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Pesquisadores lançam livro na FCJA sobre leiturização com trabalhadores

O evento conta com a parceria cultural da Fundação, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Cultura.

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23/05/2012 às 14h53

O casal de pesquisadores universitários Cornelis Joannes e Maria Salete van der Poel, que há 40 anos dedica-se aos movimentos sociais populares e à pesquisa de educação popular e alfabetização para jovens e adultos, lança nesta quinta-feira (24), às 18h30, o livro "Prática de leiturização com trabalhadores e trabalhadoras”, na Fundação Casa de José Américo.

O evento conta com a parceria cultural da Fundação, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Cultura. A FCJA fica na praia de Cabo Branco, nº 3336, em João Pessoa.

Com 285 páginas e selo da Editora Oikos, o livro traz ilustrações e textos dos próprios alunos do casal, inclusive na capa. Defendendo uma metodologia própria para a educação de jovens e adultos, Cornelis e Salete destacam o desenvolvimento pessoal, social e profissional dos participantes, o que implica querer formar cidadãos questionadores, que mudem a sociedade.

A obra será apresentada pelo professor Francisco Thadeu Carvalho Matos, que também assina o prefácio. Segundo ele, trata-se de uma síntese de quatro décadas de pesquisas ininterruptas, fundamenta-se em um dos princípios do mestre Freire, que é a educação emancipatória, além de apoiar-se em referenciais diversos, a exemplo de Bakhtin, Vigotsky, Luria e Foucambert, dentre outros.

"Nesse sentido, o que se chamava à época de Freire de alfabetização, na dinâmica da pesquisa permanente desses autores, dentro de uma concepção dialética da educação, que podemos compreender hoje na sua concepção sócio-histórica, atende à categoria conceitual de letramento e, bem mais recentemente, tem se definido como um processo mais amplo que envolve todas as linguagens, que é a leiturização”, comenta o apresentador.

Reproduzindo a explicação dos autores, Francisco destaca que "trata-se de educar pessoas humanas, vistas em sua omnilateralidade nos aspectos históricos e sociais, mas compartilhando de uma prática coletiva. Os professores Cornelis e Salete ressaltam que o objeto de estudo é a própria realidade dos alunos, contida nos seus textos, não cabendo, desta maneira, o currículo de disciplinas particularizadas e estanques, mas campos e projetos de estudos que desembocam em uma interconexão de conhecimentos, totalizando oito, a saber: Nossa Família, Nossa Saúde, Nosso Trabalho, Nossa Recreação, Nossa Terra, Nossa Educação, Nossa Política e Nossa Religião. Esses oito Campos e Projetos constituem toda a base sócio-filosófico-antropológica dos seus trabalhos”, sintetiza Francisco Thadeu.

Os autores – Casados há 43 anos, os autores Cornelis Joannes e Maria Salete van der Poel também são afinados no campo profissional. Ambos são professores aposentados da UFPB e assinam diversos livros juntos.

Estão engajados nos movimentos sociais populares desde os anos 60, notadamente com educação popular e alfabetização de jovens e adultos, trabalhadores rurais, presidiários, domésticas, favelados e outras categorias, excluídas da vida sócio-econômico.

Brasileiro naturalizado, Cornelis Joannes nasceu em Ossendrecht, na Holanda, tem formação em Filosofia e mestrado em Sociologia. Maria Salete é paraibana de Campina Grande e tem Licenciatura em Pedagogia e mestrado em Educação de Adultos.

DIÁRIO DO SERTÃO com Secom

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