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Sobrevivente da tragédia com ônibus do Guanabara diz que viu “tudo em pedaços”; Menina de 1 ano morreu

Jailson Maximiano de Souza estava quase dormindo quando ocorreu a colisão.

Por Metrópoles

15/02/2018 às 18h58 • atualizado em 15/02/2018 às 18h59

Ele perdeu a sobrinha de 1 ano e 4 meses

O agricultor Jailson Maximiano de Souza, 37 anos, perdeu a sobrinha, Iarrana, de 1 ano e 4 meses, na grave colisão frontal entre um ônibus da Expresso Guanabara e uma carreta carregada de adubo na manhã desta quinta-feira (15/2) na BR-020. O bebê está entre as oito vítimas que perderam a vida. Outros 30 passageiros ficaram feridos.

Jailson partiu de Irecê, na Bahia, com destino a Goiatuba, em Goiás. Além dele, o irmão, a cunhada e os sobrinhos estavam no ônibus que saiu de Cajazeiras, na Paraíba, na terça-feira (13), e tinha como parada final a capital goiana.

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A família de Jailson estava em busca de uma vida melhor. Pretendia trabalhar em Goiatuba. O agricultor sentou-se na poltrona de número 32. O ônibus, segundo a Guanabara, tinha 43 pessoas a bordo.

Jailson se acomodou na poltrona ao lado de um dos sobrinhos. Ele conta que, por volta das 6h30, horário da tragédia, estava quase dormindo, assim como a maioria dos passageiros. “Não vi nada, não escutei nenhum barulho. Quando olhei para os lados, estava tudo em pedaços”, disse.

De acordo com o agricultor, logo após o acidente, ele se deparou com o irmão e tentou socorrê-lo. Neste momento, o sobrinho notou que Iarrana estava fora do ônibus. Depois de ver o bebê caído no chão, o menino correu e pegou a criança no colo.

A menina foi lançada para fora do coletivo e bateu a cabeça no chão, não resistindo aos ferimentos. Segundo os bombeiros, Iarrana não tinha fraturas no corpo, mas um achatamento no crânio. “Agora, temos que seguir a vida. É uma sensação que eu nem consigo descrever”, destacou Jailson.

Conforme depoimento do agricultor, a cunhada, Larissa Souza, quebrou as pernas e os braços e está no Hospital de Formosa. O irmão de Jailson foi trazido para Brasília. Ele conta que um ônibus de apoio levou os sobreviventes, mas ele preferiu ficar em Formosa. “Como vou sair daqui? Tenho que esperar a minha família”, justificou.

Das 12 vítimas do acidente da BR-020 trazidas para o DF, seis ainda estão internadas. O último boletim da Secretaria de Saúde, divulgado às 18h desta quinta-feira (15), aponta que quatro passageiros receberam alta e dois morreram no Instituto Hospital de Base do Distrito Federal (IHBDF).

I.M.S. deu entrada na unidade com múltiplas faturas, em estado gravíssimo, e não resistiu aos ferimentos. Uma mulher, que foi levada de helicóptero para o IHBDF, também perdeu a vida. Familiares reconheceram a vítima como sendo Terezinha Félix dos Santos, 69 anos. Já D.L.S. segue internado em estado gravíssimo no Base.

Os demais passageiros foram levados para os hospitais de Sobradinho, Paranoá e Planaltina. Segundo o Corpo de Bombeiros do DF, quatro das oito vítimas que morreram — seis delas no local — ainda não haviam sido identificadas no Instituto Médico Legal (IML) de Formosa até as 19h.

Nota da empresa
Em nota à imprensa divulgada no fim da tarde, a Expresso Guanabara disse que abriu procedimento administrativo para investigar as causas do acidente e está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários para a elucidação do caso.

A empresa informou ainda que Edson Lopes Lima, o condutor do ônibus que morreu, era um profissional experiente e reafirmou que ele havia tido 20 horas de descanso antes de assumir o volante da viagem. Com Edson, 44 pessoas estavam a bordo no momento do acidente.

Segundo testemunhas contaram aos bombeiros, Edson, que morava em Valparaíso (GO), invadiu a faixa contrária da pista, como se tivesse tido um mal súbito. Há informações ainda de que ele estaria ziguezagueando na via, onde a ultrapassagem no local do acidente é proibida.

Metrópoles

Fonte: Metrópoles - https://www.metropoles.com/distrito-federal/entorno/sobrevivente-da-tragedia-na-020-quando-vi-estava-tudo-em-pedacos

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