Relembre e reveja o mais assustador acidente da carreira de Fernando Alonso na Fórmula 1
Há exatos três anos, no GP da Austrália de 2016, bicampeão mundial bateu na Haas de Esteban Gutiérrez e depois capotou na caixa de brita; espanhol teve costelas quebradas e pneumotórax
Fernando Alonso Díaz nasceu no dia 29 de julho de 1981, mas pode dizer com tranquilidade que nasceu novamente há exatos três anos, no dia 20 de março de 2016. Isso porque o acidente sofrido pelo espanhol durante o GP da Austrália foi tão impressionante, mas tão impressionante, que não seria exagero dizer que é um milagre o bicampeão mundial, hoje piloto da Toyota no Mundial de Endurance, ter saído com “apenas” uma lesão pulmonar e fraturas em costelas.
O espanhol iniciava sua segunda temporada depois da volta à McLaren ansioso por resultados melhores. No ano anterior, a retomada da parceria entre a equipe inglesa e a Honda havia sido não menos do que desastrosa. A unidade motriz japonesa não só entregou a potência desejada como tinha sérios problemas de confiabilidade. A coisa foi tão feia, que Alonso chamou o propulsor de “motor de GP2” durante a corrida – vejam só – do Japão!
Pois bem, o 11º lugar no grid de largada, a apenas uma posição de entrar no Q3, não era desprezível. Quem sabe com uma corrida sem sustos, e se o motor resistisse, claro, seria possível pontuar. De fato, Alonso começou bem a corrida, subindo até o oitavo lugar com apenas 11 voltas. O espanhol, então, fez uma troca de pneus, voltou em 15º, ganhou duas posições, e encontrou pela frente o mexicano Esteban Gutiérrez, da Haas. Alonso tentou a ultrapassagem na freada para a curva 3, mas houve um contato entre os carros. Na caixa de brita, a McLaren desandou a capotar.
Na transmissão de TV, só foi possível ver ao vivo os carros já na área de escape. Mas quando foi mostrado o replay em supercâmera lenta, foi possível ver um dos mais impressionantes acidentes da Fórmula 1 em anos. Certamente, a pancada mais incrível que Alonso deu em sua trajetória na categoria.
De forma inacreditável, Alonso saiu do carro pelos seus próprios meios. Mas de imediato, ele colocou a mão no joelho, deu uma abaixadinha, foi mex….., digo, se sentando ao lado da McLaren absolutamente destruída. Normalíssimo o espanhol sentir a pancada, afinal foi a 305 km/h.
Depois, com calma, Alonso foi se restabelecendo diante do assustadíssimo Gutiérrez, que ficou ao lado do bicampeão enquanto chegavam os fiscais de pista para ampará-lo. O espanhol caminhou pela caixa de brita e acenou para os torcedores que o ovacionavam.
– Estávamos muito próximos. Peguei o máximo de vácuo possível, e fazer movimento tão brusco em ponto de freada é sempre perigoso. Estar muito perto me fez perder a referência de freada, perdi o ponto certo e freei tarde demais. E levei ele junto. Quando você está tão perto e chega a 310 ou 315km/h numa curva, são coisas que podem acontecer. O bom é que os dois estão bem – disse Alonso, que explicou mais detalhes da sensação de capotar a tanta velocidade:
– Estamos inteiros e quase recuperados. Um pouco de dor quando saí do carro por causa dos golpes no cockpit, mas já passei 24 horas com certa normalidade. Ainda estou com o corpo um pouco dolorido, como se estivesse entrado numa máquina de lavar gigante, que me fizesse girar, mas não tenho nenhuma marca, nem nada inchado, nenhum hematoma grande. Dentro de uns três dias já estarei na bicicleta fazendo alguma atividade.
Médico da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jürgen Lindemann se espantou com a violência do acidente:
– Quando um piloto experiente como Alonso é visto nas imagens voando pelo ar e sai ileso, pode dizer para si mesmo: este carro é o veículo mais seguro possível. Mas não se esqueça de uma coisa: ele teve sorte, se salvou por pouco.
Tudo parecia bem, e Alonso estava pronto para disputar a corrida seguinte, no Barein. Mas novos exames uma lesão conhecida como pneumotórax (vazamento de ar entre o pulmão e a parede torácica) e fraturas em costelas. Havia risco de perfuração do pulmão das forças da gravidade com um carro de Fórmula 1 em movimento. Alonso foi substituído pelo belga Stoffel Vandoorne.
– No domingo, tive algumas dores no joelho, mas nada demais. Recebi a luz verde dos médicos para deixar o circuito. Na segunda, tive uma pequena dor geral, mas nada sério. Mas quando eu voltei para a Espanha, a dor estava um pouco pior, então decidi fazer alguns exames. Não se trata de um braço, de uma perna quebrada , mas é algo no tórax, onde há importantes órgãos. Não tinha muito o que fazer nesse caso – conformou-se o espanhol.
Meses depois, a FIA divulgou mais detalhes do acidente após um estudo minucioso dos dados de telemetria e imagens. Fiquem sentados, se possível:
“Após o impacto inicial, a suspensão dianteira de Alonso ficou destruída, e o carro guinou para a esquerda, para o muro. O colisão com a parede aconteceu com o lado esquerdo frontal do carro, resultado em uma desaceleração lateral de 45G (45 vezes a força da gravidade). O capacete de Alonso bateu duas vezes com o encosto lateral de cabeça. O carro viajou no ar, girando aproximadamente 540 graus (1,5 vez) e viajou pelo ar por 0,9 segundos. Na descida, a traseira do carro se chocou com o solo primeiro, absorvendo o impacto e resultando em uma desaceleração longitudinal menor em Alonso, agora de 20G”.
Fonte: GE - https://globoesporte.globo.com/motor/formula-1/blogs/f1-memoria/post/2019/03/20/relembre-e-reveja-o-mais-assustador-acidente-da-carreira-de-fernando-alonso-na-formula-1.ghtml
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