Um senador também sem votos!
Por Fernado Caldeira
“Filha do novo secretário da RF atua no gabinete de Roberto Cavalcanti. Época lembra ações de sonegação contra senador.” (Hermes de Luna – 14/08/2009 às 19:59)
“Roberto Cavalcanti deu também cargo em seu gabinete a filho do ministro que vai julgá-lo no STJ.” (Hermes de Luna – 16/08/2009 às 12:14)
A questão de ser Senador pela Paraíba sem ter um, sequer um voto dos mais de 2,5 milhões de eleitores paraibanos, deixou de ser o primeiro questionamento que se possa fazer ao sr. Roberto Cavalcanti Ribeiro, ainda que seja a representação popular um tema básico da democracia, e portanto um assunto da maior seriedade.
Infelizmente, a ausência dessa representação talvez seja a responsável pela mácula que nosso Estado vivencia nos dias atuais pelo nefasto comportamento ético desse senhor. Afinal, quando se é votado, alguma responsabilidade com o voto fica! Mas quando se representa sem ter tido votos para ser representante, não há compromisso senão consigo próprio e seus interesses.
O Ministério Público Federal na Paraíba acusa este “senador” de envolvimento no chamado Escândalo da Fazenda Nacional, como ficou conhecido o caso de sonegação fiscal de algumas empresas paraibanas. Não há, ainda, qualquer julgamento de mérito da questão e, assim, pelo princípio constitucional da presunção de inocência, o citado “senador” não tem culpa no cartório. Pelo menos até agora, não!
Mas o que imaginar de alguém que, sendo “senador” sem voto algum, acusado pelo MPF de sonegação fiscal, emprega em “seu” gabinete uma filha do novo secretário da Receita Federal, o paraibano Otacílio Cartaxo e, não satisfeito, um filho de um ministro do Superior Tribunal de Justiça, o pernambucano e portanto seu conterrâneo, Francisco Falcão, corte que deve julgá-lo das acusações que lhe imputam?
Pensar o que, senão que esse mandato está a serviço apenas e tão somente da absolvição de quem está até o gogó atolado na lama suja e fétida da corrupção?
Antes, o senhor Roberto Cavalcanti Ribeiro era conhecido como “senador sem votos.” Agora, diante dessas tristes constatações, é o “senador também sem votos.” Porque além deles, lhe faltam igualmente ética e respeito!
Merecida homenagem!
Em sessão que foi realizada ontem em Cajazeiras para debater, entre outros, a criação da Universidade do Sertão, com os desmembramentos dos campus de Patos, Sousa e Cajazeiras da estrutura da UFCG, a Assembléia Legislativa da Paraíba aproveitou para fazer a entrega de sua maior honraria, a Medalha Epitácio Pessoa, a um ilustre cajazeirense: José Antônio de Albuquerque.
Propositura do deputado José Aldemir (DEM) aprovada à unanimidade, a Medalha Epitácio Pessoa é o reconhecimento ao amor materno que o homenageado mantém com Cajazeiras e sua história.
Historiador por formação, professor universitário, empresário, jornalista e radialista, o professor Zé Antônio, como popularmente lhe tratam, é acima de tudo um apaixonado por sua terra. São dela as histórias e causos que conta em quase todas as edições do Gazeta do Alto Piranhas, semanário por ele fundado há 10 anos para perpetuar a história da sua amada cidade.
Mas não posso deixar de registrar, ainda, por dever de reconhecimento e justiça, não pelo contraparentesco que temos, mas pelos anos de convivência mútua na Rádio Alto Piranhas e no Gazeta do Alto Piranhas, seu espírito absolutamente democrático. Nunca, em tempo algum, e lá se vão uns 28 anos dessa convivência, nos proibiu de escrever ou falar sobre os acontecimentos do dia-a-dia, ou mesmo nos solicitou dar esta ou aquela interpretação a tal ou qual fato. Há que se registrar também isso, pelo ineditismo desse comportamento nos dias atuais.
A Assembléia Legislativa homenageia um cajazeirense tão grande que todos, Cajazeiras, cajazeirenses e cajazeirados, nos sentimos agraciados!
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