Após 1 ano e seis meses, cidades do Rio Grande do Norte começa a receber primeiras chuvas
No últimos dias, as chuvas têm amenizado a situação. A água encheu todos os reservatórios da cidade.
O município de Luís Gomes, no Rio Grande do Norte, ainda sofre as consequências de uma das maiores crises de abastecimento d'água da história da cidade. Lá, falta água nas torneiras desde outubro de 2011.
No últimos dias, as chuvas têm amenizado a situação. A precipitação ocorreu com tanta intensidade que, em algumas ruas, a água entrou nas residências e provocou pequenos estragos. Mas, para os moradores que sofrem com o colapso no abastecimento, isso foi o de menos. A água encheu todos os reservatórios da cidade.
Aproveitamento
Para aproveitar ao máximo a chuva, os moradores estão enchendo recipientes que têm em casa com a água que cai do céu. Na frente das casas, agora é comum ver caixas e toneis nas calçadas ligados às calhas.
O leiteiro José Wanderley de Oliveira lembrou que a população local foi muito prejudicada com a falta d'água nas torneiras. “Nós sofremos muito aqui, carregando água nas caixas”, reclamou. O leiteiro também afirmou que a chuva que caiu durante a última semana serviu para encher os reservatórios da casa dele.
Colapso
O abastecimento d'água na cidade de Luís Gomes está interrompido desde outubro de 2011. A esperança da população, de aproximadamente 10 mil habitantes, era de que o problema do colapso no abastecimento fosse resolvido até o fim de 2012, mas 2013 chegou e nada foi feito.
O secretário estadual de Recursos Hídricos, Gilberto Jales, afirmou que as obras da adutora que levará água ao município seriam concluídas em janeiro, mas o fornecimento ainda não voltou à normalidade. Jales disse também que o atraso nas obras se deu em razão de vazamentos na tubulação, identificados no momento de teste, tendo sido necessária a substituição dos tubos.
Reservatórios
Os reservatórios disponibilizados no Centro da cidade são abastecidos semanalmente, mas a água não é suficiente para atender a população de todo o município. A localização geográfica do município se torna um fator a mais de dificuldade quanto à chegada de água através dos canos da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern).
Luís Gomes é uma cidade serrana, localizada a 600 metros de altura em relação ao nível do mar. Somente através de carros-pipa e caçambas, que abastecem 18 caixas d'água com capacidade para armazenar 10 mil litros cada, o líquido é distribuído gratuitamente à população.
O prefeito Francisco Tadeu Nunes não acredita que somente a adutora que está sendo construída pelo Governo do Estado irá resolver o problema. Para ele, somente a chuva pode sanar a necessidade de água do município.
Falta água
O monitoramento dos reservatórios do Rio Grande do Norte realizado pela Secretaria de Recursos Hídricos (Semarh) constatou que 20 açudes do Estado estão com o volume abaixo de 20% da sua capacidade total. A situação é considerada crítica pela Coordenação de Gestão de Recursos Hídricos da Semarh.
O levantamento mostra ainda que 40 reservatórios, dos 53 monitorados pela Semarh, estão com o volume abaixo de 50% da capacidade total. “As poucas chuvas que caíram no Estado esse ano não mudaram a nossa realidade que hoje é considerada crítica”, disse a coordenadora de Gestão de Recursos Hídricos da Semarh, Joana Darc Freire de Medeiros.
A região do Alto Oeste, de acordo com o monitoramento, é uma das mais críticas em relação ao volume dos reservatórios. O açude Brejo, localizado no município de Olho D'água do Borges, por exemplo, está com 6,06% da sua capacidade, de acordo com a medição realizada no dia 20 de fevereiro. Outros reservatórios da região também estão em situação crítica, como o Bonito II, no município de São Miguel, com 10,73% da capacidade; e o Santo Antônio de Caraúbas, em Caraúbas, com 9,06%. No Alto Oeste, o reservatório que está em melhor situação é o de Santa Cruz do Apodi, com 56,34% da capacidade.
A barragem Armando Ribeiro Gonçalves – maior reservatório do Estado, com capacidade para 2,4 bilhões de metros cúbicos – está com 49,16% da sua capacidade total. Ainda de acordo com a última medição realizada pela Semarh, outros importantes reservatórios do Rio Grande do Norte encontram-se na seguinte situação: Poço Branco, 56,69%; Itans, 28,74%; Mendubim, 44,18%; Sabugi, 20,86%; Pau dos Ferros, 19%; Gargalheira, 33%; e Cruzeta, 16%.
Previsão
De acordo com a previsão dos meteorologistas da Empresa de Pesquisa Agropecuária do rio Grande do Norte (Emparn), o semiárido nordestino terá um inverno abaixo do normal e o litoral de normal a acima do normal. Mesmo com essa previsão, os meteorologistas chegaram a conclusão, após dois dias de análises, que não existem sinais evidentes se o Nordeste terá um ano de chuvas normais ou não. Os parâmetros observados, como as águas dos oceanos Pacífico e Atlântico, as Zonas de Leste e a atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), não são suficientes no momento para uma conclusão.
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DIÁRIO DO SERTÃO com G1 RN
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