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Partidos usam imagem de Lula

Petistas tentam proibir imagem em programas de adversários

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23/08/2008 às 22h07

Longe dos palanques para não descontentar aliados nesta eleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou se tornando alvo de uma disputa travada entre candidatos a prefeito do PT, dos diversos partidos que compõem a base governista e até mesmo do oposicionista PSDB.

Acima, imagem do programa de Crivella (PRB), em que cita amizade com Lula; abaixo, Lula aparece ao lado de Molon (PT) (Foto: Reprodução)

O uso da imagem do presidente nas campanhas já levou tanto petistas quanto aliados a recorrer à Justiça Eleitoral em alguns estados, situação que começa a se acirrar com o início, no último dia 19, do horário eleitoral na televisão.

No Rio, onde o petista Alessandro Molon já ameaçou recorrer à Justiça caso algum adversário usasse imagens do presidente na campanha, Marcelo Crivella (PRB), Jandira Feghalli (PC do B) e Eduardo Paes (PMDB) vinculam-se ao presidente em discursos, slogans e sites oficiais.

Em São Gonçalo, na região metropolitana fluminense, a Justiça Eleitoral proibiu o imagens de Lula veiculadas no programa eleitoral da prefeita Aparecida Panisset, candidata à reeleição pelo PDT.

A representação, movida pela campanha do petista Altineu Côrtes, foi aceita com base em resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de fevereiro, que veda a participação na propaganda partidária de integrantes de partidos que não estejam na coligação.

Bahia
Com base na mesma resolução, no entanto, a Justiça Eleitoral em Salvador rejeitou ação do petista Walter Pinheiro e liberou o uso da imagem do presidente na campanha do prefeito João Henrique Carneiro (PMDB), candidato à reeleição.

“O nosso processo de identidade com Lula e governador Jaques Wagner vai além do simples uso da imagem. Não cheguei agora no PT, estou desde a construção do partido”, afirma Walter Pinheiro, para quem “a sociedade vai saber separar o que é verdadeiramente parceria”.

O prefeito João Henrique cita diversas parcerias com o governo federal para justificar a participação do presidente em sua campanha. “As grandes intervenções da prefeitura na cidade são em parceria com o governo federal. Como não falar no Lula? Seria até uma injustiça de minha parte.”

Piauí
Em Teresina (PI), imagens do tucano Silvio Mendes, que concorre à reeleição, ao lado de Lula e do governador Wellington Dias (PT) no horário eleitoral, provocaram revolta na campanha do petista Nazareno Fonteles, que também recorreu à Justiça pela proibição.

Para a assessoria jurídica do tucano, as imagens foram mencionadas “apenas para demonstrar as parcerias e o bom relacionamento que a atual administração tem como os governos federal e estadual".

O presidente na foto exibida pela campanha de Patrícia Saboya (esq.) e em imagem da propaganda de Luizianne Lins (Foto: Reprodução)

Ceará
Em Fortaleza, a estréia do programa eleitoral da senadora Patrícia Gomes (PDT), em que aparece ao lado do presidente Lula, também levou a campanha da prefeita Luizianne Lins (PT), que tenta a reeleição, à Justiça Eleitoral.

Na ação, a coligação que apóia a petista pede a remoção não só das imagens do presidente, como do deputado Ciro Gomes e do seu irmão, o governador Cid Gomes, ambos do PSB, partido que não está na aliança de Patrícia.

Ainda não notificada, a assessoria jurídica da pedetista afirma que o que foi levado ao ar são fotografias que contam vida parlamentar da senadora Patrícia, que já que ocupou a vice-liderança do governo no Senado entre 2003 e 2006.

Pernambuco
Candidato pelo governista PSC à prefeitura de Recife, o deputado Carlos Eduardo Cadoca diz se sentir “confortável” em se aliar a Lula e ao governador Eduardo Campos (PSB) durante a campanha.

“Faço parte da base do governo desde 2006, atendendo a um chamamento de um governo de coalizão. Não usamos ainda imagens nem de Eduardo [Campos] nem de Lula [na campanha]. Estamos vendo o momento em que vamos usar”, disse.

A declaração de Cadoca, no entanto, causa certo desconforto na campanha do prefeito João da Costa (PT), cuja campanha trabalha no sentido de mostrar que ele é o único candidato do presidente no Recife.

“Houve a liberação política do presidente [do uso de sua imagem] por parte dos aliados. Mas juridicamente a lei veta a participação de um integrante de um partido no programa de candidato de outro fora da coligação. Politicamente estamos trabalhando para não confundir o eleitorado”, diz a coordenadora da campanha de Costa, Carla Menezes.

G1

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