Atentado a bomba no Apolo XI em Cajazeiras é destaque mais uma vez do Jornal de Pernambuco
O jornal realizou uma série de reportagem e há dois domingos que publica matérias especiais sobre o mistério da boma que foi detonada contra o Bispo.
O atentado terrorista que ocorreu há 35 anos na cidade de Cajazeiras foi destaque mais uma vez da edição desse domingo (24), do Jornal do Comércio de Recife.
Em sua série ‘Memória Política’ , a matéria comenta acerca de mistério que a cidade sertaneja viveu em 2 de julho de 1975: a bomba do Apolo 11, um atentado que vitimou dois, mutilou outros e destruiu o Cine Teatro Apolo XI. O alvo, dom Zacarias Rolim de Moura, bispo conservador da Diocese de Cajazeiras, escapou porque tinha viajado a Recife. Até hoje, porém, não foi descoberto o autor do atentado.
A reportagem aborda que, na pacata cidade do Sertão da Paraíba, a população foi sacudida por uma explosão sentida até fora da cidade. Às 21h, com as ruas desertas, a cidade havia começado a adormecer. Os moradores do centro correm para o local do impacto: o Cine-Teatro Apolo 11, fundado pelo bispo Dom Zacarias Rolim de Moura, à época com 60 anos, um fanático por cinema e frequentador assíduo das sessões.
De acordo com a publicação do Jornal do Comércio, o cenário era incomum e desolador para Cajazeiras: as poltronas destroçadas e quatro homens jogados ao chão. O soldado Altino Soares, o Didi, 43, com as pernas amputadas. O ex-recruta do Tiro de Guerra, Manuel Conrado (Manuelzinho), 19, com uma lasca de madeira na cabeça, o seu irmão e operador de projetor Geraldo Conrado, 31, com a perna direita partida e o corpo perfurados por fragmentos, e o adolescente Geraldo Galvão, 16, do abdômen para baixo perfurado e as pernas queimadas.
Levados para João Pessoa, Manuelzinho morreria dois dias depois e o soldado Didi, da PM-CE, nove dias depois. Dom Zacarias escapou. Naquela tarde, havia embarcado em um ônibus com destino ao Recife, onde – além das atividades pastorais – ia às distribuidoras alugar filmes para os cinemas da Diocese de Cajazeiras. O saldo do atentado não foi maior devido ao imponderável de uma fita de má qualidade, que partiu várias vezes, encurtando a sessão em 15 minutos, e ao enredo do filme, um drama que não agradou à platéia admiradora de faroestes e filmes de aventura.
Conforme a reportagem, a cadeira cativa de Dom Zacarias Rolim de Moura estava vazia, mas debaixo dela havia uma pasta modelo 007. Na varredura final do auditório, antes do fechamento do cinema, Geraldo Galvão encontra e entrega ao soldado Didi a pasta abandonada. Na curiosidade, ao abrir para saber de quem era, Didi puxa de dentro algo que imagina ser um gravador. A poucos metros, Manuelzinho grita: “não mexe, é uma bomba”. No susto, Didi soltou a bolsa no chão.
Na publicação trazida pelo Jornal do Comércio é enfatizado também que a bomba detonada em Cajazeiras, foi o primeiro de uma série de episódios ocorridos ao longo dos governos dos generais Ernesto Geisel e João Baptista Figueiredo. Ao assumir, em 15 de março de 1974, Geisel anuncia o processo de abertura política “lenta, gradual e segura”. Escolhido por Geisel, Figueiredo assume, em 1979, com a missão de dar continuidade à distensão e devolver o poder aos civis.
DIÁRIO DO SERTÃO com o Jornal do Commercio
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