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Deputado afirma que secretário do Estado não consegue explicar caos na saúde

Várias denúncias foram feitas pelos deputados, especialmente sobre a empresa Cruz Vermelha, que administra o Hospital de Trauma

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12/04/2013 às 11h10

A sessão especial desta quinta-feira (11/04) na ALPB foi bastante movimentada e se estendeu das 10h30 às 16h30. O secretário estadual de Saúde, Waldson de Sousa, esteve no plenário com deputados e entidades de classe ligadas ao setor para tratar sobre os graves problemas que afetam a rede de atendimento no Estado.

Várias denúncias foram feitas pelos deputados, especialmente sobre a empresa Cruz Vermelha, que administra o Hospital de Trauma, e que teria relações com esquemas de corrupção no Rio Grande do Norte, Goiás e Distrito Federal. Foram ainda levantados os casos de falta de medicamentos, de profissionais (principalmente médicos) e do atraso no pagamento destes. As situações mais críticas foram o fechamento das UTIs do Hospital Clementino Fraga, em João Pessoa, e do Hospital de Guarabira, além do registro de 85 óbitos de pacientes internados no Hospital Regional de Patos.

O deputado estadual Anísio Maia (PT) apontou como causas do caos na Saúde a ausência de um programa, de um plano de trabalho, de prioridades e de metas por parte do Governo do Estado, questionamentos que foram feitos ao secretário de Saúde. “Não ficamos satisfeitos com os pronunciamentos do secretário, o caos vai continuar, e a maior prova é o caso do usuário que veio aqui mostrar que está sem receber um medicamento que deveria lhe ser repassado pelo Governo”, afirmou.

“Na Paraíba, 52 municípios ainda não possuem gestão plena, ou seja, dependem do Governo Estadual para receber os repasses do Governo Federal. A Secretaria de Saúda trabalha na contramão do SUS, porque a orientação do SUS é a descentralização. Com isso, os municípios incorporariam a atenção básica, já que hoje o Estado centraliza todas as ações de saúde, como no caso de manter uma maternidade em Cajazeiras, que deveria ser repassada à Prefeitura Municipal. Por isso que vemos este verdadeiro supermercado, onde o acordo político determina os rumos dos investimentos. Se vocês (do Governo) ouvissem, pelo menos, a Conferência de Saúde, muita coisa seria resolvida”, apontou Anísio.

Estiveram presentes representantes do Sindicato dos Médicos da Paraíba, da Cooperativa de Anestesistas e dos Conselhos Regionais de Medicina e Enfermagem.

Outros questionamentos feitos por Anísio

1. O Governo do Estado passou o Hospital de Trauma para a Cruz Vermelha, que, quando assumiu a unidade, recebeu um reajuste de 40 % no repasse (de 5 para 8 milhões de reais). Para uma “empresa amiga”, o reajuste é fácil, porém, para as cooperativas médicas, desde 2011, não há reajustes.

2. O Hospital de Trauma foi desafogado, o número de procedimentos caiu, mas o custo mensal é o mesmo. Qual a explicação?

3. Quando haverá uma auditoria no Hospital de Guarabira, que se tornou um matadouro? Só no mês passado, foram cinco mortes. Só quem morre é pobre, a atenção é mínima.

4. Há algum programa estadual para diminuir e controlar infecções hospitalares?

5. A Escola Técnica de Saúde de Sapé ainda não está funcionando, está fechada, foi apenas inaugurada.

6. O Pacto Social da Saúde não tem orientação, é impraticável, não tem planejamento para saber quais são as necessidades de cada região. Equipamentos são doados para uma cidade sem qualquer levantamento.

7. O Pacto Social prevê a construção de apenas uma unidade tratamento para dependentes químicos. Esta gestão simplesmente ignora o problema do tratamento do dependente, um dos maiores problemas do Estado.

DIÁRIO DO SERTÃO com Assessoria

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