EUA devem reconhecer cachaça como brasileira
Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, está nos EUA com Dilma. Brasil reconhecerá uísques Bourbon e Tenessee como norte-americanos
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que acompanha a presidente Dilma Rousseff em viagem aos Estados Unidos, informou nesta segunda-feira (9) que o governo norte-americano vai reconhecer a cachaça como um produto "exclusivo e genuinamente brasileiro".
O processo de reconhecimento, de acordo com o governo brasileiro, foi iniciado oficialmente hoje, em Washington, com a troca de cartas assinadas pelo ministro Pimentel e pelo representante de Comércio dos Estados Unidos, Ron Kirk. A cerimônia também contou com a participação de Carlos Lima, diretor executivo do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), entidade que reúne fabricantes da bebida.
Por outro lado, o governo brasileiro também informou que vai reconhecer como "legitimamente americanos" os uísques do tipo Bourbon e Tenessee. "É um desfecho importante para os dois países de uma negociação que durou os últimos dez anos", disse Pimentel durante o evento.
Caráter típico
Com a mudança, avaliou o Ministério do Desenvolvimento, a promoção da cachaça no mercado norte-americano poderá levar em conta seu "caráter típico, tradicional" e também fica proibido o uso da denominação "cachaça" por empresas de outros países. Em 2011, as exportações de cachaça somaram US$ 17,3 milhões para todo o mundo. Desse total, US$ 1,8 milhão, pouco mais de 10%, foi vendido para os Estados Unidos.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, além de garantir que a cachaça se trata de uma bebida típica e exclusiva do Brasil, o reconhecimento vai permitir às empresas brasileiras venderem o destilado nos Estados Unidos apenas com o nome de cachaça.
Brazilian Rum nos rótulos
"Como a classificação de bebidas nos Estados Unidos baseia-se na matéria-prima de origem e, o rum e a cachaça são produzidos a partir da cana-de-açúcar, e o rótulo das garrafas da bebida brasileira, desde 2000, deveria conter a expressão Brazilian Rum (rum brasileiro), sem permitir a diferenciação dos dois destilados, dos seus parâmetros físico-químicos e das suas características sensoriais", informou o MDIC.
De acordo com o governo, os diálogos entre os EUA e o Brasil envolvendo a cachaça são antigos. Há cerca de 40 anos a bebida faz parte de tratativas entre os dois países. O diálogo se intensificou na última década, justamente depois da obrigação de uso da expressão “Brazilian Rum” nos rótulos do destilado brasileiro.
G1
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