segundo Galvão, a interpretação dos dados, como a pressão e a qualidade do óleo é rápida e provavelmente até dezembro a empresa já poderá ter uma resposta concreta se o petróleo da Paraíba é comercializável.

Migração
Para o prefeito de Santa Helena, Elair Brasileiro, dentre as maiores vantagens que serão proporcionadas com a instalação da Petrobras na cidade, está a possibilidade de volta de moradores que migraram para outras cidades em busca de oportunidades. Ele disse que o censo havia registrado há 10 anos, que o município contava com cerca de 6 mil habitantes e que invés deste número aumentar, foi reduzido pela saída de algumas famílias.

DIÁRIO DO SERTÃO com Jornal Correio
 

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