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Sem dinheiro para passagens há 3 meses, pacientes de hemodiálise protestam

Pacientes de Cajazeiras que fazem tratamento de hemodiálise há três meses não recebem recursos do 9° Núcleo de Saúde para deslocamentos até Sousa. Cansados de esperar, eles farão protesto na quarta.

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18/11/2007 às 15h19

Relegados a própria sorte, sem recursos e apoio, pacientes de Cajazeiras que fazem rotineiramente tratamento de hemodiálise em Sousa não agüentam mais tamanho abandono e anunciam um protesto na próxima quarta-feira, 21, em frente ao 9° Núcleo Regional de Cajazeiras, a partir das 8h.

Eles querem sensibilizar a direção do Núcleo, a Secretária de Saúde do Estado e o governador Cássio Cunha Lima sobre a precariedade no fornecimento das passagens para tratamento fora de domicílio (TFD).

O último mês que receberam a verba foi em maio. O atraso já passa dos três meses e até agora eles são obrigados a passar por todo tipo de humilhação para se deslocar de Cajazeiras a Sousa, numa distância de aproximadamente 40 km.

Na dianteira da manifestação, estão os pacientes Ronaldo José da Silva, Armando Luiz, Osvaldo Rodrigues e Feitosa Neto. Há cerca de um mês o portal DIÁRIO DO SERTÃO, a época ainda PORTAL NOTÍCIA, denunciou a situação de penúria vivida pelos pacientes, através do testemunho da senhora Maria do Socorro dos Anjos.

Releia a matéria:
“Já morreram muitos e outros vão continuar morrendo”. Com essa frase dramática, Maria do Socorro dos Anjos, moradora do bairro São Francisco, em Cajazeiras, denunciou a situação caótica dos pacientes cajazeirenses que passam por sessões quase diárias de hemodiálise na vizinha cidade de Sousa.

Maria nem sempre consegue se deslocar até o Hospital Santa Terezinha, onde o tratamento é feito, porque o veículo que faz o transporte não suporta todos os pacientes. “É muita gente para o carro. Vai sempre lotado e às vezes não cabe todo mundo”, conta a doméstica. Em dias assim, ela deixa de se submeter a sessão e passa o dia muito mal.

Além da precariedade do transporte, Maria do Socorro revela que há muito atraso por parte do 9° Núcleo Regional de Saúde quanto ao repasse do dinheiro que os pacientes têm direito. Sem outra saída, Maria pede pelas ruas dinheiro para chegar até Sousa ou apela por caronas.

A paciente muitos dias não consegue nem ao menos algo para comer, nem tampouco para compra dos caros remédios recomendados no tratamento. “Isso é uma humilhação”, exclama emocionada Maria do Socorro, que luta contra a morte há oito anos. 

Da redação do DIÁRIO DO SERTÃO

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