Dois anos da Lei Maria da Penha: ocorrências em Cajazeiras chegam a 10 por dia
No mês em que a Lei Maria da Penha completa dois anos, a Delegacia da Mulher de Cajazeiras ainda registra números de ocorrências considerados altos para os padrões da cidade. Em entrevista à...
No mês em que a Lei Maria da Penha completa dois anos, a Delegacia da Mulher de Cajazeiras ainda registra números de ocorrências considerados altos para os padrões da cidade. Em entrevista à nossa reportagem, a delegada titular Amin Denildes disse que a delegacia registra uma média de 8 denúncias de agressão contra mulheres por dia, chegando às vezes até a 10.
A delegada revelou que mais da metade das mulheres que chegam a procurar a delegacia para prestar queixa, acaba não levando o processo adiante, e resolve dar uma nova chance ao agressor, que na maioria dos casos é o próprio marido.
Mas é a omissão a principal dificuldade enfrentada pela Delegacia da Mulher. Na maioria dos casos, a vítima prefere não prestar queixa, quase sempre movida por medo do agressor. Desta forma, a polícia acaba não tomando conhecimento de casos de maus tratos que já existem há anos, mas nunca foram denunciados.
“Esse é o caso mais grave: quando a gente percebe que a mulher já vem sofrendo há muito e muito tempo. Não é no primeiro tapa que leva, que ela toma uma atitude. Ela sofre durantes uns três a quatro anos. Às vezes até sete anos para tomar coragem e denunciar seu agressor.’, revelou a delegada.
Dois anos de luta
Criada para punir com rigor a violência contra as mulheres, a Lei Maria da Penha ainda lida com fragilidades no seu cumprimento. As primeiras estatísticas, depois que a lei entrou em vigor, mostram que as denúncias aumentaram.
Mudou também o perfil das agressões. A lesão corporal passou do segundo para o terceiro lugar em número de ocorrências. Mesmo assim, para o Conselho dos Direitos da Mulher ainda falta muito para as mulheres estarem protegidas.
Da redação do Diário do Sertão
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