Após dez anos do crime, pais de Fernanda Ellen temem que acusado saia da prisão antes de completar a pena
O acusado confessou que manteve o corpo da estudante durante dois dias embaixo de sua cama até conseguir enterrá-lo no quintal de casa, enrolado na piscina de plástico da sua própria filha
No dia 8 de abril de 2013, o corpo da estudante Fernanda Ellen Miranda Cabral de Oliveira, de 12 anos, foi encontrado na casa de um vizinho, no bairro Alto do Mateus, em João Pessoa. Há exatos dez anos, esse foi o desfecho trágico de uma investigação policial que durava cerca de três meses, desde que a menina desapareceu quando voltava da escola.
O acusado, de 25 anos, foi preso três meses depois do desaparecimento da estudante, graças à colaboração de uma prostituta que estava com o celular da vítima e fez um retrato falado do assassino.
Antes de desaparecer, Fernanda Ellen havia sido vista pela última vez saindo da escola após buscar o boletim que confirmava sua aprovação. No dia seguinte, a família registrou o desaparecimento na Delegacia da Criança e do Adolescente da Capital.
Ao ser preso, o acusado confessou à polícia que matou Fernanda por estrangulamento após tentar conseguir dinheiro para consumir drogas. Como a menina não tinha dinheiro, ele ficou com o celular dela e trocou por três pedras de crack. Em seguida, manteve o corpo durante dois dias embaixo de sua cama até conseguir enterrá-lo no quintal de casa, enrolado na piscina de plástico da sua própria filha.
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O corpo foi localizado pela Polícia Civil e Polícia Militar em avançado estado de decomposição e só foi comprovado que era realmente de Fernanda após análise da arcada dentária e reconstrução facial realizada pelo Instituto de Polícia Científica (IPC).
No dia 2 de setembro de 2013. o acusado foi condenado a 31 anos de prisão em regime fechado, pelo crime de latrocínio. Ele está perto de completar um terço da pena na Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes (PB1).
Elizângela Miranda, mãe da estudante, contou ao G1PB que é revoltante pensar na possibilidade de o acusado ser solto antes de cumprir a pena máxima. “Será que a vida da minha filha vale só 10 anos?”, disse ela.
Elizângela recorda que Fernanda era uma menina carinhosa, alegre e fazia amizade facilmente com todos que conhecia. Ela gostava de se maquiar e fotografar, e desejava fazer um curso de modelo. Mas seu grande sonho era ser médica.
“Hoje, com certeza, já estaria na faculdade, porque ela era muito dedicada, mas infelizmente esse sonho foi interrompido”, lamenta a mãe.
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