header top bar

section content

CONFIRA: Desembargador cajazeirense, Siro Darlan, em entrevista se diz injustiçado

“O sistema capitalista vigente não tolera a ascensão de uma pessoa de classe que eles chamam de inferior”, declarou o magistrado.

Por Luiz Adriano

23/01/2021 às 17h23 • atualizado em 23/01/2021 às 20h13

Paraibano de Cajazeiras, Siro Darlan, aos moldes nordestino, concede entrevista polêmica. (Foto: Divulgação/arquivo pessoal)

O ex-juiz e desembargador, Siro Darlan, natural de Cajazeiras, fez afirmações corajosas a respeito da Justiça Brasileira em uma entrevista ao Jornal Tribuna da Imprensa Livre. O cajazeirense que responde a um processo judicial desde abril de 2020, disse que no Brasil: “O judiciário, com raras exceções, está sempre apeado com quem está no poder. Exemplo disso foi a atuação do judiciário nas ditaduras e nos regimes de exceção”, disse o magistrado.

Siro Darlan criticou o sistema prisional brasileiro e enfatizou a desigualdade social por diversas vezes durante a entrevista: “Outro exemplo é o retrato do sistema penitenciário onde estão os indesejados da sociedade escravocrata, que substituiu a Senzala pelo Sistema Penitenciário, onde habitam os pobres e negros a quem se negou o acesso aos direitos fundamentais de todo cidadão” pontuou.

VEJA TAMBÉM

Desembargador cajazeirense é suspenso pelo STJ e seu filho é preso em operação contra venda de sentenças

O ex-juiz declarou que a Justiça não é perfeita e que, os que a compõem são falhos como qualquer cidadão: “A justiça é composta por homens e mulheres com todas as características dos seres humanos, portanto, somos falíveis e erramos”, disse.

Ele ainda citou casos que demonstram favorecimentos dentro do judiciário e após ter dado exemplos desses casos, afirmou que sendo assim, some o brilho da Justiça: “Esses fatos fazem com que ingressem na magistratura verdadeiras bancadas, como ocorre nas Casas Legislativas e tiram a pureza de imparcialidade dos julgamentos”, falou Siro.

SIRO DARLAN

Siro Darlan, é natural de Cajazeiras e ainda na infância foi levado pela mãe para o Rio de janeiro e lá se tornou Desembargador do Tribunal de Justiça. O ex-juiz também trabalhou na defesa dos direitos da criança e do adolescente.

O magistrado também trabalhou como defensor dos direitos da criança e do adolescente. (Foto: Divulgação)

PROCESSO

Em abril do ano passado, o ministro Luís Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça, determinou o afastamento do desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro por 180 dias devido a uma investigação por corrupção passiva.

Em setembro de 2020 o STJ abriu uma ação penal e transformou o desembargador em réu por corrupção. O Magistrado é acusado pela PGR de receber R$ 50 mil em propina para conceder habeas corpus a um empresário.

DEFESA

A defesa do magistrado afirmou que Siro é inocente e que a PGR não conseguiu comprovar que o desembargador pediu qualquer vantagem em troca de liminar. O advogado do desembargador ressaltou que ele tem uma vida simples, vivendo exclusivamente da magistratura.

Siro Darlan, é natural de Cajazeiras e é desembargador no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)

HISTÓRIA DE VIDA

Sentindo-se injustiçado, o sertanejo não nega suas origens: “Eu conheço a fome, eu conheço o frio, vivi a vida dos jovens e das crianças abandonadas. Essa é a minha origem”. Ele lembrou das punições que sofreu, mas fala com orgulho de seu currículo: “Por ser um juiz independente sofri 52 representações administrativas e fui punido uma vez com censura e duas advertências. Sofri dois processos de remoção compulsória que foram rejeitados pelo Órgão Especial. Será que sou tão mal juiz assim?”, questionou o desembargador.

Clique aqui e Confira a entrevista na íntegra.

DIÁRIO DO SERTÃO

Recomendado pelo Google: