Padre Djacir parabeniza juiz Edivan por discurso
Para quem esteve na diplomação dos candidatos eleitos e suplentes de Cajazeiras, Cachoeira dos Índios e Bom Jesus pôde ouvir o discurso proferido pelo Juiz eleitoral de Cajazeiras Edivan Rodrigues que encantou a todos ali presentes e agora esta encantando aos leitores de sua coluna no portal Diário do Sertão. O padre Djacir Brasileiro enviou […]
Para quem esteve na diplomação dos candidatos eleitos e suplentes de Cajazeiras, Cachoeira dos Índios e Bom Jesus pôde ouvir o discurso proferido pelo Juiz eleitoral de Cajazeiras Edivan Rodrigues que encantou a todos ali presentes e agora esta encantando aos leitores de sua coluna no portal Diário do Sertão.
O padre Djacir Brasileiro enviou a nossa redação a seguinte mensagem sobre o pronunciamento do Juiz, confira:
Meu querido amigo Dr.Edvan,li atentamente seu discurso.Confesso que fiquei maravilhado com o conteúdo desse eloquente e profético pronunciamento.Mais que pronunciamento lindo,sério,evangélico,profético,ético…Nunca ouvi na minha vida de cidadão e de padre ,um pronunciamento tão enfático,tão cristão,tão contextualizado,tão humano proferido por um magistrado.
Você querido amigo e irmão na fé é ,indubitavelmente ,um juiz na terra por indicação de Deus.Foi Deus quem o colocou como magistrado para ser instrumento seu a serviço de um povo tão humilhado,excluído,injustiçado…
Dr.Edvan,lendo este discurso,pensei: o Dr. Edvan é um grande cristão,um grande servo de Deus,um grande cidadão ,um grande profeta a serviço da cultura da vida.
Parabéns,meu querido Juiz abençoado,iluminado,protegido pelo poder divino.
Sou seu fã, seu admirador. O senhor é,para mim ,prótipo de cristão autêntico,coerente. Pois, exerce sua missão jurídica,com espírito cristão e grande sensibilidade humana.
Peço-lhe permissão para ler parte do seu pronunciamento quando nas missas de posses dos prefeitos e vereadores de minhas paróquias.
Parabéns ,parabéns e que Deus o ilumine sempre.
Padre Djacy Brasileiro
Para quem ainda não leu confira:
Discurso Diplomação
– Excelentíssima Senhora Juíza Eleitoral da 68ª. Zona, Dra. Silvana Soares Carvalho;
– Ilustríssimos senhores membros das juntas eleitorais da 42ª. e da 68ª. Zona Eleitoral;
– Ilustríssimos senhores serventuários da Justiça Eleitoral, Josení Almeida, Marta Almeida, Lidiane Moreira, Richard e Gilberto.
– Ilustríssimos senhores componentes da imprensa, radialistas e jornalistas.
– Minhas senhoras e meus senhores;
– Saúdo, com satisfação e boas vindas, a cada uma das autoridades, antes aqui citadas, e presentes a este ato da Justiça Eleitoral.
– Excelentíssimos Senhores prefeitos, vice-prefeitos e vereadores eleitos.
Minha fala se dirige a cada um dos senhores e das senhoras que, neste momento, são diplomados pela Justiça Eleitoral.
O ato de diplomação significa a entrega oficial de um instrumento de procuração passado pelo povo, através do voto, para que os eleitos representem e administrem a cidade como sendo o próprio povo no poder. Eis o significado de uma eleição e da diplomação dos eleitos. Assimilem este conceito e trabalhem em prol do povo e não em prol de si mesmo ou de grupos.
Quando buscamos o bem comum, encontramos o nosso próprio bem; no entanto, quando visamos tão somente ao nosso próprio bem, toda coletividade padece por nós.
O sociólogo alemão Max Weber sugeriu que haveria dois tipos de políticos: aqueles que vivem da política (como um meio de vida) e aqueles que vivem para a política (como um modo de vida). Só nesse segundo caso a política seria uma vocação verdadeira, e não um tipo de emprego como qualquer outro.
