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VÍDEO: Secretário diz que irá recorrer da interdição pelo Coren-PB no HRC para manter atendimento à população

Ari Reis disse ter sido pego de surpreso com a medida do Coren-PB, pois considera que as instalações provisórias atendem à demanda da população e não sobrecarregam os profissionais de enfermagem

Por Luis Fernando Mifô

08/07/2025 às 16h16 • atualizado em 08/07/2025 às 16h24

Em entrevista exclusiva ao programa Olho Vivo da Rede Diário do Sertão, o secretário de Estado da Saúde, Ari Reis, lamentou a decisão do Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (Coren-PB) de interditar, nesta segunda-feira (07), as atividades de enfermagem na Central de Material e Esterilização (CME) e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Cajazeiras.

Devido a uma grande obra de reforma e ampliação pela qual está passando o HRC, esses serviços de saúde estão funcionando em instalações provisórias, mas o Coren-PB alega ter constatado “condições estruturais totalmente inadequadas para o funcionamento seguro desses setores, colocando em risco a vida de pacientes e profissionais.”

O secretário Ari Reis disse ter sido pego de surpresa com a medida do Coren-PB, pois a Secretaria de Estado da Saúde (SES) considera que as instalações provisórias atendem à demanda da população e não sobrecarregam os profissionais de enfermagem. Ari Reis afirma que o Conselho não deu prazo para a SES apresentar justificativas e não informou sobre a fiscalização na unidade de saúde.

“A interdição da CME é somente pelo motivo de que a autoclave está instalada numa sala ao lado de onde está a sala do Centro Cirúrgico, e na verdade essa máquina deveria, pelas normas, estar dentro do Centro Cirúrgico. Então é uma mudança de deslocamento de uma máquina de cerca de 30 metros para dentro do Centro Cirúrgico. Nós já havíamos apresentado essa proposta para o Conselho de Enfermagem e para o Ministério Público, mas, com facilidade, nós iremos também solucionar”, disse o gestor.

Hospital Regional de Cajazeiras (Foto: Coren-PB)

Com relação à interdição da UTI, Ari Reis explica que a alegação do Coren-PB é de que o setor deveria ter somente três leitos e não seis, devido à quantidade de profissionais de enfermagem disponíveis. Mas o secretário reafirma que as equipes de medicina e enfermagem não estão sobrecarregadas no setor. “Nós resistimos. Nós pretendemos manter esses seis leitos, por considerar que eles não sobrecarregam a equipe de enfermagem nem a equipe médica”, avisou.

“Devido a todos esses argumentos que o Governo do Estado já apresentou junto ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Enfermagem, nós tínhamos a expectativa de que o Conselho entendesse que a população de Cajazeiras não pode ficar sem a UTI, sem a CME e sem o Centro Cirúrgico, mesmo nessas estruturas provisórias, enquanto acontece a reforma. Mas não foi assim que o Conselho entendeu”, acrescentou o gestor.

Obra de construção do Materno-Infantil do HRC (Foto: Luis Fernando Mifô/Diário do Sertão)

Governo irá recorrer

Ari Reis informou que o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde, irá recorrer da decisão do Coren-PB e já tem audiência marcada para esta quarta-feira (09). Ele reitera que a população não estava desassistida, não estava sendo atendida em condições precárias e a enfermagem consegue exercer as atividades normalmente.

“Isso tudo faz parte de um grande esforço do Hospital Regional de Cajazeiras, do Governo do Estado, de ampliar a unidade e não deixar Cajazeiras sem o serviço. É trocar a roda do carro com o carro andando. E nós preparamos toda essa estrutura para assim conseguir fazer. E eu tenho certeza que nós vamos conseguir, não só concluir a reforma, mas não fechar essa UTI, esse Centro Cirúgico, porque em Cajazeiras só o Governo do Estado mantém estruturas hospitalares. E se não for o Governo do Estado se esforçando diariamente para reformar e adequar essas unidades, essa população não tem onde ser atendida”, ressaltou o secretário.

Nota da Secretaria de Estado da Saúde

Nota da Secretaria de Estado da Saúde sobre instalações provisórias no HRC (Divulgação)

O que alega o Coren-PB

Segundo o relatório da fiscalização do Coren-PB, o fluxo de trabalho na CME “está severamente comprometido pela divisão física do setor: enquanto a limpeza e o preparo dos materiais cirúrgicos ocorrem no prédio principal, a esterilização é feita em um anexo. Isso obriga o transporte manual dos materiais por um trajeto extenso, com rampas e trechos ao ar livre, expostos à poeira e ao vento, o que infringe normas sanitárias e aumenta significativamente o risco de contaminação.”

Interdição da Central de Material e Esterilização do HRC pelo Coren-PB (Foto: Coren-PB)

Com relação à UTI, o Conselho diz que “apresenta falhas estruturais que impossibilitam o controle adequado de infecções. A circulação de materiais contaminados e a disposição inadequada dos leitos agravam o risco de infecções hospitalares, colocando em perigo a vida de pacientes em situação de vulnerabilidade extrema.”

A presidente Rayra Beserra informa ainda que a interdição só será revogada quando o hospital “demonstrar completa resolução dos problemas e atendimento irrestrito às normas legais.”

DIÁRIO DO SERTÃO

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