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José Antonio

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Quem foi rainha nunca perde a majestade

27/10/2017 às 09h47

Igreja Nossa Senhora de Fátima

A Paróquia de Nossa Senhora de Fátima encerrou no último dia 13 de outubro as celebrações de seus 60 anos de existência. A igreja que a tem como sede remonta à fundação da cidade de Cajazeiras, quando Mãe Aninha, alguns anos depois de se estabelecer na Fazenda Cajazeiras, onde hoje é o Cajazeiras Tênis Clube, deu inicio a sua construção, “com uma só porta de frente, uns oito metros de comprimento por uns seis de largura”.

Com as paredes ainda em preto, Mãe Aninha, introduziu a imagem de Nossa Senhora da Piedade, que provavelmente pertencera a seus pais, Luís Gomes e Ana Francisca. Esta imagem foi venerada no altar-mor até 1855 e se constitui numa das relíquias mais preciosas de nossa diocese, que foi substituída, provavelmente pelo Padre José Tomás de Albuquerque, por Nossa Senhora das Dores.

Mãe Aninha ao construir esta singela capela jamais imaginou que um dia ela se transformaria num belo e majestoso templo. Em 1863, ano da fundação do município, os documentos registram reformas nela e já se citava ser a Igreja Matriz e a maior reforma que ela passou foi na criação da Diocese, quando foi elevada à Catedral, a partir de junho de 1915, com a posse de nosso primeiro bispo: Dom Moisés Coelho.

Esta igreja tem uma simbologia muito forte na vida dos católicos cajazeirenses, principalmente por ali está sepultado um dos seus mais ilustres filhos: o Padre Inácio de Sousa Rolim, que infelizmente devido às várias reformas ali empreendidas perdeu-se no tempo a sua localização, mas diante de sua grandeza esta igreja é o seu próprio túmulo, a exemplo das exuberantes pirâmides do Egito, construídas para serem túmulos dos faraós.

Outro importante sacerdote que ali está sepultado é o Padre Manoel Mariano de Albuquerque, falecido em 23 de fevereiro de 1896 e provavelmente, o Padre Rolim deve ter participado de suas exéquias.

Desde o ano de 1957, nestes 60 anos somente seis padres se tornaram párocos: Monsenhor Abdon Pereira, Monsenhor Francisco de Assis Sitônio, Padre Albino Donati, Padre Antonio Alves Siqueira, Padre Raimundo Honório Rolim (descendente vivo mais próximo dos fundadores da cidade) e o atual Padre Francisco de Assis da Silva.

Mesmo enquanto era a sede da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade e Catedral, já existia uma devoção muito grande a Nossa Senhora de Fátima, depois da introdução de uma imagem trazida de Portugal pelo padre Américo Maia e no mesmo instante em que foi feito o translado da imagem de Nossa Senhora da Piedade, para a nova Catedral, foi confirmada a criação da nova paróquia, em 01 de janeiro de 1957.
Monsenhor Abdon Pereira foi seu primeiro pároco e era considerado como um dos sacerdotes mais importante da Diocese e sempre esteve na lista para ser bispo, chegando inclusive a ser Vigário Capitular. Tinha fortíssima influência nas decisões políticas da cidade. Dom Zacarias o tinha, ao lado de Monsenhor Vicente Freitas, como os seus mais fiéis amigos, ao ponto de criarem uma sociedade limitada para a constituição da Rádio Alto Piranhas, no dia 21 de dezembro de 1961.

De 1961 até 1975, o Monsenhor Sitônio, esteve a frente da paróquia e no ano de 1972 chegava a Cajazeiras as irmãs da Sagrada Face, que desenvolveram um trabalho de enorme alcance social na Zona Norte e foram as responsáveis pela construção da Capela de São José, hoje paróquia.

Monsenhor Sitônio foi substituído pelo padre italiano Albino Donati – 1975/1980 que foi responsável por uma reforma no interior da igreja, chegando a criar um forte atrito com o vigário dos Negócios Econômicos, o Monsenhor Vicente Freitas, além de outros “incidentes” com o próprio bispo da Diocese, Dom Zacarias Rolim de Moura, fatos que o levaram a dispensar os serviços sacerdotais junto à diocese, não só de Albino mais de outros sacerdotes italianos.

Padre Antonio Alves Siqueira esteve à frente da paróquia até o dia 12 de março de 1984, quando assumiu o padre Raimundo Honório Rolim, que fez um excelente trabalho e por inúmeras vezes, sem destemor e com muita coragem, brigou em defesa do espaço da Praça de Nossa de Fátima, chegando inclusive a cercá-lo com arame farpado, estacas e mourões de jurema, para evitar tornar as calçadas e o patamar da Igreja Matriz num “antro de orgia e de miquitório” invadido pelos foliões do carnaval da vizinha Praça João Pessoa. Padre Raimundo deixou saudades.

Em 2007 assumiu o padre Francisco de Assis da Silva, que ao longo destes dez anos vem conduzindo os movimentos das pastorais com muita dedicação e zelo e dando plena assistência a todas as capelas sob sua jurisdição.

Nestes sessenta anos de vida de paróquia e seus 181 anos de construção, talvez, tenha faltado uma “exaltação” ou justas homenagens a todos os párocos que por ali prestaram seus relevantes serviços, além de ter se constituído uma comissão para fazer uma pesquisa e se produzir um trabalho contando a história desta nossa bela e querida Matriz de nossa cidade. Quem foi rainha jamais perde a majestade. Ainda é tempo.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

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