Em face da afirmação do mestre, podemos observar atualmente em nossa sociedade dois tipos de políticos: O primeiro, aquele que envereda pela política para auferir vantagens financeiras através de licitações fraudulentas e contratação de apadrinhados. Esse, tenham certeza, pode ter êxito inicial, mas não terá vida longa na política, pois não há mentira que não seja revelada neste mundo; o outro tipo de político envereda pela vida pública por vocação e pela vontade de promover o bem comum, de ser líder de seu povo. O político vocacionado busca sempre ser eleito, mas sua eleição advém de sua luta e do compromisso assumido com o povo. Não é um emprego para uso próprio, mas um encargo para trabalhar pelo povo. Tem vida própria e luta por ideais. Vai crescendo ao longo de sua luta. Via de regra, faz carreira começando pelo mais baixo posto político, quando muito nunca deixa de ser povo. É alçado na vida pública de baixo para cima (do povo para o poder), mantém-se íntegro e tem vida longa na política.
Espero que os senhores e as senhoras se identifiquem com o segundo tipo de político, pois se lembrem de que daqui a quatro anos, ou quiçá dois, estarão em julgamento mais uma vez pelo povo, e este povo, que a cada dia se ver senhor de si, saberá julgar àqueles que de fato honraram o mandato outorgado através desta procuração, que é o voto.
O poder que os senhores e as senhoras estão recebendo hoje não lhes pertence. Pertence ao povo, que hoje lhes outorga provisoriamente, conforme emana da nossa Constituição da República, na qual se ler que “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes” (CF/88, art. 1º. parágrafo único)
A verdadeira democracia se traduz no governo do povo. Como disse Abraham Lincoln, ex-presidente dos Estados Unidos da América, (1809-1865), “A democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo”.
Para que o povo possa exercer seu voto com liberdade, a Justiça Eleitoral tem agido com altivez e bravura, procurando realizar eleições limpas e seguras.
Em comunhão de interesse com a Dra. Silvana Carvalho Soares, Juíza Eleitoral da 68ª. Zona, mulher sensata, equilibrada e austera, estivemos empenhados em promover as Eleições Municipais de 2008 de forma limpa e justa nas cidades de Cajazeiras, Bom Jesus e Cachoeira dos Índios. Para tanto, buscamos a mobilização da sociedade, objetivando encontrar parceiros e entidades comprometidas com a lisura e a ética do processo eleitoral.
Mobilizamos os partidos políticos, coligações e candidatos na concretização de um pacto de cooperação para a realização da propaganda eleitoral ética, visando ao cumprimento da Lei das Eleições e à adequação das normas à realidade local.
A Polícia (Civil e Militar), em comunhão de interesses com a Justiça Eleitoral, dispôs-se a participar ativamente do processo de vigilância e de segurança dos trabalhos do pleito, de forma imparcial e efetiva.
A imprensa, após chamamento da Justiça Eleitoral, atuou como agente divulgador de condutas lícitas e se destacou como formadora da opinião vigilante e fiscalizadora do cidadão.
Foram louváveis as iniciativas de sindicatos, associações, igrejas, escolas e movimentos sociais que, ao promoverem fóruns de debates, conscientizaram os cidadãos da importância do voto e da necessidade de não o negociar, desaprovando candidatos que queriam comprar votos.
Os agentes públicos (das diversas entidades das esferas municipal, estadual e federal) foram cientificados das ações proibidas em ano eleitoral, dentre elas o desvio de bens e serviços públicos com o fim de promover candidato. Ademais, foram alertados de que tais condutas acarretariam perda do registro da candidatura ou a cassação do mandato do eleito.
Por fim, procuramos fazer do eleitor, alvo de uma eleição, parceiro da Justiça Eleitoral. Conclamamos a todos os eleitores para que procurassem conhecer os candidatos, seu passado, suas propostas e seu comprometimento com a cidade. Orientamos, ainda, o eleitor a não se iludir com pesquisas e a identificar, denunciar e não votar em candidatos que compram votos.
Esta foi e será uma luta dos juízes brasileiros, uma luta que deve ser de toda sociedade, uma luta sem volta, na qual se espera que o eleitor se conscientize do valor de seu voto, para a melhoria de sua vida e de sua comunidade.
Em toda eleição, independente do seu resultado, o vencedor será sempre o eleitor e a democracia.
