VÍDEO: Ativistas de movimentos sociais de Cajazeiras debatem racismo estrutural no Brasil e suas reverberações
Maria Elza Gomes e Vitória Souza foram as convidadas para o 'Papo Cabeça' junto com Solange Nogueira, Tatiana Crispim e Priscila Tavares
No dia Nacional da Consciência Negra (20) o programa Diário News recebeu as representantes da Marcha Mundial das Mulheres, do Centro de Defesa da Mulher Márcia Barbosa, da Frente Negra Unificada e outros movimentos sociais de Cajazeiras, as professoras Maria Elza Gomes e Vitória Souza para falar sobre o racismo estrutural que existe no Brasil.
Além delas, a professora Solange Nogueira, a advogada Tatiana Crispim e a atriz e produtora cultural Priscila Tavares pontuaram sobre o racismo dentro dos seus meios sociais.
Vitória Souza é graduanda do curso de História da Universidade Federal de Campina Grande, campus Cajazeiras, militante da Marcha Mundial das mulheres, pesquisadora do feminismo negro e educação antirracista, além de professora da rede de ensino do Estado da Paraíba. Ela falou sobre a falta de discussões sobre o tema nas escolas e ressaltou que a prática é algo cultural.
“Só no mês de novembro essa temática fica em alta e umas das coisas que eu costumo falar, que a gente precisa desenvolver uma consciência racial, que ainda não existe no Brasil. Porque a ideia de racismo não é biológico, é cultural, até porque se fosse biológico todo mundo ia sofrer racismo porque houve um processo de miscigenação baseado num projeto de embranquecimento onde todo mundo tem sangue da população negra”, disse.
Veja o cometário completo de Vitória Souza:
Maria Elza Gomes é Graduada em História pela UFPB (Universidade Federal da Paraíba), mulher negra, defensora das causas sociais, educadora popular, militante do Centro de Defesa da Mulher Márcia Barbosa de Souza e da Marcha Mundial das Mulheres, integrante do Instituto Frei Beda de Desenvolvimento Social (IFBDS), integrante do Conselho Municipal de Igualdade Racial do município de Cajazeiras e atualmente ocupa o cargo de Diretora do Departamento Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres do município de Triunfo- PB.
Elza afirma que as políticas públicas para combate ao racismo têm funcionado bem, mas são insuficientes e que toda história contada foi pela perspectiva do branco.
“Eu nunca estudei autores pretos na Universidade Federal da Paraíba. Então, a história que foi contada para mim sobre o meu povo não é a história verdadeira, é uma versão do branco que nos branquearam, também muitas vezes. A história enquanto ciência deve à população preta”, pontuou a ativista.
Veja o cometário completo de Elza Gomes:
Priscila Tavares diz que a arte é uma ferramenta de luta para a sociedade, mas que precisa de muito avanço e destaca o fato de que só recentemente começaram a fabricar sapatilhas de pontas para bailarinas negras.
“Ainda existe muito racismo dentro da construção, por exemplo, se vão atrás de papeis, mulheres negras são específicas. Mulheres negras não conseguem papeis de mulheres, elas só conseguem papeis se forem de ‘mulheres negras’, em novelas, em filmes, em peças de teatro é específico. Ainda precisa de muita evolução, ainda precisa de muito trabalho para que que coisas como essas não precisem ser pontuais”, disse.
Veja o cometário completo de Priscila Tavares:
A professora Solange Nogueira falou sobre sua atuação em sala de aula para o combate do racismo e relatou sobre preconceitos vividos.
“Eu como professora de Artes, sempre que eu posso, eu gosto muito de tocar no assunto com meus alunos da importância que o negro teve para nossa formação cultural e na história. Que esse tema seja abordado diariamente, o ano todo, não esperar só dia 20 de novembro para que retome esse discurso”, disse.
Veja o cometário completo de Solange Nogueira:
A advogada Tatiana Crispim pontuou sobre a dificuldade de superar o racismo estrutural no Brasil e como isso vem passando de geração em geração.
“O que a gente percebe, muitas vez, é que é involuntário. É involuntário no sentido de ser cultural, eu acho que essa é a maior luta que a gente, enquanto sociedade, a desconstrução dessa cultura arreigada, porque quando passa a ser intencional e deliberado aí já é diferente, já é malcaratismo, aí é realmente a pessoa que já tem o instinto de maldade”, falou.
Veja o cometário completo de Tatiana Crispim:
Diário News
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DIÁRIO DO SERTÃO
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