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VÍDEO: Estudante que cria filho autista sozinha vira símbolo de luta pela causa em Cajazeiras e região

Sâmia Duarte está à frente da luta para instalar Centro Integrado da Pessoa com Autismo em Cajazeiras, projeto de clínica-escola idealizado por Berenice Piana

Por Luis Fernando Mifô

03/04/2018 às 19h00 • atualizado em 03/04/2018 às 16h47

A estudante de Psicologia Sâmia Duarte, mãe do pequeno Arthur, diagnosticado com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), tem se tornado um símbolo de superação e militância em Cajazeiras e região. Sua causa, naturalmente, é a garantia dos direitos das pessoas com autismo.

Em entrevista no programa Xeque-Mate, da TV Diário do Sertão, Sâmia abriu o jogo sobre as batalhas diárias que enfrenta sendo mãe de um garoto com TEA e tendo que criá-lo sozinha – já que o pai deixou o casamento pouco tempo depois da confirmação do diagnóstico na criança – em um país onde a efetivação das leis em vigor nem sempre é garantida.

Por outro lado, o desafio intensificou ainda mais o amor de Sâmia pelo filho e tem trazido aprendizados humanísticos que faz toda a diferença nessa relação. Além, claro, de despertar na estudante o engajamento pela causa dos autistas.

Sâmia é mobilizadora do REUNIDA (Rede Unificada Nacional e Internacional em Defesa dos Autistas) na região de Cajazeiras. Ela foi uma das responsáveis pela vinda da famosa ativista pelos direitos das pessoas com autismo, Berenice Piana, a Cajazeiras em janeiro deste ano. Berenice é autora da lei que classificou as pessoas com autismo como deficientes e não normais. Com isso, direitos exclusivos foram garantidos em lei para elas.

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Sâmia e seu filho Arthur

A estudante também está à frente da luta para instalar o Centro Integrado da Pessoa com Autismo em Cajazeiras, que é um projeto de clínica-escola idealizado por Berenice para todo o país.

“Eu costumo dizer que estamos longe ainda de existir, de fato, inclusão, a efetivação das políticas públicas já existentes. Os governantes precisam se atentar mais com essa questão do autismo, principalmente porque houve um grande número de diagnósticos. Seis anos e meio atrás, era 145 para um. Hoje já está a cada 45 crianças, nasce uma”, ressaltou.

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Sâmia Duarte

Para Sâmia, ter na prática o que a Lei Berenice Piana garante na teoria é ainda realidade distante.

“Precisa os governantes entenderem que o autismo é uma questão para agora. A criança com autismo necessita de mais de 20 horas de terapias semanais porque elas aprendem de maneira diferente. Com relação às políticas públicas, existe leis, porém a efetivação dessas leis é que está pecando muito. Meu filho hoje está sem tratamento. Infelizmente aqui na nossa região nós não temos profissionais especializados, que é o que a lei garante para ele”.

Sâmia pede que as pessoas se engajem na luta: “A mensagem que eu deixo é para que vocês pais lutem pelos direitos de seus filhos. Vamos insistir, fazer denúncias, buscar, de fato, os direitos delas porque elas precisam dessa chance. Se elas não tiverem o acompanhamento clínico, o acompanhamento na escola e a família não se capacitar para dar o que elas precisam, infelizmente essas crianças estão sendo condenadas a serem adultos dependentes eternos do governo”.

DIÁRIO DO SERTÃO

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