Projeto de ilustração brasileiro pede mais amor e respeito com as crianças
A forma de falar com as crianças tem um impacto muito profundo no desenvolvimento delas. O projeto brasileiro "Você preferiria ser tratado assim ou assim?" mostra como pequenas substituições podem modificar completamente um diálogo
Aptidão para se identificar com o outro. Sentir o que ele sente. Desejar o que ele deseja. Aprender da maneira como ele aprende. Esses são alguns dos princípios básicos da empatia e que estão presentes na série Você preferiria ser tratado assim ou assim?, da ilustradora Julianna Rodrigues e da analista comportamental e educadora parental Thais Basile.
A obra, que faz parte do projeto Família em Tiras (familiaemtiras.com.br e @familiaemtiras, no Instagram), ilustra conversas do dia a dia entre filhos e pais, e aconteceu meio por acaso. “Criei a Família em Tiras com o intuito de ilustrar os diálogos engraçados com meus filhos em forma de tirinhas. Postei na internet alguns diálogos e, rapidamente, comecei a receber histórias de milhares de famílias que, aos poucos, passei a transformar em desenho. A partir daí, combinei com a Thais Basile uma parceria para incentivar pais e educadores a se comunicar de forma mais empática com as crianças”, diz Julianna.
Os diálogos mostram que a reação do adulto pode modificar o comportamento do pequeno, transformando a situação – às vezes estressante – em um momento mais tranquilo. Dependendo do tom da voz e de como aborda certas questões, ele poderá encará-la melhor. “O objetivo da série é mostrar que o foco do problema não é a criança ou o comportamento dela, mas a forma como a comunicação acontece”, finaliza.
PAIS MUITO CRÍTICOS: DEPRESSÃO E ANSIEDADE
A forma como os pais se comunicam faz toda a diferença e a ciência comprova isso. Isso pode, inclusive, evitar problemas como depressão e ansiedade. Ao analisar crianças com idade entre 7 e 11 anos, pesquisadores da Binghamton University, em Nova York, descobriram que aqueles com pais altamente críticos prestavam menos atebção as expressões faciaias, em comparação com outras crianças. “Esse comportamento pode afetar as relações com os outros e ser uma das razões pelas quais os pequenos expostos a altos níveis de crítica correm mais risco de desenvolverem uma depressão ou ansiedade”, explicou Kiera James, principal autora do estudo.
“Troque o ‘você é’ pelo ‘hoje você está'”, sugere a psicóloga e vice-presidente da Associação Brasileira de Terapia Familiar, Ana Cristina Barros Fróes. “É importante que os pais tomem cuidado com os rótulos, repetições e afirmações e se coloque no lugar do seu filho”, disse ela. Outra orientação é manter uma relação mais próxima com a escola, pois os sintomas também aperecem no ambiente escolar. “Você pode ter pouco tempo com o seu filho, mas a qualidade desse tempo é o que mais importa. Preste atenção nele”, finaliza.
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Fonte: Sabrina Ongaratto - https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Comportamento/noticia/2019/05/dialogo-positivo-projeto-de-ilustracao-brasileiro-pede-mais-amor-e-respeito-com-criancas.html
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