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Metade dos brasileiros sofreu fraude em 2024, diz Serasa Experian

Uso indevido de cartões de crédito é o golpe mais comum

Por Agência Brasil

25/03/2025 às 13h44

Foto: Reprodução / Marcello Casal Jr/Agência Brasi

Metade dos brasileiros (51%) foi vítima de alguma fraude no ano passado.

Desses, 54,2% tiveram prejuízo financeiro.

Os dados fazem parte do Relatório de Identidade e Fraude 2025, divulgado nesta terça-feira (25) pela Serasa Experian ─ empresa de tecnologia de dados que atua também na análise de crédito, autenticação e prevenção à fraude.

O principal tipo de golpe aplicado foi uso indevido de cartões de crédito (47,9%), seguido por pagamento de boletos falsos ou transações fraudulentas via Pix (32,8%) e phishing, emails ou mensagens fraudulentas que induzem ao roubo de dados (21,6%).

Foram entrevistadas 877 pessoas entre 18 e 65 anos, nas cinco regiões do país.

A margem de erro é de 3,4% para mais ou para menos.

O levantamento apontou que, dentro do universo de brasileiros que perderam dinheiro com fraude, a maior parte teve prejuízo entre R$ 100 e R$ 1 mil.

Prejuízos dos entrevistados com golpes em 2024:

Até R$ 100: 17%
Mais de R$ 100 a R$ 500: 35,5%
Mais de R$ 500 a R$ 1 mil: 12,9%
Mais de R$ 1 mil a R$ 5 mil: 19,5%
Mais de R$ 5 mil a R$ 20 mil: 3,7%
Mais de R$ 20 mil: 3,7%
Não responderam: 7,9%

Entre os homens, 52,5% informaram ter sofrido fraude.

Entre as mulheres, o índice se reduz para 49,3%.

O estudo confirma que, quanto maior a idade, maior a proporção de vítimas de golpes.

Na faixa etária de 18 a 29 anos, 40,8% dos entrevistados mencionaram terem sido vítimas.

De 30 a 49 anos, o percentual sobe para 51,9%.

No grupo de pessoas com mais de 50 anos, 57,8% foram alvos dos criminosos.

A pesquisa da Serasa Experian identificou que a tecnologia é usada tanto para oferecer mais segurança em transações quanto para deixar as fraudes mais sofisticadas.

Por um lado, o uso da biometria facial como método de autenticação cresceu de 59% para 67% na passagem de 2023 para 2024.

Entre os entrevistados, 71,8% afirmam se sentir mais protegidos ao utilizá-la.

Por outro lado, os pesquisadores identificaram o uso de inteligência artificial (IA) generativa “para a criação de perfis falsos altamente realistas, projetados para burlar verificações de identidade com dados sintéticos, além de tornar os ataques de phishing mais sofisticados, com links e mensagens fraudulentas que imitam comunicações legítimas”.

Uma ferramenta dos criminosos são as chamadas deepfakes ─ imagens criadas com o uso de tecnologias de IA que permitem a sobreposição de rostos e vozes em vídeos, com o intuito de criar imagens falsas de pessoas em vídeos.

Para o diretor de Autenticação e Prevenção da Serasa Experian, Caio Rocha, é importante que as empresas aprimorem constantemente tecnologias de prevenção à fraude, “combinando diferentes tecnologias para reforçar a segurança e fortalecer a confiança nos serviços digitais em toda a jornada do consumidor”.

Há pouco mais de um mês, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lançaram a Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias e Digitais.

A iniciativa pretende atuar tanto na prevenção quanto na repressão de golpes e crimes online.

De acordo com o levantamento da Serasa Experian, o extravio de dados é uma das formas de se iniciar fraudes.

Em 2024, 16,3% dos entrevistados informaram terem os documentos roubados ou perdidos.

A pesquisa identificou ainda que 19% dos entrevistados admitiram já ter compartilhado os dados pessoais com terceiros, “expondo-se a riscos ainda maiores”.

As razões para o compartilhamento de dados mais citadas foram compras online (73,7%), abertura de contas bancárias (20,4%) e obtenção de empréstimos (15,2%).

O estudo constatou que, apesar de ser o meio em que mais fraudes são cometidas, o cartão de crédito é o método de pagamento considerado mais seguro pelos entrevistados, superando a marca de 2023.

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