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VÍDEO: Câncer de intestino, que vitimou Preta Gil, cresce entre jovens e preocupa especialistas

Doença que matou a cantora já é a terceira mais comum no Brasil e exige mudança de hábitos e diagnóstico precoce

Por Luis Fernando Mifô

29/07/2025 às 16h51 • atualizado em 29/07/2025 às 17h00

O câncer de intestino – terceiro tipo mais comum no Brasil – está deixando de ser uma condição associada apenas à velhice. Também chamado de câncer colorretal, ele está, silenciosamente, avançado sobre faixas etárias cada vez mais novas.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a mortalidade prematura por câncer de intestino (antes dos 70 anos), deve aumentar até 2030, tanto entre homens quanto entre mulheres.

A projeção se relaciona não só ao envelhecimento populacional, mas também ao crescimento da incidência entre jovens, ao diagnóstico tardio e à baixa cobertura dos exames de rastreamento.

Já o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) revelou que, entre 2012 e 2021, o número de internações cresceu 80,3% entre beneficiários de planos de saúde, indicando que o avanço da doença ocorre de forma generalizada, alcançando diferentes perfis populacionais.

Cantora Preta Gil faleceu vítima de câncer de intestino (Foto: C.J. Toskano/Instagram/@pretagil)

O câncer colorretal é um tumor que acomete o cólon e o reto, partes que compõem o intestino grosso. O coloproctologista David Morano, do Hospital Universitário Alcides Carneiro, da Universidade Federal de Campina Grande (HUAC-UFCG), explica que “na maioria dos casos, ele se desenvolve a partir de pequenas lesões chamadas pólipos, que surgem na mucosa intestinal por volta dos 45 anos e podem levar até uma década para se transformar em câncer”. Como essas estruturas crescem de forma lenta e silenciosa, os sintomas só costumam aparecer quando o tumor já está mais avançado.

Morano diz que “a prevenção ocorre quando encontramos os pólipos e os removemos antes que virem câncer. Já o diagnóstico precoce acontece quando o tumor já existe, mas ainda está em fase inicial – e, nesse estágio, as chances de cura ultrapassam os 90%”.

Ele orienta, portanto, dois caminhos: o da prevenção primária, com foco em hábitos saudáveis, e o da prevenção secundária, com exames regulares como a colonoscopia a partir dos 45 anos.

Exame de colonoscopia (Foto: Divulgação/HUAC-UFCG)

Sintomas e sinais

Os principais sinais de alerta para o câncer colorretal incluem sangue nas fezes, alteração no ritmo ou no formato das evacuações, dor abdominal contínua e perda de peso sem explicação.

A coloproctologista Angélica Kneipp, do Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap-UFF), destaca que “esses sintomas merecem investigação médica imediata”. No entanto, ela observa que em pacientes mais jovens esses sinais muitas vezes são subestimados, o que atrasa o diagnóstico e o início do tratamento.

Além disso, Angélica chama atenção para a resistência que muitos pacientes ainda têm em relação à colonoscopia. “Por ser um exame invasivo, com preparo intestinal e sedação, muitos têm medo de realizá-lo. Isso pode, inclusive, levar à omissão de sintomas. Cabe a nós, profissionais da saúde, desmistificar o exame, esclarecer seus benefícios e apresentar também outras formas de rastreio, como o exame proctológico e a pesquisa de sangue oculto nas fezes”, ressalta.

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