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Alexandre Costa

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Transnordestina: a Paraíba fora dos trilhos

19/05/2023 às 19h33

Coluna de Alexandre Costa - foto: reprodução/massa.ind.br

Por Alexandre Costa – Não consegui identificar em nenhuma reunião do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste), constituído pelos nove governadores da região, uma única pauta que abordasse de forma prioritária a conclusão de uma das mais importantes obras estruturantes e estratégicas para o desenvolvimento da região: a ferrovia Transnordestina.

A construção da mais importante ferrovia do Nordeste, a  Transnordestina Logística (TLSA), se arrasta ao longo de 17 anos e como a grande maioria das obras públicas do país, continua inacabada e  sem data definida para sua  conclusão.

Partindo, no seu traçado original, do município de Eliseu Martins no Piauí no PI e com uma bifurcação estratégica em Salgueiro em Pernambuco, para os portos do Pecém no Ceará e Suape em Pernambuco, a Ferrovia Transnordestina (TLSA) nos seus 1752 Kilometros de trilhos se transformaria numa obra emblemática para a retomada da expansão do modal ferroviário no país, sepultado desde o Plano de Metas do governo Juscelino Kubistchek, nos anos 1950.

Trata-se de um projeto ambicioso no formato de Parceria Publico-Privado (Companhia Siderúrgica Nacional-CSN e Bancos Públicos-BNDES e BNB) que já consumiu até 2018 mais de R$ 6,0 bilhões, Inclusive do Fundo de Investimento do Nordeste-FINOR, prevendo a interligação desses dois mais importantes portos nordestinos para viabilizar o escoamento do minério de ferro e gesso vindo do Piauí e no sentido inverso abastecendo o Vale da São Francisco, sul do Piauí e oeste baiano com combustíveis, veículos e fertilizantes.

Iniciada em 2006, a TLSA conta atualmente com 815 quilômetros de já trilhos implantados o que leva o seu diretor-presidente da ferrovia, Tufi Daher, arriscar uma previsão que a obra somente chegue ao Pécem, se chegar, até o fim de 2027, isso condicionado ao aporte de recursos na ordem de quase R$ 8 bilhões para conclusão da obra sendo 50% oriundos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste e outra metade da CSN e o Governo Federal.

Essa previsão de antecipação de conclusão para 2027 deu-se em virtude ao cancelamento do ramal Salgueiro-Suape onde a TLSA assinou um nebuloso termo aditivo com o governo federal saindo da obrigação de construir os 717 quilômetros do trecho pernambucano.

Pernambuco mostra força lutando para viabilizar a ferrovia para o porto de SUAPE ao tempo que os míopes políticos paraibanos não conseguem entender que é chegado o momento da Paraíba pensar grande e investir na formatação de um macro projeto de desenvolvimento econômico para o estado com uma visão estratégica de futuro sendo um dos eixos de desenvolvimento a implantação de um ramal da Transnordestina partindo de Missão Velha no Ceará passando por Cajazeiras cruzando todo o estado, de oeste a leste, até o futuro Porto de Águas Profundas de Mataraca. Enquanto nossos líderes políticos não conseguirem enxergar isso, a Paraíba vai continuar literalmente fora dos trilhos.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

Alexandre Costa

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

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