Vitória
Por José Ronildo – Primeiro temos que reconhecer que Corrinha Delfino teve todos os méritos para ganhar as eleições deste ano em Cajazeiras. Sempre achei Corrinha um nome fácil de se trabalhar numa campanha eleitoral. Como disse aqui, “uma candidata determinada e com perfil voltado para a área social e educacional em uma terra construída às margens de um colégio e que nunca teve uma professora como prefeita”.
Corrinha não foi a primeira escolhida, mas era o melhor nome do grupo de situação. E logo que foi indicada como pré-candidata do grupo situacionista, caiu em campo, fazendo reuniões, construindo alianças, aparando arestas – isso tudo com um discurso em tom conciliatório, de atendimento a demandas da sociedade e sem promessas vazias. E olha que sua candidatura surgiu no vácuo de um motim de secretários e auxiliares da gestão de Zé Aldemir. Parecia terra arrasada, mas a debandada ao invés de esvaziar a candidatura situacionista, fez foi fortalecê-la.
Na campanha, Corrinha adotou um tom propositivo, mas afirmativo, principalmente nos debates e nos guias eleitorais. Mostrou projetos para a cidade e não fugiu a nenhuma pergunta ou questionamento, seja de adversários, seja da imprensa. Foi corajosa, acima de tudo. E mostrou que conhecia cada palmo desse chão. Da zona rural aos bairros da cidade. Contou com apoio de movimentos sociais, feministas e da causa LGBT.
Obviamente que não podemos esquecer da importância do apoio de Zé Aldemir, que mostrou mais uma vez sua força política, transferindo votos e mantendo o ritmo administrativo mesmo em meio à campanha. Há cerca de dois meses, Diego Tavares, suplente da senadora Daniela Ribeiro e filho do cajazeirense Reginaldo Tavares, me perguntou como estava a campanha em Cajazeiras. Chico Mendes ainda era o candidato da oposição. Disse-lhe que a campanha estava equilibrada, mas que acreditava na vitória de Corrinha, por conta de seu carisma e pela grande gestão dela enquanto secretária de Educação. Diego me perguntou como estava a avaliação de Zé Aldemir em Cajazeiras. Falei que em todas as pesquisas feitas, até pela oposição, a gestão de Zé era avaliada de forma positiva com mais de 60% pelos pesquisados. “Então, ela ganha”, disse Diego.
De fato, a boa avaliação da gestão de Zé Aldemir influiu positivamente. As denúncias surgidas contra a administração municipal durante a campanha, eram requentadas de outros tempos. Nenhum fato novo ou de impacto surgiu para desvalorizar a gestão. Pelo contrário. A oposição insistiu em ataques pessoais contra Zé Aldemir nos grupos de zap, algo que já tinha sido feito na campanha passada e não surtiu efeito.
Outro nome decisivo na campanha de Corrinha foi Júnior Araújo. Desde que foi firmada a aliança com Zé Aldemir, Júnior caiu em campo, em articulações e posturas de defesa da candidatura situacionista. Depois, para selar a aliança, colocou sua irmã Christiane Araújo como vice, outro nome fácil de ser trabalhado, boa de entrevistas e sem medo de desafios.
A oposição pecou em muitos aspectos. O principal deles foi insistir na candidatura de Chico Mendes, quando qualquer leigo sabia que ele não poderia ser candidato conforme a legislação eleitoral. Quando Pablo saiu candidato, Corrinha já estava à frente nas pesquisas internas. E a postura de Pablo não contribuiu para mudar isso. Pablo se perdeu no único debate acontecido nesta reta final, na Arapuan FM, usando um tom agressivo e debochado, que só fez irritar mais ainda o movimento feminista. E não conseguiu apresentar com clareza suas propostas, chegando a mudar de assunto quando Corrinha perguntava algo sobre outro tema que não a Saúde.
Por fim, o grande derrotado nas eleições foi o PT. A direção do partido decidiu por uma aliança com o PSB quando o candidato ainda era Chico Mendes e manteve essa aliança quando Pablo assumiu a candidatura. Isso dividiu o PT e muitos nomes do partido votaram em Corrinha Delfino nas urnas. Pablo tentou incorporar o apoio do PT, mas ele dizendo no guia eleitoral que votaria em Lula daqui pra frente soava tão falso quanto um flamenguista dizer que vai torcer pelo Vasco na final da Copa do Brasil.
O artigo é do companheiro Linaldo Guedes. Eu acrescentaria apenas que o trabalho de Corrinha na educação também foi decisivo; ela conquistou sua categoria e os pais dos estudantes; demonstrou firmeza nos discursos e conseguiu bloquear o bombardeio da oposição, especialmente do deputado Jeová Campos que denunciou que a revalidação do seu diploma de Mestrado seria falso.
É bem verdade que a mudança de candidatura na oposição foi um verdadeiro banho de água fria na campanha que vinha em ascensão. O desafio de Pablo era reanimar a militância e o eleitorado, mas não deu. Não resta dúvida de que o governador que apostou todas as fichas na candidatura oposicionista foi o grande derrotado do pleito eleitoral, ficando provado que numa disputa paroquial o governador tem pouco peso eleitoral. Como dizia Corrinha, que foi uma gigante nessa campanha. A luta é grande, mas a vitória é certa!
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