Nós, juízes eleitorais, visamos sempre à legalidade de nossos atos e à imparcialidade necessária. Dou testemunho do trabalho realizado pela Justiça Eleitoral em Cajazeiras, Bom Jesus e Cachoeira dos Índios, e posso afirmar que usamos de boa-fé, lealdade e neutralidade, com o fim de garantir a igualdade exigida pela lei.
Costumo sempre afirmar que numa eleição quatro segmentos têm que ser necessariamente imparciais, sob pena de desordem na condução do pleito. São eles: a Justiça Eleitoral, o Ministério Público Eleitoral, a Polícia (civil e militar) e a Imprensa.
Acaso tenha havido desvio de conduta por parte de qualquer um destes segmentos, esse fato foi isolado e não representa a instituição, tão-pouco se mostrou determinante para a boa condução do pleito.
Aos que se desviaram da imparcialidade necessária, da ética devida, a nossa reprovação e o nosso repúdio. Ser ético é ser legal. Mas nem sempre uma conduta legal é também ética, pois nem tudo que tem amparo legal é decente. Aos que usaram de seus cargos, funções e empregos para fugir da imparcialidade necessária, manchando, com seus atos isolados, suas instituições, resta a nossa reprovação pública e o desejo de que revejam suas condutas éticas, pois se não é possível enquadrá-los conforme a lei, com certeza, mais adiante, receberão o julgamento devido da sociedade e da opinião pública.
Quem tiver ouvidos para ouvir que ouça.
Precisamos cultivar a cultura de eleições limpas e justas, com discussões de propostas, projetos e idéias, onde todos os participantes ajam com ética e dentro da legalidade, na busca incessante por um país, um estado e um município verdadeiramente republicano, democrático e fraterno.
No tocante a malsinada cultura da compra de votos, infelizmente, ainda presente em nossa sociedade, temos a reafirmar que o combate a este prática deve ser diário e constante. A cada eleição, a luta contra a corrupção eleitoral se intensifica e temos notado avanços significativos, demonstrando que, quanto mais educação e informação, mais eleitores conscientes e vigilantes nós teremos.
O voto é o único instrumento de melhoria de vida que possui o cidadão, quando usado de forma consciente, mas quando vendido, transforma-se na chave que abre as portas do dinheiro público para políticos corruptos.
A Justiça Eleitoral tem combatido essa prática. Em todo Brasil já foram cassados 623 políticos por compra de votos, dentre os quais 508 prefeitos e 84 vereadores. No entanto, o maior julgador dos políticos que compram votos é o próprio eleitor. O eleitor conhece e sabe quem são esses políticos. O Eleitor não precisa esperar anos e anos por um processo (como acontece na Justiça), pois no dia da eleição, no ato de votar, julga imediatamente e tem o poder de punir os candidatos corruptos de forma soberana e sem lhe dar direito de infindáveis recursos.
Os senhores e as senhoras são agraciados neste dia com um título importantíssimo. São legítimos representantes de um povo, de uma cidade. Um irá administrar (no caso do prefeito e seu vice) e outros irão legislar e fiscalizar (no caso dos vereadores). Nobre missão o povo lhes outorga. Respeitem este mandato. Tenham ética nos seus procederes, sejam leais para com este povo sofrido. Procurem a todo dia fazer o máximo de si para ajudá-los. Melhorem as condições de vida deste povo, e, com certeza, terão como retorno sempre gratidão e votos.
O homem público, como os senhores, os juízes, os promotores, os servidores públicos, deve ser servo do povo e não fazer do povo seu servidor. O verdadeiro estadista é aquele que se põe à disposição da sociedade, e não aquele que coloca o Estado a sua disposição.
Nosso País sofre diuturnamente com os desvios de conduta de seus homens públicos. Nossas atitudes são vigiadas e acompanhadas pela sociedade. Devemos dar exemplos de conduta ética, cumprir as leis e cultivar a ordem e a Justiça. Quando agimos contra a lei e a Justiça, estimulamos nossa gente a também fazer, pois somos expoentes de um povo, e um povo se dirige para onde se destinam seus líderes.
A autoridade humana deriva e depende de Deus. O apóstolo Paulo nos adverte de que: “Não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas” (Rm 13.1).
