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Atriz encena sexo explícito em palco de teatro

A peça, numa empreitada inovadora, fez uma temporada de cinco meses no Teatro FAAP, em São Paulo e ao mesmo tempo numa turnê por várias cidades do Brasil.

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02/12/2010 às 19h56

USUFRUTO, de Lúcia Veríssimo, é um espetáculo de idéias, construído com uma dramaturgia cuidadosamente burilada e uma encenação, assinada por José Possi Neto, que nos remete a intimidade desse encontro inesperado entre um homem e uma mulher desconhecidos num apartamento vazio. A peça terá única apresentação em João Pessoa nesta quarta-feira (8) às 21h no Teatro Paulo Pontes.

A peça, numa empreitada inovadora, fez uma temporada de cinco meses no Teatro FAAP, em São Paulo e ao mesmo tempo numa turnê por várias cidades do Brasil. Mantendo, durante esse período, dois cenários e duas equipes.

O texto de Lúcia Veríssimo é um tributo a Roland Barthes, um dos mais importantes filósofos do nosso tempo, que definia seu próprio trabalho como o “saber com sabor”. E é desta forma que é conduzido USUFRUTO. “Uma bela apresentação de idéias nas quais conceitos antigos são demolidos, novas propostas são lançadas, a vida e o amor são questionados, mas tudo é dito com sabor, com humor, com malícia e com sutileza”, afirma Lúcia.
Os diálogos são ágeis e sarcásticos, recheados de humor e malícia, onde são discutidas questões eternas sob uma ótica contemporânea: amor, casamento, paixão e ética.

Formação jornalística
Com formação jornalística, Lúcia Veríssimo sempre escreveu, mas não pensava em dramaturgia até 2005 quando, durante as tomadas de América, surge USUFRUTO: “Criei a peça nos intervalos das gravações da novela, incentivada por Rafael Calomeni e Gabriela Duarte. USUFRUTO nasceu envolto na poeira das madrugadas, no caminhão das externas”, conta Lúcia.

História
A história se passa num apartamento à venda. Nele se encontram uma mulher de cinqüenta anos: bela, sedutora, atraente, debochada, sem limites e um jovem e promissor arquiteto de uns trinta anos: entusiasta, sonhador, apaixonado e muito conservador. Eles disputam a compra do imóvel, e ela propõe um jogo, um jogo da verdade, no qual o perdedor desiste. Essa relação reúne a universalidade à particularidade, especialmente à particularidade brasileira, onde essas duas pessoas, uma mulher misteriosa e decidida a conseguir o que quer e um jovem homem que tenta realizar um sonho jogando sinceramente.

Final surpreendente
Sem jamais perder a leveza a peça é um dueto e um duelo, e seu final é surpreendente. Lucia Veríssimo acredita que “assim como o personagem do jovem homem, o público também deixará o teatro cheio de dúvidas e reflexões”. Essa afirmação se dá justamente pelo final inesperado e bem arquitetado. “O jogo já havia sido programado ou aconteceu durante o encontro? Esta mulher é inescrupulosa mesmo ou agiu levada pela situação? Os fins justificam os meios? Quem de fato perdeu o jogo?”, pergunta a minuciosa autora.

Direção
José Possi Neto em sua meticulosa direção apresenta o texto de uma forma envolvente, extraindo o melhor dos atores, criando um espetáculo sedutor e instigante, levando o suspense até a última cena.

Talento e popularidade
Lúcia Veríssimo, atriz conhecida por seu talento e popularidade traz em seu perfil pessoal a adequação ao personagem, e o fato de ser a autora do texto, dá a certeza de que cada palavra, cada inflexão e cada intenção serão transmitidos ao público com perfeição. Seu personagem sedutor domina a cena, manipula as emoções do outro, usa sem pena sua inteligência e experiência, guardando até o final seu dolorido segredo e colocando em dúvida os conceitos que contundentemente defende no decorrer de toda a peça.

Do www.construviver.blogspot.com

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