Ser pai: brincadeira ou séria missão?
Ser pai não é brincar de plantar espermas, mas aguardar o resultado com a disposição de amar, acompanhar preparar os filhos e filhas para a vida. Há muitas alegorias a respeito da missão de ser mãe, enfatizar a importância do pai no processo de procriação e criação é também fundamental, haja vista que um filho ou uma filha é o resultado do encontro de gametas que se encontram dando origem ao novo ser humano e é neste momento que o homem ganha a condição de pai e a mulher a condição de mãe.
Com o nascimento do bebê a relação entre pais e filhos começa a ficar mais concretizada, no entanto, é comum se observar vários casos em que a presença paterna vai ficando distante ou quase nem existe e o que é intrinsicamente ligados passam a ser encarados com olhares distantes, o apego torna-se inexistente, indiferente manifestados pelas atitudes de certos pais que nem querem saber se o filho ou filha nasceu, em outras palavras: “não tenho nada a haver”, “te vira” enquanto o olhar ingênuo da criança pode expressar “não pedi para nascer, você me possibilitou esta condição, porque não é o meu amparo? Preciso de você, da sua atenção”!
Enquanto ser dotado de inteligência, o pai não é um simples reprodutor do gênero humano, escurecer seu dever, negar as origens de progenitor quando se nega a dividir as responsabilidades na criação daquele(a) que nasceu é uma dupla atitude desumana, visto que a mãe passa a enfrentar a jornada de além de parir, criar e educar os(as) filhos(as) quando deveriam ser atribuições compartilhadas com o pai que às vezes levados pela frieza e indiferença numa visão errônea fogem do compromisso de ser realmente “pai” não sabendo os mesmos que estão construindo sérias frustrações naqueles os quais esperavam o apoio, o amparo, a atenção.
Os laços afetivos “do pai” fortalecem àqueles(as) cuja vida foi possibilitada. Para tanto, é preciso doação, amor, cumplicidade de quem em parte, contribuiu para alguém nascer.
Jogar toda responsabilidade nas costas da mãe e achar que “ela gosta de padecer no paraíso” é utópico, não há paraíso com sofrimento, é também injusto: os dois têm parcelas iguais no ato da fecundação, portanto as obrigações dos mesmos devem ter pesos.
A teoria freudiana, focaliza que nenhuma necessidade é tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido pelo seu pai, é comprovado cientificamente o quanto é fundamental a participação do pai na vida da criança. Mesmo entendendo que a realidade familiar no tempo de Freud era diferente. Nos dias de hoje, a família vem passando por transformações as quais complicam a relação entre pais e filhos, porém não se pode fugir desta realidade, mas buscar soluções para conviver frente à nova situação, mesmo com as mudanças as atribuições de ser pai não mudaram, a Ciência busca outras conclusões, não obstante jamais “os pais vão deixar de ser pai” e “os(as) filhos(as) deixarem de serem filhos(as)”, são vínculos inseparáveis e na fase infantil torna-se ainda mais necessário esta aproximação.
É importante enfatizar que há famílias nas quais pais e filhos vivem no mesmo espaço, mas distantes, são os pais apenas presentes fisicamente enquanto a aproximação é inexistente. Filhos que dormem em quartos separados dos pais apenas pela parede, embora os muros do diálogo entre ambos sejam de grandes espessuras. O contato entre pai e filho só acontece para o repasse de imposições, regras e prendas materiais como forma de camuflar o sentimento amoroso tornando os filhos ansiosos, carentes de afeto: pais que apenas vivem não convivem com os filhos.
Pais presentes são aqueles que mesmo morando em espaço geográfico diferente dispõem os momentos especiais para se aproximar dos filhos: conversando, aconselhando, apoiando-os nas decisões, observando-os as suas tendências e ensinando-os a conhecer as virtudes do bem características inerentes ao ser humano, como também a conquista dos bens culturais e materiais. Este pouco espaço de tempo significa muito: é interação que aproxima os mesmos possibilitando-os comungar ideias e desejos, conhecer os problemas de ambos planejar futuros, superar ansiedades; tudo isso e muito mais ajudam aos filhos a adquirirem experiências enfim, a figura paterna representa solidez, firmeza nas quais os filhos preparam os alicerces para construção da vida adulta.
Talvez os pais nem percebam o quanto os filhos e filhas os consideram tão importantes, mesmo aparentando serem ásperos na forma de falar ou agirem, (fica claro que não se trata de violência); a sensação de segurança, através da atenção, expressões visuais e atitudes dos pais na fase infantil e na adolescência dos filhos exercem influência positiva no equilíbrio da personalidade na vida adulta. Foi provado cientificamente que a carência afetiva na fase infantil pode causar no adolescente e consequentemente no adulto sérios desvios de conduta, nesta situação o pai também colaborou para triste situação. Os dois (pai e mãe) são co-responsáveis pelos bons ou maus resultados da sua relação com os filhos.
A comemoração do “dia dos pais” e do “dia das mães” surgiu da necessidade de se valorizar a importância destes dois seres; só que ser pai e ser mãe não é só um dia. De onde surgiu a ideia do dia especial para homenagear os pais? O jovem Elmesu homenageou o seu pai Nabucodosor, rei da Babilônia, com o cartão moldado em argila (primeiro cartão) neste, o filho desejava ao seu pai sorte, saúde e vida longa.
Professora Maria do Carmo de Santana
Cajazeiras agosto de 2015
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