A Bíblia nos ensina, no Evangelho de Mateus (Mt 20:25-28), que:
“Quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”
Como seres humanos, os senhores e as senhoras irão cometer erros. Isso é normal, somos homens, não santos e, portanto, falíveis. O que não podemos é querer estar acima da lei e dos desígnios de Deus. Temos que ter: a vontade de compartilhar; o objetivo de acertar; a humildade de reconhecer o erro e o desacerto. Só assim poderemos recomeçar, corrigir o erro e fazer bem feito.
Não deixe que o poder o domine. Antes, domine-o e o utilize para o bem comum. Não queiram estar acima da Constituição e das Leis, antes as respeitem e façam cumpri-las. Não se revoltem contra os outros poderes por terem sido contrariados, antes convém analisar seus atos e discutir os atos dos outros, com prudência e fundamentos. Jamais depreciem as instituições, antes respeitem sua existência e procurem uma convivência harmônica e construtiva. Nossa democracia depende disso. A sociedade agradece.
Alguns, munidos do poder, esquecem desses preceitos e, especialmente, olvidam de que no Juízo Final serão julgados, não mais por um homem-juiz, mas por um Deus Todo-Poderoso, que julgará sem precisar de testemunhas, pois é onisciente (tudo sabe); que não precisará do formalismo legal, pois é onipotente (tudo pode); que não será enganado por falso testemunho, pois é onipresente, conhece todas as coisas, está em toda parte e seu julgamento a todos alcançará. Se esses homens, ditos “todo-poderosos” lembrassem disso quando cometessem suas iniqüidades, o mundo seria bem melhor.
Lembrem-se disso. Esqueçam as desilusões, os ressentimentos, as disputas eleitorais fratricidas. Somos todos irmãos, concidadãos. A disputa de ideologias políticas é necessária e saudável, mas não deixem que isso nos transforme em inimigos. Lutemos juntos por um mundo melhor.
Sigamos o exemplo recente da campanha presidencial americana, onde, após o resultado o Senador John MacCain, mesmo derrotado, deu uma lição, que fica para a história. Disse ele:
“Sejam quais forem nossas diferenças, somos todos americanos (…) Desejo boa sorte ao homem que foi meu oponente e será meu presidente.”
E para completar este exemplo de democracia, ouçam o que disse o presidente eleito Barack Obama, no seu discurso da vitória, que também ficou para a história:
“(…) A paixão pode ter se acirrado, mas não pode quebrar nossos laços de afeição. E àqueles americanos cujo apoio eu ainda terei que merecer, eu talvez não tenha ganho seu voto hoje, mas eu ouço suas vozes. E eu preciso de sua ajuda. Eu serei seu presidente também.”
Eu espero e tenho certeza que os senhores saberão honrar este compromisso com o povo. Faço votos de sucesso e de felicidades para cada um dos senhores, esperando que Deus ilumine a todos e os gratifique pelos serviços que venham prestar às suas comunidades.
Gostaria de nesse instante, mais uma vez parabenizar o comportamento pacífico e ordeiro dos cidadãos de Cajazeiras, Bom Jesus e Cachoeira dos Índios, durante o pleito. Agradecer e parabenizar o trabalho das Polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal; o empenho dos serventuários da Justiça Eleitoral; o comportamento de todos os candidatos; a imprensa e a todos em geral, que contribuíram para o trabalho da Justiça Eleitoral nas Eleições 2008.
A cada um dos eleitos, neste ato diplomado e também aos presentes, eu desejo de todo coração que: “O Senhor te abençoe e te guarde; O Senhor faça brilhar sobre ti Sua face e que Ele se compadeça de ti; Que o Senhor Deus todo poderoso olhe para ti com amor e te der a paz; Que o Senhor Sempre nos guarde e nos abençoe.”
Muito obrigado.
Cajazeiras-PB, 11 de dezembro de 2008.
Edivan Rodrigues Alexandre
Juiz de Direito – Titular da 4ª. Vara de Cajazeiras
Juiz Eleitoral da 42ª. Zona Eleitoral
Licenciado em Filosofia pela FAFIC – Cajazeiras
E-mail: [email protected]
*( Discurso proferido durante a Diplomação dos candidatos eleitos, nas cidades de Cajazeiras, Bom Jesus e Cachoeira dos Índios, nas Eleições de 2008)
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