Um executivo no parlamento
Não sou, por essência, um homem de muitas palavras. E a chegada ao parlamento só reforçou a convicção de que – definitivamente – integro o grupo dos que preferem a ação à oração.
Foi assim nos meus tempos de feira
-livres em Cajazeiras.
Tem sido assim no comando dos negócios.
E, ainda que o mister do legislativo seja o parlar, será exatamente assim (econômico nas palavras e focado em ações pragmáticas que rendam frutos passíveis de colheita) que semearei esta experiência parlamentar.
Uma dessas semeaduras tem sido feita em um campo fecundo de problemas, potencialmente agravado pelos ciclos repetitivos de estiagens: o endividamento dos produtores rurais nordestinos.
Não se trata apenas de números (gigantescos, asfixiadores da fé e da capacidade produtiva da nossa gente).
Para além da aritmética da dívida, tem o sofrimento – sentimento que não aparece nas planilhas bancárias, não se mede com calculadora e que só se pode mensurar quando se olha – face a face – o semblante do nosso povo.
Como sertanejo, testemunha dessa dor, posso atestar que a seca, aliada às quebras de produção e o consequente endividamento, é tão aguda e extremada que vem provocando, ao longo dos últimos anos, o abreviamento de muitas vidas. E impactando, drasticamente, tantas outras.
E a despeito da crença – acertada – de que o sertanejo é sobretudo um forte, tenho convicção de que estamos caminhando a passos largos para atingir o nosso limite de suportar conjunção tão infeliz de más venturas.
É de fato intolerável que os produtores rurais, responsáveis por colocar alimento na mesa dos brasileiros, continuem enfrentado, solitariamente, essa dupla daninha – seca e endividamento.
Eles precisam de um esforço nacional. Urgente!
E acredito que um passo largo será dado com a aprovação da Medida Provisória 733/2016 no Senado Federal. Portanto, não medirei esforços para acelerar essa votação.
Estou convencido de que as linhas de negociações contidas neste pacote beneficiarão os produtores rurais de toda a região – uma medida que amplia, largamente, as poucas brechas abertas pelos antecessores recentes do presidente Michel Temer.
As novas linhas de renegociações mostram, sem dúvida, que o Governo Federal enfim entendeu a extensão do problema.
Cabe agora ao parlamento viabilizá-las, com a pronta votação da MP.
Diuturnamente, trabalharei para acelerar este processo.
E estou confiante, pois entendo que o Senado Federal é uma seara de adição e não de subtração de direitos e garantias dos produtores rurais. Ainda mais considerando que aquela casa abriga, em seus quadros, 27 senadores nordestinos.
Representantes legítimos de 12 milhões de nordestinos que aguardam – há mais tempo do que a paciência ousa suportar – providências que possam minorar seu sofrimento.
É hora dos olhos do Brasil enxergar estes brasileiros. E aliviar esse fardo tão pesado.
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