É cremado jornalista Rodolfo Fernandes, diretor de redação do GLOBO
O velório do jornalista Rodolfo Fernandes, diretor de redação do GLOBO, teve início às 10h deste domingo e conta com a presença de personalidades e políticos, como o deputado federal Miro Teixeira (PDT), o ministro de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco, o antropólogo Roberto DaMatta e a atriz Sílvia Buarque. Rodolfo morreu na tarde deste sábado, […]
O velório do jornalista Rodolfo Fernandes, diretor de redação do GLOBO, teve início às 10h deste domingo e conta com a presença de personalidades e políticos, como o deputado federal Miro Teixeira (PDT), o ministro de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco, o antropólogo Roberto DaMatta e a atriz Sílvia Buarque. Rodolfo morreu na tarde deste sábado, na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio. Ele tinha 49 anos e lutava desde 2009 contra a esclerose lateral amiotrófica (ELA), diagnosticada em julho daquele ano. No estágio final da doença, Rodolfo enfrentava insuficiência respiratória. Mesmo assim, trabalhou incansavelmente até a última quinta-feira na redação do GLOBO.
– Eu acompanhei a carreira do Rodolfo desde o início e ele fazia no jornalismo o que falta aos políticos na vida pública: impessoalidade. Conhecia pessoas públicas e políticos, mas não misturava as relações e levava as informações verdadeiras às pessoas – afirma Miro Teixeira.
Já Sílvia Buarque frisa que Rodofo era um jornalista muito sério, mas nem por isso deixava de ser brincalhão:
– Eu fui cunhada do Rodolfo durante sete anos. Ele era um jornalista centrado e muito sério. Nem por isso deixava e ser brincalhão. Eu me lembro dele fazendo piada e jogando futebol – conta.
Filho do jornalista Hélio Fernandes, Rodolfo começou a carreira aos 16 anos de idade na "Tribuna da Imprensa", onde teve breve passagem. Depois, em Brasília, trabalhou na "Última Hora", no "Jornal de Brasília", na "Folha de S. Paulo" e no "Jornal do Brasil", onde entrou em 1985.
Em 1989, ele se transferiu para a sucursal do GLOBO em Brasília, onde foi coordenador de política e chefe de redação até voltar para o Rio, em 1995. Foi editor de Política até 2001, quando virou diretor de redação.
João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo, emitiu nota sobre o jornalista:
"Eu e meus irmãos sempre vimos no Rodolfo um jornalista de um talento imenso, curioso, competente, criativo, incansável e ético. Essas características ficaram bastante evidentes nos últimos dez anos, quando comandou a redação do GLOBO, conseguindo manter muito vivo o caráter que sempre marcou o jornal: não perder o espírito carioca, estar absolutamente ligado à cidade e ao estado, mas com uma enorme influência nacional. À parte isso, foi sempre um prazer tê-lo como colaborador, pela pessoa adorável que era: sereno, amigo e bem-humorado. Nos dois últimos anos, apesar das imensas dificuldades que a doença lhe impôs, fez questão absoluta de trabalhar até o último dia. Desse exemplo, e tenho certeza de que falo em nome de todos os colegas do GLOBO, também não vamos nos esquecer".
Rodolfo deixa a mulher, a economista Maria Silvia Bastos Marques, e dois filhos, Felipe e Letícia, do primeiro casamento, com Sandra Fernandes.
O governador Sérgio Cabral decretou luto oficial de três dias e dará nome a uma escola do estado em homenagem a Rodolfo.
– Rodolfo foi ascendendo na hierarquia do jornal e mantendo sempre a mesma postura, sua serenidade e tranquilidade, a cada cargo com maior poder e prestígio. Sequer alterava a voz e a maneira de falar com as pessoas. Era uma pessoa muito doce, mas também muito respeitada pelos seus colegas, pelos políticos, enfim, uma pessoa que nos deixa absurdamente jovem – declarou o governador.
No domingo, o Flamengo – time pelo qual o jornalista era apaixonado – entrará em campo de luto no clássico contra o Vasco às 16h, e fará também um minuto de silêncio.
– O Flamengo perde um ilustre torcedor, amante do futebol e, o jornalismo, um profissional que sempre exerceu a profissão com excelência – lamentou Patrícia Amorim, presidente do clube.
GLOBO.COM
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