Cerca de 40 refugiados venezuelanos vivem em situação precária em Fortaleza
No grupo há mulheres grávidas, crianças e adolescentes. Eles estão pedindo dinheiro em semáforos para pagar aluguel dos quartos onde estão vivendo.
Cerca de 40 refugiados venezuelanos estão vivendo em condições de vulnerabilidade extrema no Centro de Fortaleza. No grupo há mulheres grávidas, crianças e adolescentes. Segundo a Comissão de Direitos Humanos da OAB-CE, que acompanha o caso, eles estão necessitando de comida, colchões, roupas e outros itens básicos. Uma reunião na manhã desta quarta-feira (22) com a vice-governadora do Ceará, Izolda Cela, discute a situação dos imigrantes.
Eles estão vivendo em quartos alugados no Centro desde que chegaram à capital, de ônibus, no último dia 16. Segundo a presidente da comissão da OAB, Virgínia Porto, os imóveis estão “em péssimas condições” e a situação é preocupante.
“Eles estão divididos em seis quartos de dois imóveis antigos com a cobertura danificada. Não têm roupas, nem colchões e nem lençóis”, relata.
Para pagar o aluguel dos quartos, que custam de R$ 15 a R$ 20, os adolescentes do grupo pedem ajuda nos cruzamentos de trânsito da cidade.
Um dos refugiados, homem de 27 anos, conta que, para sobreviver, compra um prato de comida para dividir com a família — mulher e três filhos. O quarto filho morreu ainda criança na Venezuela. Esta família está no Brasil há dois anos, um dos filhos nasceu em Manaus (AM). O imigrante diz que “aqui está ruim, mas na Venezuela acabou remédio, acabou tudo”.
A presidente da comissão afirma que foram levados mantimentos para eles, mas o arrecadado não foi suficiente, diante da precariedade em que se encontram.
Crise humanitária
Os imigrantes são de uma comunidade indígena que vinha sofrendo com a crise humanitária na Venezuela. Ao deixar o país de origem, eles adquiriram a condição de refugiados e conseguiram chegar a Belém (PA), onde receberam uma promessa de trabalho, mas não permaneceram porque as condições eram análogas à escravidão.
A comunicação com o grupo também é difícil, segundo Porto, já que a maioria fala apenas um dialeto indígena. “São muitas crianças doentes, as mulheres estão quase todas grávidas e não são vacinadas, porque são indígenas que vieram dessa comunidade agrícola”, acrescentou a presidente da comissão.
Representantes da Pastoral do Imigrante também participam do encontro com a vice-governadora nesta quarta.
Fonte: Por Cinthia Freitas, Germano Ribeiro - https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2019/05/22/cerca-de-40-refugiados-venezuelanos-vivem-em-situacao-precaria-em-fortaleza-denuncia-oab.ghtml
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