Gravação flagra prefeito vendendo voto para Cássio e ação denuncia crime eleitoral
De acordo com um dos advogados da coligação, Celso Fernandes, a gravação cita nomes de diversas lideranças políticas.
A assessoria jurídica da coligação “A Força do Trabalho” protocolou, junto a Polícia Federal nesta quinta-feira (24), grave denuncia sobre esquema de corrupção nas eleições da Paraíba. O esquema envolve compra de apoio político promovido pela coligação “A Vontade do Povo”, encabeçada pelo senador e candidato ao governo, Cássio Cunha Lima; o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Marcelo; o prefeito de Caiçara, Cícero Francisco da Silva; o vice-prefeito da cidade e quatro vereadores da região.
De acordo com um dos advogados da coligação, Celso Fernandes, a gravação cita nomes de diversas lideranças políticas. “A gravação é contundente, cita nominalmente as pessoas da coligação adversária e cita nominalmente valores de R$ 200 mil e de R$ 600 mil. Os valores pagos pelo suposto apoio tem sido depositado na conta de “laranjas”, afirmou o advogado, que explicou os próximos passos a serem tomados pelo jurídico da coligação. “O primeiro passo é da Polícia Federal, porque compete a Polícia intimar os envolvidos para que prestem declarações. É requerido também que seja aberto um inquérito policial federal por crime eleitoral e que seja remetido imediatamente ao Ministério Público Eleitoral também para a propositura de ação de investigação judicial eleitoral”, explicou o advogado.
O advogado Francisco Ferreira explicou que a gravação realizada pelo jornalista Sales Dantas, é considerada legal do ponto de vista jurídico. “No presente caso, o jornalista Sales Dantes, ao saber que havia uma negociata criminosa de compra de votos em andamento, decidiu comprovar, por conta própria, através de gravação telefônica. A constatação foi que já haviam acertado o valor de 600 mil para comprar todas as lideranças do município. O prefeito achava que estava continuando a negociação com os interlocutores do candidato Cássio Cunha Lima. A Justiça entende que só é ilegal quando nenhum dos interlocutores sabe da gravação”, ressaltou o advogado.
Celso Fernandes lamentou o fato, principalmente porque envolve novamente um político que já foi cassado por crime eleitoral. “Ninguém do jurídico da Coligação A Força do Trabalho vê essa situação com alegria, tão pouco o candidato Ricardo Coutinho e a coligação. É um fato de profunda tristeza para a Paraíba, principalmente por ter vindo de um candidato que foi cassado por crime eleitoral, ou seja, ele é recorrente na prática e isso precisa acabar. Nas eleições em que ele foi cassado a conduta ocorreu e foi comprovada durante o curso do processo. Nesse momento é diferente, nós pedimos que a lisura do pleito seja garantida desde o seu começo. Por isso pedimos que a Polícia Federal e o Ministério Público intervenham no caso, principalmente em virtude da recalcitrância”, finalizou o advogado.
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Assessoria
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