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Renato Abrantes

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Vida e Morte

20/08/2008 às 00h00

A vida e a morte se confundem em nossa existência terrena, com o devido destaque para a morte. Sua causa? Tantas e tantas que agridem o homem na sua mais transparente qualidade e dignidade: a de ser filho de Deus.

Não apenas a matéria está sendo agredida quando a violência toma forma abominável, mas também o espírito, naquilo que lhe há de mais essencial: o fato de caracterizar o homem como filho do Criador.

Inserido num ambiente muito mais amplo do que o simples vegetar aqui na terra esperando a chegada do fim, o homem não pode e nem deve ser considerado apenas um amontoado de células, de tecidos, de órgãos. O homem é mais, e é exatamente este “mais” que o diferencia dos outros seres vivos.

Criado à imagem e à semelhança do Infinito, do Criador, de Deus (chamo-O assim pelo simples fato de ter fé e fé cristã, mas dou-lhe, caro leitor, o direito de chama-Lo como quiser, desde que O admita), o homem é racional. E, por ser racional, é dono das mais nobres faculdades que não há em nenhuma outra criatura, e que encontra sua perfeição em Deus: inteligência e vontade.

O que distingue o homem de tudo o mais é a sua inteligência (o homem sabe) e a sua vontade (o homem quer). Estes distintivos são como que os pilares da humanidade e, quando bem utilizadas, podem conduzir o ser racional aos mais altos níveis de transcendentalidade (capacidade de “estar aqui”, mas, na verdade, “estar em outro lugar”).

Inteligência e vontade. A santidade começa quando o homem conhece a Deus e quer possuí-Lo. Pena que, sozinho, nada pode. Consola-nos o fato de que Deus, amando-nos com um amor ilimitado, tornou-se acessível à nossa pobre fragilidade. Sim! Somos grandes, mas ao mesmo tempo somos pequeninos. Se Deus não se nos revela, não conseguimos conhece-Lo adequadamente.

É verdade que, mesmo quando estivermos em Sua presença, gozando da visão beatífica (o céu), nunca O conheceremos totalmente, sempre haverá o que conhecer e, por conseguinte, amar. Esta é a “graça” do céu: nunca chegar ao fim de Deus, que é infinito, mas, sempre ter o que “conhecer” e o que “amar”. O céu é dinamismo e doçura sem fim.

Como seria interessante que, em todos os homens, inteligência e vontade fossem direcionadas para a plenitude e não para a parcialidade, para o avanço e não para o regresso, para a alegria verdadeira e não para a alegria que logo passa, para a vida e não para a morte, para a vida plena e não para a condenação.

Em Deus, inteligência e vontade são perfeitas, sem mancha, sem ruga e sem limitação. Deus tudo sabe e Deus tudo quer. E nos comunica parte do Seu saber e parte do Seu querer.

Vida e morte no homem se confundem. As ferramentas para a escolha entre uma e outra foram colocadas em nós pelo Criador. Cabe a nós fazer a escolha certa.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

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